Perfil

Advogado - Nascido em 1949, na Ilha de SC/BR - Ateu - Adepto do Humanismo e da Ecologia - Residente em Ratones - Florianópolis/SC/BR

Mensagem aos leitores

Benvindo ao universo dos leitores do Izidoro.
Você está convidado a tecer comentários sobre as matérias postadas, os quais serão publicados automaticamente e mantidos neste blog, mesmo que contenham opinião contrária à emitida pelo mantenedor, salvo opiniões extremamente ofensivas, que serão expurgadas, ao critério exclusivo do blogueiro.
Não serão aceitas mensagens destinadas a propaganda comercial ou de serviços, sem que previamente consultado o responsável pelo blog.



segunda-feira, 18 de abril de 2011

Romã, na simbologia maçônica, religiosa e na gastronomia

Curiosidades:


1) Sobre a fruta em destaque nesta matéria e o que sobre ela  pensam os maçons (pedreiros livres), escreveu JOAQUIM GERVÁSIO DE FIGUEIREDO 33º (Dicionário de Maçonaria - Edit. Pensamento/SP,  p. 433):


ROMÃS DA AMIZADE. Emblemas que coroam as colunas J. e B. dos Templos e cujos grãos simbolizam a propseridade e solidariedade da família maçônica. Em certos Templos são substituídas pelos globos celeste e terrestre.


2) O vinho de romã - Há uma ínfima produção mundial da bebida, consumida praticamente toda pelos da crença judaica.


3) HANS BIEDERMANN, no Dicionário ilustrado de Símbolos (Edit. Melhoramentos/SP,  p. 328), escreveu:


(...) cultivada há muito tempo na região mediterrânea e no Oriente Próximo, a romã foi provavelmente difundida pelos fenícios e introduzida em regiões mais quentes como árvore frutífera e planta medicinal. Suas numerosas sementes,  envoltas em uma polpa suculenta eram consideradas representantes da fecundidade, enquanto o fruto todo era o símbolo de deusas como a fenícia Astarte (Ashtoret), das deusas dos mistérios Deméter e Perséfone (em latim, Ceres  e Proserpina), de AFrodite (Vênus) e de Atena.
Segundo o mito que dá origem ao culto de Elêusis, Perséfone, raptada e conduzida ao mundo inferior, teria podido deixar o Hades, se não tivesse comido uma semente de romã. Por esse motivo não podia ficar para sempre junto aos deuses, sendo obrigada a permanecer no Hades por um terço do ano.
A mãe de Átis, o amado da "grande mãe" Cibele, teria engravidado ao tocar uma árvore de romã. Essas árvores eram plantadas também sobre os túmulos dos heróis (talvez para assegurar-lhes uma descendência numerosa), e acreditava-se que eram habitadas por um tipo especial de ninfas, as "rhoiai".
Em Romã, a romã na mão de Juno era um símbolo do matrimônio.
Por causa de suas flores perfumadas de cdor vermelh-fogo, a árvore também era considerada  símbolo do amor e do matrimônio, seguido da fertilidade. 
As noivas usavam grinaldas feitas de seus ramos.


No cristianismo, a simbologia é espiritualizada e enriquecida com alusões à riqueza das bênçãos divinas e ao amor celestial. O suco vermelho da romã torna-se símbolo do sangue dos mártires; seus grãos, todos fechados em um único cerne, eram considerados símbolo dos homens unidos na comunidade eclesiástica. Como a casca  é dura, enquanto internamente o suco é doce, a romã servia para simbolizar também o sacerdote, severo externamente, mas intimamente benévolo.
Na simbologia barroca, a imagem da romã aberta, com a dos seus grãos, transformou-se na imagem da caridade, da doação generosa de bens, própria do amor misericordioso (Caritas, ordem dos irmãos misericordiosos).
Na heráldica,a romã adorna, entre outros, o brasão de Granada e da Colômbia (outrora "Nova Granada".




Agora o mais importante:


Você percebeu a quantidade de deuses e deusas que os homens cultuavam e que já despareceram?
Você se deu conta da profusa simbologia que os crentes dos mais variados cultos criaram em torno de uma simples  fruta?


Pois bem: em tais criações residem as sandices ensinadas pelas religiões, as quais, com o passar do tempo, caem na descrença e somem.


Assim acontecerá com os delírios de hoje, de todos os cultos. Nenhuma idéia absurda, do quilate das que são pregadas pelas mais diversas religiões, sobreviverá ao avanço inexorável da ciência.


Os deuses eram muitos e foram reduzidos a um só. Não tardará o tempo em que a humanidade despertará para o engôdo que ele representa e o considere mera fantasia, coisa de cabeças temerosas e/ou atrasadas.

=-=-=-=-=

Pablo Uchoa | 15:45, domingo, 17 abril 2011
Romã é fonte de vitaminas e antioxidantes



Foi uma dessas felizes coincidências que eu tenha resolvido ir a um restaurante persa justamente às vésperas do Ano Novo persa, o Nowruz, algumas semanas atrás.

Eu não sabia, mas fui informado de que o Ano Novo persa coincide com a entrada da primavera no hemisfério norte (o que aliás me parece bem apropriado). As lojinhas do oeste de Londres, onde fica o fino da bossa local em comida do Oriente Médio, vendiam o sabzeh, uma espécie de arranjo de brotos de lentilha e trigo, simbolizando o começo de um novo período.

Para mim, que moro no norte/leste/região central de Londres, essas idas ao oeste são como ir para outro país. E as boas-vindas ao restaurante Sufi só confirmaram o estado de, digamos, feriado espiritual. Um forno de cerâmica logo na entrada enche o ar com o aroma de pão quentinho, o pão nan, achatado e salpicado com sementes de gergelim.

A antiga Pérsia, hoje Irã, sempre foi lugar de passagem para as mercadorias que percorriam a rota da seda e a cozinha, como o resto da cultura, creio eu, não deixa de refletir isso. A culinária agrega tanto as doces especiarias das Arábias quanto os temperos das Índias do Pacífico, conjugados de maneira delicada mas profunda, multidimensional.

Adorei a experiência e não deixei de, na volta para casa, passar em uma das lojinhas e comprar alguns ingredientes muito usados no cardápio do restaurante: romã (a fruta em si), xarope de romã (feito do suco da fruta reduzido com um toque de suco de limão) e nozes.

A combinação é muito usada em entradas, saladas, pratos quentes. Em particular, no delicioso e rico fesenjan, um ensopado normalmente feito com frango ou pato e consumido, leio, bastante na época do Ano Novo.

Confesso, nunca havia cozinhado com romã, cuja referência para mim era apenas, se me engano, a opção mais assanhadinha naquela brincadeira de criança pêra-uva-maçã. Agora sei que a fruta tem várias vitaminas, combate os radicais livres e faz bem à saúde.

Não há nada de avançado na receita de azeitonas que deixo aqui, tirada do excelente
blog Turmeric & Saffron. É possível adaptá-la segundo o gosto de cada um. Uma forma criativa e fácil de variar aquela tábua de queijos, pães e outras comidinhas para acompanhar uma noite de vinhos com os amigos.

Zaytoon Parvardeh
(Azeitonas verdes em molho de romã, nozes e ervas)

400 g de azeitonas verdes (sem semente e lavadas para retirar o sal)
4 dentes de alho
1 xícara de sementes de romã
1 xícara de nozes picadas
½ xícara de xarope de romã
2 colheres de azeite
Um punhado de hortelã picada
Sal e pimenta a gosto
Misture primeiro os ingredientes sólidos – azeitonas, alho, sementes de romã, nozes.


Zaytoon Parvardeh (Foto: Turmeric & Saffron)
Depois, o azeite e o xarope de romã. Prove e, se achar que precisa, coloque um pouco mais do ingrediente que preferir. Acrescente sal e pimenta a gosto e, para terminar, a hortelã. Mantenha na geladeira umas duas horas antes de servir para permitir que os sabores se combinem.

Não tem muito erro – o “perigo” maior é utilizar azeitonas salgadas demais ou carregar no alho e ofuscar a delicadeza dos outros ingredientes. Na proporção certa, com ingredientes frescos, é uma receita aromática.

Para terminar, deixo aqui alguns links que podem ser úteis: o do restaurante Sufi, do blog de comida persa e de outras receitas com romã no blog da BBC. Até a próxima!
http://www.sufirestaurant.com/menu.php 

Fonte: BBC

Nenhum comentário: