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terça-feira, 15 de junho de 2010

Caça aos nazistas

CAÇA-NAZISTAS´

Historiador fala sobre nazismo e holocausto

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Efraim Zuroff (2º à esquerda) veio a Fortaleza destacar, entre outros pontos, os desafios de seu trabalho
VIVIANE PINHEIRO

15/6/2010

O especialista viaja pelo mundo em busca de informações que possam levar à condenação criminosos de guerra

"É possível que o Brasil ainda abrigue vários criminosos nazistas remanescentes da II Guerra Mundial". Quem afirma é o historiador judeu americano Efraim Zuroff, considerado o "último caçador nazista" e coordenador de Pesquisa e Estudos de Crimes de Guerra Nazistas do Centro Simon Wiesenthal (SWC), que esteve, ontem, na sede da Ordem dos Advogados do Brasil - Secção Ceará (OAB-CE) ministrando a palestra "Justiça e Herança Nazista".

De acordo com Zurof, nos países da América Latina, em geral, há muitas dificuldades de acesso às informações sobre o paradeiro de possíveis nazistas criminosos de guerra. "A situação é ruim. Trabalhamos em contato direto com os governos e dependemos dos dados repassados pelo Estado", declarou. "Uma das maiores dificuldades do meu trabalho está exatamente em encontrar e julgar essas pessoas", informou.

Zurof contou que, até hoje, o Brasil e a Bolívia extraditaram, cada um, apenas um nazista acusado de crimes de guerra que se encontrava neste países, enquanto a Argentina já extraditou quatro deles. "Nenhum país da América Latina concordou com investigações sobre nazistas presentes em seu território".

Por conta disso, o Centro Simon Wiesenthal criou a campanha Operation: Last Chance (em português, Operação: Última Chance), que recebe denúncias de possíveis criminosos nazistas ao redor do planeta (http://www.operationlastchance.org/). "De posse das denúncias, iniciamos os trabalhos de apuração e, caso, as informações sejam confirmadas, damos encaminhamento para que o julgamento ocorra no país onde os crimes tenham ocorrido ou no país responsável pela ordem que originou o crime", explicou o historiador.

Ele destacou, contudo, que a legislação de alguns países, a exemplo da Suécia e da Noruega, dificultam a "caça aos nazistas". O historiador revelou que, na Suécia, crimes contra a humanidade, crimes de guerra e genocídios, diretamente relacionados ao nazismo, prescrevem em 25 anos. Na Noruega, continuou, a legislação foi modificada recentemente: tais crimes não prescrevem mais. A determinação, porém, não tem efeito retroativo, o que acaba por beneficiar nazistas envolvidos em crimes cometidos durante o regime na II Guerra Mundial.

Outras nações, continuou, como o Irã, nem reconhecem o holocausto. "Por isso, lamentamos que o presidente Lula, um dos maiores líderes mundiais, troque apertos de mão e abraços com aquele país. É doloroso, ultrajante e incompreensível para os judeus". Ao mesmo tempo, Zuroff lembrou que os Estados Unidos são o país mais bem sucedido em todo o mundo em julgar e punir criminosos nazistas, nos últimos 40 anos.

Para o presidente da Sociedade Israelita do Ceará, José Frenkiel, não é possível que crimes ocorridos "há apenas 65 anos" permaneçam sem punição. "É preciso que estes casos não sejam esquecidos e tenham um desfecho, com a condenação dos assassinos", disse.

Fonte: Diário do Nordeste

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