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No Brasil, empreendimento do oitavo homem mais rico do mundo está sob investigação
No Brasil, empreendimento do oitavo homem mais rico do mundo está sob investigação
Por ANTONIO CARLOS LACERDA
PRAVDA.RU
CAMPOS
DOS GOYTACAZES/BRASIL - No Brasil, o Ministério Público Federal (MPF)
em Campos dos Goytacazes, Norte do Estado do Rio de Janeiro, Sudeste do
País, instaurou procedimento para investigar suposta formação de
milícias e a violação de direitos humanos no município vizinho de de São
João da Barra, onde está em construção o Porto do Açu, empreendimento
do grupo EBX, do empresário Eike Batista, o homem mais rico do Brasil e o
oitavo do mundo - que afirma vai tomar o lugar do mexicano Carlos Slim,
o mais rico do planeta, segundo a revista Forbes.
Segundo o
MPF, seguranças privados e policiais militares estariam atuando de forma
truculenta e arbitrária na desapropriação de agricultores e pescadores
do 5º distrito da cidade.
O MPF diz ainda que as denúncias
recebidas dão conta de que cerca de 800 famílias que querem permanecer
na região estão sofrendo diversas ameaças para deixar o local, com a
presença ostensiva de policiais militares e seguranças.
"Além
disso, moradores que já foram removidos não teriam recebido indenização e
alguns despejos foram realizados sem a apresentação de ordem judicial",
diz a nota divulgada pelo MPF.
O comunicado frisa que o
procurador da República Eduardo Santos de Oliveira, responsável pela
investigação, irá requisitar informações para a Polícia Federal para
saber se os seguranças privados foram autorizados a trabalhar na região.
"Mesmo autorizados pela PF, os seguranças não poderiam
realizar desapropriações nem atuar junto a cidadãos", alega o MPF, que
também vai oficiar a Polícia Militar, a Polícia Civil, o Ministério
Público Estadual, a Defensoria Pública do Rio de Janeiro, o governador
do Estado e a Prefeitura de São João da Barra para que possam prestar
esclarecimentos e informações acerca da situação dos moradores.
"No
curso da investigação, diretores e empregados da empresa LLX
--responsável pela obra-- deverão ser chamados a depor", continua o MPF,
lembrando que, caso sejam comprovadas violações graves dos direitos
humanos e omissão do poder público local, o MPF poderá solicitar na
justiça a atuação da Força Nacional na região.
Procurada, a LLX
--empresa do grupo EBX responsável pelo Porto do Açu-- afirmou que
"possui guarda patrimonial dentro das áreas que pertencem à companhia".
Porém, a companhia ressalta que a desapropriação é conduzida pela Codin
(Companhia de Desenvolvimento Industrial do Estado do Rio de Janeiro).
Já
a Codin, responsável pelo processo de desapropriação, afirmou
desconhecer "completamente questões relativas à atuação de milícias" em
São João da Barra.
"Isso não tem nada a ver com nossos métodos
de ação. As demarcações do polígono do 5º Distrito através dos decretos
de desapropriação englobam cerca de 400 propriedades rurais das quais
apenas um quarto apresentam famílias residentes e 16 delas aderiram ao
reassentamento Vila da Terra. As demais ainda não foram contatadas e
permanecem em suas residências", diz a nota da Codin.
O órgão
do governo estadual diz ainda que paga auxílio a 131 beneficiários que
tiveram suas terras imitidas na posse no decorrer deste ano, de um total
de 151 propriedades nessa primeira fase. "A Codin garante que nunca
usou, nem usará de processos que agridam os direitos dos cidadãos
proprietários ou residentes do 5º Distrito. As desapropriações foram e
serão feitas na forma da lei, amparadas pela Justiça", acrescenta a
nota.
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