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sábado, 5 de junho de 2010

Reagir já e sempre, contra os desmandos

O conformismo, a acomodação, é o que de pior pode acontecer à raça humana, independentemente do local onde se encontre esta ou aquela parcela dos seus componentes e do regime a que esteja submetida. O conformismo engendra indignidade.
Mas parece que a expressão "tá tudo dominado", de inspiração popular, nunca foi tão verdadeira.
As pessoas submetem-se, sem se rebelar, a uma série infinda de atos abusivos, até truculentos, praticados por prepostos do Estado, de grandes empresas, de bancos e financeiras, dos cultos religiosos, sem esboçar reações efetivas, de legítima defesa, como é lícito se esperar dos que ainda possuam alguma honra.
O Estado (gênero) brasileiro promoveu um crescente e incessante aumento da carga tributária, não somente no atual, como em governos anteriores, sob o olhar complacente dos eleitores/contribuintes, que se contentam com desfrutar de misérias, como um simples telefone celular, uma TV de plasma, um tênis e roupa de marca, um carrinho popular e outros cacarecos do gênero, abrindo mão da própria honra, endividando-se para estar na moda, parecer moderno.
A "inclusão digital" é tida como panacéia para todos os nossos males. Nossos cidadãos não sabem escrever, muito menos votar, mas acham-se privilegiados quando passam a manejar, mesmo que sofrivelmente, um mero computador, embora não façam, com o aparelho, nada de útil para a humanidade, sequer para si próprios.
A política está uma imundície, mas, como as pessoas não leem, continuará assim por gerações: quem não lê não se conscientiza, não questiona, continua acomodado, temeroso de se manifestar, de reagir a demandos, a abusos, a corrupção, à dominação espiritual, à servidão, enfim.
Quem não lê tende a se conformar com miudezas, cestas básicas, o mínimo para sobreviver, o vale-gás, o vale-transporte, a ninharia, a indignidade.
A solução está na permanente e contundente manifestação de inconformismo: é preciso vindicar, sempre, de forma consciente, não como pedinte, esmoler, mas como cidadão, que não aceita ser explorado, dominado, submetido, escravizado. E, enquanto não for atendido, espernear, sempre, cada vez em tom mais alto, até que não se sinta mais humilhado.
O Estado, que cobra tributos espoliativos, praticando verdadeiro confisco, até contra salários e aposentadorias, deve ser compelido a honrar seus compromissos sociais, provendo serviços de educação, saúde, segurança, assistência social, entre outros, de qualidade razoável, aceitável, porque não estará a fazer nenhum favor, senão a devolver o que é devido aos contribuintes.
Já está mais do que na hora de nos rebelarmos contra a injeção de dinheiro em bancos, , em montadoras de automóveis, em igrejas, em campanhas políticas, em empresas de comunicação de massa, em propaganda na mídia, tudo "a fundo perdido", exigindo, de outro lado, que os serviços verdadeiramente essenciais sejam adequadamente estruturados, de sorte a atenderem as demandas crescentes da sociedade.
Há que se pagar melhor os professores, dando-lhes, simultaneamente, qualificação que possibilite a melhoria da qualidade do ensino. Há que se ensinar nossos filhos a respeitá-los, embora exercendo, sempre que necessário, mesmo em relação a eles e aos dirigentes de estabelecimentos escolares, o contraditório, chave de qualquer democracia.
A partir de um ensino de qualidade, o resto se ajeitará, o povo aprenderá a votar, a exigir que o respeitem, não aceitará migalhas, adquirindo dignidade e entendendo que os conformistas, os que não reagem aos desmandos governamentais, não possuem, sequer, o direito de reclamar de nada, merecendo a condição de escravos que lhes impõem as elites dominantes e debochadas.

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