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domingo, 6 de junho de 2010

A fuga do ensino religioso, nos Açores

Quarta, 02 Junho 2010 10:10

“Não se percebe, nem é aceitável que as crianças, os adolescentes e os jovens das nossas paróquias não se matriculem na disciplina de EMRC. É de uma incoerência total que acólitos, leitores, escuteiros do CNE e outros grupos paroquiais fujam da EMRC”

D. António de Sousa Braga, Bispo de Angra, lançou segunda-feira um apelo aos pais e encarregados de educação para darem o “devido valor à oportunidade que o ensino religioso escolar oferece para uma educação integral dos alunos”.
Referindo-se à importância da disciplina de Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC), D. António diz que esta matéria “promove e aprofunda valores cristãos, que humanizam e desenvolvem a personalidade, contribuindo para a sua inserção criativa na sociedade”.
Para D. António, “no momento, em que se abre caminho ao currículo regional, convém ter presente que a identidade açoriana está marcada por uma clara matriz cristã. Assim, para compreender e salvaguardar a açorianidade, é preciso conhecer o cristianismo e a história da presença da Igreja Católica nos Açores. Aliás, não é possível entendermos a civilização ocidental, sem compreendermos o papel que a herança cultural judaico-cristã teve na sua génese e desenvolvimento”.
Entendendo que para compreender e salvaguardar a açorianidade, é preciso conhecer o cristianismo e a história da presença da Igreja Católica nos Açores, segundo o Bispo de Angra a disciplina de EMRC “não é só para crentes e praticantes” mas para “todo o açoriano que pretenda compreender o nosso património cultural, as nossas gentes e tradições”.
“É que a EMRC não é propriamente cate­quese, nem tem finalidades de proselitismo. É uma abordagem cultural ao cristianismo, com estatuto científico, como as demais disciplinas”, adianta D. António, acrescentando que não é possível entender a civilização ocidental sem a compreensão do papel que a herança cultural judaico-cristã teve na sua génese e desenvolvimento.
Para D. António, a crise que se vive actualmente “não é só de carácter financeiro e económico. É também uma crise de valores. Para a vencer, é preciso, tanto o progresso técnico, como a regeneração espiritual”.
O bispo de Angra diz ser “impensável uma educação neutra. Toda a educação baseia-se numa ideia de pessoa e de sociedade, em que cabe também a dimensão religiosa, que, portanto, não é meramente acessória. Tem o seu lugar próprio na Escola”, defende.
D. António afirma que presença da Igreja Católica e de qualquer confissão religiosa na Escola “não é um privilégio, nem pode depender da maior ou menor sensibilidade do Conselho Directivo ou do Director de Turma. É um direito, consignado na Constituição Portuguesa e regulamentado pela Lei da Liberdade Religiosa e pela Concordata entre a Santa Sé e o Estado Português”.
O bispo de Angra considera que os pais católicos e encarregados de educação devem tomar consciência da “grave responsabilidade” que têm no momento das matrículas.
“Não se percebe, nem é aceitável que as crianças, os adolescentes e os jovens das nossas paróquias não se matriculem na disciplina de EMRC. É de uma incoerência total que acólitos, leitores, escuteiros do CNE e outros grupos paroquiais fujam da EMRC. Os próprios crismandos têm na EMRC a possibilidade de completarem a sua preparação para uma celebração mais consciente do sacramento da maturidade cristã”.
Apesar de considerar “decisiva a intervenção esclarecedora e motivadora dos párocos e das catequistas” D. António diz que a escola “poderá também colaborar nesse esclarecimento, feito com isenção e objectividade, deixando aos pais e encarregados de educação a livre escolha, sem qualquer tipo de manipulação”.
Para o Bispo de Angra , a disciplina de EMRC “tem a ver com o sentido da vida. Não pode ser mera transmissão de doutrina. É diálogo, a partir da vida, sobre a vida e em função da vida”.
Na conclusão da sua nota pastoral D. António formulou o desejo de que saibamos “aproveitar e desenvolver as grandes potencialidades da disciplina de EMRC para uma educação integral”.

Fonte: Diário dos Açores (de Portugal)

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