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quarta-feira, 9 de junho de 2010

Acalmando com Metadona


Britânica é presa por dar chupeta com metadona a bebê

Susan Taylor

Susan Taylor disse ter tentado acalmar o bebê com a metadona

Uma mulher escocesa foi condenada a três anos de prisão por ter colocado a droga metadona na chupeta de uma criança de 10 semanas para que ela parasse de chorar.

Susan Taylor, de 29 anos, havia admitido o crime em setembro do ano passado, mas o caso não havia sido divulgado porque a namorada de Taylor, Lynn Cowan, de 28 anos, também estava sendo julgada.

Cowan, por sua vez, admitiu ter omitido dos médicos que a criança havia ingerido metadona.

O casal, viciado em drogas, tomava conta do bebê regularmente no bairro de Leith, em Edimburgo. A criança não pode ser identificada por razões legais.

Lábios azuis

Lynn Cowan

Cowan admitiu ter omitido dos médicos que o bebê ingeriu a droga

Durante o julgamento, foi revelado que a criança quase morreu. As duas mulheres assistiam televisão quando Cowan percebeu que o bebê não estava respirando. Seus lábios estavam azuis, e o rosto, cinzento.

Uma ambulância foi chamada e os médicos encontraram uma grande quantidade da droga - receitada a viciados em heroína na tentativa de ajudá-los a vencer o hábito - na urina do bebê.

Os especialistas disseram que ainda é cedo para saber se haverá sequelas a longo prazo.

O bebê sofreu convulsões a caminho do Royal Hospital for Sick Children e foi mantido na unidade de terapia intensiva.

A polícia foi chamada quando os testes revelaram a presença da droga no corpo da criança.

Gosto Doce

Quando questionada, Taylor admitiu ter esfregado a chupeta do bebê no medidor que usava diariamente para tomar sua dose de metadona.

Um especialista em tóxicos, Robin Braithwaite, disse ao juiz que a metadona representa um alto risco para crianças porque tem sabor doce.

A metade de uma colher de chá pode ser letal.

A promotoria citou um parecer do especialista dizendo que sem uma intervenção médica o bebê teria morrido.

Mas a advogada de defesa de Taylor disse que sua cliente se sentiu "perturbada" pelo choro do bebê e não conseguiu acalmá-lo.

Segundo a advogada, Taylor não pretendia causar mal ao bebê e não tinha ideia de quão perigosa a droga poderia ser para uma criança.

Taylor já cumpre uma sentença de 26 meses de prisão por ter roubado a bolsa de uma mulheres de 66 anos armada com uma faca.

Fonte: BBC Brasil

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O que é a metadona?

Metadona

A Metadona é um fármaco narcótico do grupo dos opióides utilizado principalmente no tratamento dos toxicodependentes de heroína e outros opióides.

A metadona é praticamente idêntica nas suas propriedades à morfina, agindo nos mesmos receptores e com os mesmos efeitos. Não é geralmente usada no combate à dor, excepto em países pobres ou por doentes pobres em países sem sistema nacional de saúde como os EUA, já que é muito mais barata que outros opióides. Diferenças importantes incluem maior duração de acção (24h contra 8h da morfina e menos ainda da heroína) e síndrome de abstinência física mais leve, mas mais prolongado. Além disso o facto de não ser injectada mas consumida via oral, evita sintomas de grande prazer súbito que ocorrem com a heroína, o que ajuda a vencer a dependência psicológica.


História

A metadona foi desenvolvida no final dos anos 30 na Alemanha Nazi provavelmente em antecipação à possível falta de ópio e seus derivados durante a guerra que se avizinhava. Em tempo de guerra a função dos analgésicos é bastante importante para os militares e também para a população civil. Foi testada por médicos profissionais no exército alemão em 1939-40, mas foi decidido que era demasiado tóxica e com grandes possibilidades de dependência após uso prolongado (ou simplesmente habituação).

À metadona na altura foi dado o nome de Dolophine que deriva do Latim "dolor" que significa dor, e phine que significaria no seu conjunto "fim da dor". Ainda existe a crença que o seu nome deriva de uma homenagem a Adolf Hitler, mas isso não passa de um boato sem significado algum. Em 11 de Setembro de 1941 Bockmühl e Ehrhart preencheram uma aplicação para uma patente para uma substância sintética que eles chamaram de Hoechst 10820 ou Polamidon (um nome que ainda se usa na Alemanha) e cuja estrutura química não tem qualquer relação com os opiáceos naturais como a morfina e codeína, (Bockmühl e Ehrhart, 1949).

Farmacologia

A metadona funciona nos receptores opioides µ, mas também tem alguma afinidade para os receptor de glutamato NMDA. A metadona é metabolizada pelas enzimas CYP3A4, CYP2B6 e CYP2D6, as quais tem uma grande variabilidade entre indivíduos. A sua rota de administração mais usada é oral. A síndroma de abstinência pode ser mais severa que a de outros opiáceos, mas certamente é mais extensa podendo durar entre 2 semanas a 6 meses

Absorção

A metadona é rapidamente absorvida ao nível do trato gastro-intestinal sendo que os seus primeiros efeitos aparecem após 30 a 60 minutos, embora o pico de concentração seja atingido entre as 4 e as 5 horas após. A duração de acção como analgésico é de seis a oito horas. Após administração repetida, a duração e a semi-vida (15 a 55 horas) aumentam em proporção. A concentração plasmática em doses terapêuticas é de 100 a 400 microgramas/L e é considerada tóxica em doses que provocam concentrações de 1000 a 2000 microgramas/L em indivíduos sem tolerância.

Modo de acção

A metadona é um agonista dos receptores opióides µ, embora também tenha efeito no receptor NMDA, agindo aí como um antagonista do glutamato. O Glutamato é um neurotransmissor excitante do Sistema Nervoso Central. Os receptores NMDA têm um papel muito importante em modularem em longo tempo a formação de memórias. Além disso, antagonistas do receptor NMDA, como o dextrometorfano, cetamina e a ibogaína, estão sendo estudados por seu papel na desenvolvimento e redução de tolerância a opiáceos e outras drogas aditivas. Este sistema (NDMA) foi proposto como uma das possíveis razões da metadona diminuir a tolerância e desejo por opiáceos. É também uma das razões pela qual a metadona tem uma distinta eficácia superior no tratamento da dor neuropática.

Metabolismo

A metadona tem uma metabolismo lento e uma muito alta liposolubilidade, fazendo com que dure mais do que as drogas baseadas na morfina. A metadona tem uma tipica semi-vida de 15 a 60 horas com uma média de cerca de 22 horas. Contudo, o metabolismo varia muito entre individuos, até um factor de 100, sendo que a semi-vida varia entre 4 horas em alguns individuos até 130 ou até 190 horas em outros. Esta variabilidade é devido a variações genéticas que alteram a produção das enzimas CYP3A4, CYP2B6 and CYP2D6. Uma maior semi-vida frequentemente permite uma única adminstração diária como é usado em regimes de desintoxicação ou manutenção em metadona. Por outro lado os pacientes que metabolizam a metadona rapidamente, podem requerer duas doses diárias em vez de uma única para obterem um alivio suficiente para os sintomas de privação e ao mesmo tempo evitando picos excessivos no sangue e com isso o aumento de efeitos secundários. O efeito analgésico na metadona não dura tanto como a prevenção de sintomas de privação, sendo mais similar à morfina, sendo necessário tomar a metadona em periodos de 6 a 8 horas. Os efeitos de uma overdose com metadona podem ser revertidos com naloxona.

Efeitos secundários

  • Euforia e disforia: Consiste num sentimento de flutuar agradável e de bem-estar. A euforia pode degenerar ou ser substituída por disforia, um estado de ansiedade desagradável e mal-estar. A euforia produzida pela droga transforma-se em depressão e ansiedade após passarem os efeitos.

Para atingir euforia são necessárias doses maiores do que as necessárias para causar analgesia.

  • Analgesia (perda da sensação de dor física e emocional): pode levar à inflicção de ferimentos no utilizador sem que este se dê conta e se afaste do agente agressor.
  • Sonolência, detorpação mental sem amnésia
  • Disfunção sexual
  • Sensação de tranquilidade e diminuição do sentimento de desconfiança.
  • Maior autoconfiança e indiferença aos outros: comportamentos agressivos.
  • Miose: contracção da pupila. Ao contrário da grande maioria das outras drogas de abuso, como cocaína e anfetaminas (metanfetamina e ecstasy) que produzem midríase (dilatação da pupila). É uma característica importante na distinção clínica da overdose de heroína e opiáceos (tipo a metadona) daquelas produzidas por outras drogas
  • Obstipação: a chamada "prisão de ventre".
  • Hipoventilação: depressão do centro neuronal respiratório. É a principal causa de morte por overdose.
  • Supressão do reflexo da tosse: devido a depressão do centro neuronal cerebral da tosse.
  • Náuseas e vómitos: podem ocorrer se for activado os centros quimiorreceptores do cérebro.
  • Espasmos nas vias biliares.
  • Hipotensão]]
  • Prurido ou Pruído
  • Arritmia cardíaca
  • Anorexia
  • Dores Abdominais
  • Dificuldade ao urinar
  • Ganho de Peso
  • Alterações de Humor
  • Insónia
  • Impotência
  • Convulsões
  • Morte

Tolerância e Dependência

Como todos as medicações opiáceas, a tolerância e dependência geralmente desenvolvem-se com doses repetidas. A tolerância aos diferentes efeitos psicológicos da metadona varia. A tolerância à analgesia geralmente ocorre durante as primeiras semanas de uso, enquanto que a tolerância à depressão respiratória, sedação, e náusea ocorre frequentemente nos primeiros 5 a 7 dias. Não existe tolerância ao efeito de obstipação produzido pela metadona ou por outros opiáceos, mas estes efeitos podem ser menos severes passado algum tempo de uso e podem ser aliviados por um aumento na dieta em fibras de frutos e vegetais ou cerais com alto teor de fibras ou até leite de magnésio.

Síndrome de Abstinência

É idêntico às drogas derivadas do ópio, como a morfina e a heroína.

Morte

A maioria das mortes com a metadona são acidentais, e na sua maioria involvem o uso de combinações com outras substâncias (especialmente as benzodiazepinas). A metadona é especialmente perigosa quando usada como droga recreativa por vários motivos, um deles é a baixa euforia que produz na maioria dos utilizadores. Os utilizadores recreacionais buscam a euforia e como não a obtêm na intensidade que pretendem geralmente usam mais metadona chegando a usar muito mais do que as doses seguras. Embora a euforia seja mais baixa do que nos outros opiáceos os seus perigos são iguais, a diminuição do ritmo respiratório é da mesma intensidade que as outras drogas embora com menos euforia. Outro perigo de usar a metadona como droga recreacional é o facto de esta demorar cerca de 3 horas até atingir o pico máximo de efeito, os utilizadores que não sabem disto ou impacientes esperam uma hora ou menos até e como não obtiveram o efeito pretendido tomam outra dose. Quando a primeira dose atinge o pico eles têm já ingerido outras doses e sendo assim a possibilidade de overdose é bastante possivél. A ignorância é o maior perigo na metadona. As pessoas que usam tentam usar a metadona recreacionalmente devem tomar especialmente em atênção que esta precisa de 3 horas para atingir o seu pico máximo e a sua euforia é menor do que outros opiaceos.

Tratamento de Manutenção com Metadona

Efeito

Dose

Duração

Metadona como Analgésico

Em Portugal a metadona não é usada como analgésico. Apenas é usada como droga de substituição no tratamento da toxicodependência de opiáceos.

Dose

As doses de metadona quando esta é usada como analgésico geralmente são 2.5mgs; 5mgs e 10mgs.

Metadona como Antitússico

Metadona usada como tratamento para a leucemia

Investigadores alemães da Universidade de Ulm descobriram que a metadona é eficaz em matar células linfoblásticas leucêmicas. A metadona destrói as células de leucemia mas não destrói as células normais humanas, e pode funcionar em casos que são resistentes a anteriores sessões de quimioterapia e radioterapia. Este estudo foi feito completamente em laboratório e o próximo passo para os investigadores é estudar os efeitos da metadona em animais, nos chamados testes preclínicos. Depois da metadona mostrar a sua eficácia nos animais doentes, serão começados os estudos clínicos em humanos.

Uso em Portugal

Uso no I.D.T

A metadona em Portugal é usada no IDT (Instituto da Droga e da Toxicodependência, ex Centro de Apoio ao Toxicodependente) como terapia de substituição, e também em clínicas de desintoxicação. Os utentes do serviço do IDT tomam a sua dose diária lá apenas transportando com eles as doses do fim de semana.

A estes utentes são feitas analises regulares à urina e caso estes acusem negativo a heroína e cocaína é possível a eles levarem com eles as doses para uma semana, tomando a dose desse dia lá. Ma para isso acontecer na maioria dos casos é importante que o utente tenha um tutor que se responsabilize pela posse e pela toma da metadona. A metadona é de acesso muito restrito em Portugal e raramente aparece nas ruas, e quando acontece é porque algum utente vendeu parte da sua dose, limitando assim a quantidade disponível porque este precisa da sua dose para não entrar em síndrome de abstinência.

O uso da metadona como manutenção assenta no principio que a metadona possibilita uma vida normal ao usuário de opiáceos, levando este a deixar a sua típica vida de procura de heroína e similares, direccionando assim a sua atenção para a uma vida social normal. É um tratamento bastante eficaz, com uma percentagem bastante alta de sucesso e assim sendo bastante importante como arma no combate à toxicodependência.

Disponibilidade na rua

A metadona apenas é cedida aos pacientes inscritos nos I.D.T. que estão em terapia com esta, e estes tomam a sua metadona no IDT em frente a um enfermeiro, e apenas levam para casa ao fim de semana e feriados uma vez que o IDT esta fechado, o que traduz em que os utentes tenham 2 doses por semana a sua disposicao. Como os pacientes precisam da metadona para não sofrerem os sintomas de privação geralmente não a vendem, e quando a vendem esta é geralmente uma dose baixa porque o paciente toma a maioria da sua dose e vende o pouco que resta diluído em agua como se fosse metadona quando na verdade tem muito pouca metadona.

Existem também os pacientes que podem levar as 6 doses para casa por semana, mas para isso acontecer esses pacientes tiveram e têm de dar provas que estão livres de consumir heroína e cocaína, para isso são-lhes feitos testes a urina para uso de heroína ou cocaína e apenas levam caso estes seja negativos. Ao mesmo tempo têm que ter um tutor com eles na altura que levanta a metadona, porque o tutor fica responsável pela posse e toma das doses de metadona. Os utentes que levam a metadona para casa também tem trabalhos na sua maioria, enfim e pedido ao utente que este tenha uma vida estável. Estas medidas reduzem e em muito a disponibilidade da metadona na rua, e mesmo quando aparece geralmente e bastante adulterada com agua.

Mas por vezes aparece um ou outro casos de pacientes que vendem as suas doses de metadona. Deve-se notar que os compradores dessa metadona adulterada sao geralmente já utilizadores de heroína e/ou metadona na altura que compram a metadona. Poucos iniciados em opiáceos usam metadona com fins recreativos.

Fonte: WIKIPEDIA


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