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Não é de hoje que o Brasil assiste a exemplos de falta de respeito com seu
povo e sua soberania. Os fatos, ao se acumularem, causam uma perigosa sensação
de injustiça.
Quem não se lembra, por exemplo, da atitude de desdém do ex-banqueiro
Salvatore Cacciola, que, condenado no Brasil, fugiu para a Itália, onde foi
flagrado assistindo a um jogo de tênis de Gustavo Kuerten? Abordado por
jornalistas brasileiros na época, disse que só voltava ao Brasil como
turista.
Mais recentemente, outros casos causaram indignação: o genro do rei da
Espanha, por exemplo, pivô do maior caso de suspeita de corrupção naquele país,
não só mantém negócios por aqui, como ainda é conselheiro da Telefónica no
Brasil.
Outro caso: durante recente visita à Rússia, o presidente da Fifa, Joseph
Blatter, humilhou o Brasil, afirmando que, lá, a preparação para a Copa 2018
estaria mais adiantada que os preparativos para a competição daqui, que ocorre
em 2014.
E agora, a Vale, uma das principais empresas brasileiras, é também humilhada,
sendo “eleita” como a “pior empresa do mundo”, apesar do grande serviço que vem
prestando em prol da nação, tanto no campo social, como no econômico.
É preciso que o Brasil comece a levantar a voz contra o desrespeito. A falta
de dignidade não pode imperar, caso contrário, a população irá reagir. E
dificilmente há reação sem violência. É preciso que as coisas não cheguem a esse
ponto. Mas alguns movimentos aqui e acolá, já há algum tempo, mostram que a
paciência da população tem limite.
Em 1988, quando um dos nossos maiores problemas era a inflação, o então
presidente José Sarney foi alvo de pedradas de manifestantes durante o casamento
da filha de um senador, em pleno Largo de São Francisco, no Rio de Janeiro.
Há pouco mais de 4 anos, centenas de sem-terra invadiram a Câmara dos
Deputados, promovendo um imenso quebra-quebra e deixando dezenas de feridos. Se
a ocorrência se desse hoje, não sabemos se a intensidade do protesto seria ainda
maior.
Nesta semana, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, teve seu carro
coberto de ovos, durante um protesto de movimentos sociais. Na ocasião, Kassab
deixava uma igreja, na qual assistiu a uma missa pelo aniversário da cidade.
O Jornal do Brasil, até hoje, é vítima de injustiça, e paga dívidas
que não são suas, mas nem por isso perde sua dignidade. Vamos continuar
defendendo o povo brasileiro e nossa soberania, e cobrar respeito ao nosso país
e a seu povo.
Fonte: JORNAL DO BRASIL
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