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segunda-feira, 25 de julho de 2011

Pastoral pede troca de juiz do processo sobre morte de extrativistas


Polícia Civil pediu a prisão preventiva de três suspeitos no Pará. Juiz criminal de Marabá negou pedido policial e trio permanece solto

 G1/ GLOBO.COM


Familiares do casal de extrativistas José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo Silvae entidades sociais iniciaram uma campanha, nesta segunda-feira (25), pedindo o afastamento do juiz do caso, Murilo Lemos Leão, da 4ª Vara Criminal de Marabá (PA). Ele teria recusado o pedido de prisão preventiva contra três suspeitos do crime feita pela Polícia Civil, na semana passada.
José Cláudio e Maria foram mortos em uma emboscada em 24 de maio deste ano, em Nova Ipixuna(PA). O crime completou dois meses neste domingo (24).
Os parentes e representantes de entidades divulgaram um manifesto em repúdio pela decisão do juiz. O documento é assinado pelos presidentes da Comissão Pastoral da Terra(CPT), o Conselho Nacional dos Seringueiros, pastorais sociais da Diocese de Marabá, Movimento dos Atingidos por Barragens, Sindicatos dos Trabalhadores Rurais de Nova Ipixuna, Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Fórum de Educação do Campo e pela Associação do Projeto de Assentamento Agroextrativista (Apaep).
Segundo o documento, a negativa do pedido de prisão favoreceu a fuga dos suspeitos e comprometeu a segurança dos familiares das vítimas e dos agricultores que foram ameaçados e retirados dos assentamentos. Meses antes de suas mortes José Cláudio e Maria denunciaram as ameaças que estavam sofrendo e apontavam fazendeiros e madeireiros como os ameaçadores. As entidades esperam que o inquérito da Polícia Federal sobre o caso, ainda não concluído, possa avançar na identificação de outros suspeitos do crime.
Os familiares das vítimas afirmaram que vão pedir ao Ministério Público Federal que proponha junto à Procuradoria Geral da República o pedido de federalização do processo.
Os agricultores e parentes dos extrativistas mortos querem voltar ao assentamento onde ocorreram os assassinatos.
Investigação concluída
Polícia Civil do Pará pediu a prisão preventiva de três suspeitos de participar do assassinato do casal de extrativistas. Um deles é um trabalhador rural, dono de terras no assentamento em Nova Ipixuna, no sudeste do estado, e é apontado como mandante do assassinato. Os outros dois são os executores do crime.
Os três estão foragidos e não foram localizados pela polícia para prestarem depoimento sobre a suposta participação no crime. Eles foram indiciados por homicídio triplicamente qualificado.
De acordo com a investigação, o dono das terras chegou a ser ouvido pela polícia na fase preliminar da investigação, mas depois fugiu da região e nunca mais foi localizado.
Quando chegou a Nova Ipixuma, em 2010, o trabalhador comprou dois lotes de terra do assentamento, por cerca de R$ 50 mil cada um, de acordo com o inquérito policial.
A irmã de José Cláudio, Claudelice, foi informada pelo G1 que a polícia concluiu o caso e pediu a prisão dos três suspeitos. Ela disse que "já sabia" quem eram os autores do crime e afirmou que a área está sob disputa judicial para despropriação.
O crime
O casal foi morto em uma emboscada na estrada de acesso ao assentamento Praialta Piranheira, em Nova Ipixuna, onde moravam. José Cláudio e Maria estavam em uma motocicleta quando foram alvejados por disparos realizados por uma espingarda.
“O alvo era o José Cláudio, tanto que a perícia mostrou que o primeiro tiro foi direcionado para ele, mas ela (Maria) foi alvejada por estilhaços. Se não tivesse morrido em consequência disso, depois, com certeza, teria sido alvo de tiros também”, disse o delegado Silvio Maués.
A polícia já havia divulgado o retrato-falado de dois suspeitos de terem executado o crime. O delegado diz que há informações de que os executores não receberam pelo trabalho. “Eles agora foram identificados, temos os nomes e as provas de sua participação. Sabemos que tem um enredo especial, eles tinham uma dívida com o mandante, as informações que temos afastam a possibilidade de pagamento.”
O manifesto divulgado nesta segunda-feira informa que a polícia, no curso da investigação, pediu a prisão temporária dos acusados, mesmo com parecer favorável do Ministério Público o juiz negou o pedido. De posse de novas provas sobre a participação dos acusados a polícia ingressou com um segundo pedido, dessa vez, requereu a prisão preventiva desses, o pedido chegou novamente às mãos do juiz com parecer favorável do MP e o juiz negou o pedido. Uma semana antes da conclusão das investigações, a polícia civil ingressou com um terceiro pedido de prisão e, mais uma vez o juiz não decretou a prisão dos suspeitos, requerendo novas diligências.
Ameaças
Logo após o assassinato do casal, houve outras duas mortes no campo no Pará. O governo federal determinou o envio de tropas da Força Nacional para a região para evitar que novos ataques ocorressem.
Na madrugada de 18 de junho, duas famílias de agricultores que estavam sofrendo ameaças de morte no assentamento Praialta Piranheira tiveram de ser retirados de suas casas por terem sido cercados por pistoleiros, possivelmente contratados por fazendeiros que são contra a permanência de ambientalistas da região. Eles foram levados para Marabá e receberam proteção, assim como outros ambientalistas listados pelo governo como em situação de risco.

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