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Advogado - Nascido em 1949, na Ilha de SC/BR - Ateu - Adepto do Humanismo e da Ecologia - Residente em Ratones - Florianópolis/SC/BR

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sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

MANEZINHO DA ILHA - Matéria republicada

Numa entrevista concedida ao Jornal do Almoço/RBS, o cantor LATINO (que já foi casado com Mirella Santos, neta de um autêntico "Manezinho da Ilha" - Aldo Leopoldo Pinheiro, aquele da "venda" de Ratones), citou a expressão entre aspas, provavelmente conhecendo apenas o significado de nativo da Ilha de SC.

O figuraço do meio artístico nos motivou a republicar a matéria que segue:


 

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Manezinho da Ilha

Carapau verdadeiro


O peixe acima fotografado é o "Manezinho", também conhecido como Xerelete, em nossas paragens. Outros chamam-no "Carapau verdadeiro". Nas proximidades da cauda (espécie de lista que aparece na foto) há uma espécie de serrilha. Costuma aparecer em cardumes que, à flor da água, executam uma espécie de dança, encrespando a superfície do mar. Oferece uma carne branca e saborosa. Costumávamos, em Canasvieiras, comê-lo após frito na "banha-de-porco", quando o "azeite doce" ainda não estava na moda.

Como "Carapau", foi espécie aludida, entre muitas outras, pelo Frei Santa Rita Durão (in Caramuru - Livraria Martins Fontes Edit. Ltda/SP-SP/2001, p. 229:

Piscoso o mar de peixes mais mimosos,
Entre nós conhecidos rico abunda,
Linguados, sáveis, meros preciosos,
A agulha, de que o mar todo se inunda:
Robalos, salmonetes deliciosos,
O cherne, o voador, que n'água afunda,
Pescadas, galo, arraias, tainhas,
Carapaus, encharrocos e sardinhas.

-=-=-=-

Manezinho

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Manezinho é o termo popularmente utilizado para designar os nativos de Florianópolis, capital de Santa Catarina, Brasil. O termo pode se estender também aos que nasceram nos municípios vizinhos à capital catarinense, como São José, Biguaçu e Palhoça. A figura do manezinho foi moldada na região praieira da ilha de Santa Catarina.
Mas originalmente são chamados assim devido sua decendência histórica de meados do século XVIII, de populações das ilhas dos Açores pertencente a Portugal. Os habitantes dessas ilhas também são chamados de "Manezinhos da Ilha". A maior parte dos decendentes é de cultura pesqueira e da extinta caça às baleias. A farra do boi também está associada aos seus costumes pois o acontecimento faz parte dos povos do Mar Mediterrâneo e inclui também os Açores por pertencer a Portugal. Mas a semelhança de Florianóplis com as ilhas dos Açores é o que trás aos Manezinhos o orgulho de poder reproduzir e perpetuar a cultura açoriana, presente também na culinária, costumes, pensamentos.

Manezinho da Ilha

Os habitantes de vilarejos em regiões praieiras da ilha, afastadas do centro urbano eram chamados pejorativamente de manezinhos da ilha, caracterizados pelo falar rápido e cantante, com pronúncia peculiar. De alguns anos para cá, porém, o termo manezinho da ilha já não é tão pejorativo na região, e também os moradores das demais partes do município passaram a ostentar orgulhosamente essa qualificação. O maior tenista brasileiro, Gustavo Kuerten se declarou manezinho da ilha, após vencer o Torneio de Roland Garros, dignificando este termo.
A transformação da figura ocorreu a partir da década de 1980, quando foi criado por iniciativa do carnavalesco Aldírio Simões, um verdadeiro manezinho, o Troféu Manezinho da Ilha, com o objetivo de resgatar o orgulho e o sentimento ilhéu. Também foi criado o "Dia do Manezinho", instituído pela lei municipal da cidade de Florianópolis nº 6.764", sancionada no dia 2 de setembro de 2005.
É provável que "mané", do qual "manezinho" seria o diminutivo, derive de "Manuel", nome ibérico de origem hebraico-cristã outrora comum em Florianópolis/Nossa Senhora do Desterro e principalmente nos Açores, e em Portugal.
As expressões e a vocalização usadas no falar do povo simples nativo da Ilha de Santa Catarina tem sido pejorativamente chamadas manezês, antes apenas referido como falar ilhéu. É muito semelhante ao sotaque da população da Ilha dos Açores, e até certo ponto, dos Portugueses.
No tratamento corriqueiro do dia a dia, o verbo é conjugado frequentemente na segunda pessoa do singular. Porém, é mais comum ainda escuta-lo com forte sotaque a ponto de pronuncia-lo errado quando conjugado no pretérito perfeito. Por exemplo: - Tu dormissi bem? - o correto seria: - Tu dormiste bem?
http://74.125.47.132/search?q=cache:eFjqGatN4TkJ:pt.wikipedia.org/wiki/Manezinho+manezinho&cd=1&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br
-=-==-=-=
Notas do blogueiro:
Penso que o costume ilhéu para o diminutivo de Manoel é "Manequinha ", que passa por Maneca, obviamente.
Aliás, aqui na Ilha, mais comumente, João é transformado em Joca e daí vem Joquinha e não Joãozinho. De Antonio, deriva Tonico e deste último Nico, e não Antoninho.
De Maria deriva Mariquinha, mais comum que Mariazinha.
Do exposto, concluo que "Manezinho" não é o diminutivo preferido de Manoel, por aqui e parece-me, então, que a expressão "Manezinho da Ilha" tem vinculação com a espécie típica e muito presente por aqui.
-=-=-=-





CURRÍCULO DE UM MANEZINHO
Avelino A. Alves

Nasci em casa de estuque
Com galinhas no porão,
Tomei banho de gamela,
Tomei café do boião.
Fui criado a rédea solta
Lá pra's bandas do sertão.

Raspei mandioca em engenho,
Comi beiju de montão,
Comi manjuva na brasa
E tainha no feijão.
Não era em cima da mesa,
Mas na esteira,
No chão.

Tarrafeei na Lagoa
Na safra do camarão,
Peguei siri de forqueta
E já puxei arrastão,
Cacei no mato do assopro
Com gaiola de alçapão.

Cantei em terno de reis,
Brinquei em boi de mamão,
Fiz muita serenata
De cavaco e violão.
Já vim a pé da cidade
Com os sapatos na mão.

Hoje olho as estrelas,
Planetas em oposição,
Lavro a terra generosa
E cuido da plantação.
Ainda jogo tarrafa
Da popa do batelão.

Depois de versos tão simples
Conforme a moda de então
E rimas tão corriqueiras
Com a mesma terminação,
Agora eu lhe pergunto:
Sou manezinho ou não?
http://74.125.47.132/search?q=cache:hqI8lQYhobkJ:br.geocities.com/varalves/av02.htm+manezinho&cd=20&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br



-=-=-=-


Notas do blogueiro:


Verseja bem o Avelino,
mas completo não é não,
pois, esqueceu-se o bom homem
da piroca e do pirão


Falhou ainda o poeta
pois marisco citou não,
além de haver olvidado
da ostra e do berbigão.


Também poetou o Avelino
Com certa imperfeição,
Não lembrando do goiá
e esquecendo o catanhão.


É possível ter o vate
comido o bom peixe-porco
E o baiacu amarelo
Sem ter caído de borco


Pra encerrar as lembranças
Não podemos esquecer
Da sardinha e manjuvão,
Tão gostosos de comer.

Um comentário:

claudia costa disse...

Parabéns pela matéria, interessante...