Atirador norueguês diz que agiu sozinho
O país vive um dia de luto pelas vítimas dos ataque
O suspeito de ter cometido os ataques que mataram pelo menos 93 pessoas na Noruega disse que agiu sozinho, afirmou neste domingo a polícia do país.
Anders Behring Breivik, um suposto extremista de direita de 32 anos de idade, disse ter cometido tanto o ataque à bomba na capital, Oslo, que matou sete pessoas e o massacre de outras 85 em um campo para jovens na ilha de Utoeya, ambos na sexta-feira.
Uma pessoa ferida na ilha que estava hospializada morreu neste domingo.
O número de vítimas fatais pode ainda subir já que há pelo menos quatro pessoas desaparecidas e outras 96 foram feridas.
O chefe de polícia Sveinung Sponheim disse que Breivik “admitiu tanto o ataque à bomba como os tiros, embora não esteja admitindo culpa criminal”.
"Ele diz ter agido sozinho, mas a polícia precisa verificar tudo o que ele diz. Alguns dos testemunhos coletados na ilha nos fez questionar se havia um ou mais atiradores", disse ele.
Sponheim disse que a polícia não procura ninguém mais no momento e que Breivik vem cooperando com o interrogatório.
Ele deve aparecer perante um tribunal na segunda-feira.O policial confirmou que o tempo máximo que Breivik permaneceria preso, segundo as leis norueguesas, é de 21 anos.
Funeral
Stoltenberg: 'tragédia nacional'
Neste domingo aconteceram funerais das vítimas em diversas partes do país, inclusive na principal catedral luterana norueguesa, em Oslo.
O rei norueguês Haroldo V e sua esposa, a rainha Sônia, estiveram na catedral junto com o primeiro-ministro, Jens Stoltenberg.
Stoltenberg disse aos presentes que os dois dias desde o ataque parecem "uma eternidade e as noites são repletas de angustia e lágrimas".
"Cada um dos que nos deixaram é uma tragédia. Uma tragédia nacional", disse o premiê.
Justificativa
O advogado de Breivik, Geir Lippestad, disse que o ataque foi planejado por algum tempo.
"Ele considerou ser uma crueldade ter que cometer estes atos, mas em sua mente, eram necessários", disse o advogado à imprensa norueguesa.
"Ele queria uma mudança na sociedade e, desta perspectiva, ele precisava pressionar por uma revolução. Ele queria atacar a sociedade e sua estrutura."
O atirador foi preso com a chegada da polícia, cerca de 90 minutos após o início do massacre no campo de verão para a juventude organizado pelo Partido Trabalhista.
Lippestad disse que Breivik se rendeu quando sua munição acabou.
Ele disse ter ido até Uoeya para "dar um aviso ao Partido Trabalhista que o dia do juízo final está próximo a menos que eles mudem suas políticas".
O advogado disse que seu cliente permaneceu calmo durante o interrogatório de dez horas.
A imagem mostra Breivik com roupa de mergulho e com uma arma
"Acredito que ele percebe o que fez e se considera capaz mentalmente", disse ele.
Templários
Acredita-se que o suspeito tenha ligações com grupos extremistas de direita. Imagens suas portando uma arma apareceram em um vídeo anti-islâmico chamado Knights Templar 2083 divulgado no site Youtube.
Um documento de 1.500 páginas em inglês e atribuído a Breivik foi publicado na internet horas antes do ataque, sob o pseudônimo de Andrew Berwick.
O vídeo e o documento fazem referencias ao multiculturalismo e a imigração de muçulmanos.
O autor se diz ser um seguidor dos templários, ordem cristã medieval envolvida nas cruzadas e por vezes reverenciada por defensores da supremacia branca.
Fonte: BBC
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Cristão fundamentalista?
O terrorista viking da extrema-direita
Alguns jornais americanos e europeus mais apressados foram logo atribuindo à Al-Qaeda os atentados cometidos em Oslo, na Noruega, no qual morreram 92 pessoas e restam cinco desaparecidas. A razão invocada parecia evidente – seria em represália aos soldados noruegueses no Afganistão, à participação nos bombardeios na Líbia ou às caricaturas de Maomé.
Mas se enganaram. O autor dos atentados não usa turbante, nem se chama Mohamed ou Mustafá, nem tem barba, nem grita Alá é Grande e nem se suicidou como costumam fazer os kamikases islamitas.
É um autêntico escandinavo, alto e magro como um manequim, de cabelos loiros, rosto branco longo, bem escanhoado e olhos azuis. Suas fotos estão hoje em todos os jornais, na televisão, na Internet e na memória dos pais que perderam seus filhos queridos.
Anders Behring Breivik, legítimo descendente dos vikings, é o que as mulheres chamariam de um homem bonito com cara de anjo, que qualquer pai deixaria sair de noite com sua filha.
Engano fatal. Anders Behring Breivik é um assassino, cruel, impiedoso, que, na ilha de Utoya, passou uma hora e meia descarregando seu fuzil-metralhadora nos jovens participantes de um acampamento promovido pelo Partido dos Trabalhadores e teria matado um número maior, se não fosse a chegada de policiais alertados por desesperados twiters.
Ex-membro de um partido nacionalista, da direita populista da Noruega, na verdade da extrema-direita. O Partido do Progresso, seu nome, reúne os defensores dos ideais conservadores e quer a proteção da Noruega contra a invasão dos imigrantes estrangeiros, coisa de 10% de trabalhadores, que deixaram seus países ensolarados para terem emprego e bom salário no frio mas rico país exportador de petróleo.
Anders Behring Breivik é nacionalista, defende os valores culturais e religiosos do cristianismo fundamentalista, é contra o Islã ou religião muçulmana, contra o multiculturalismo, contra a mestiçagem da sociedade ocidental, contra os imigrantes e contra o socialismo trabalhista democrático que governa o país. Frequentou um clube de tiro ao alvo, donde sua precisão no massacre perpretado, tinha revólver e fuzil-metralhadora em casa e aprendeu a fazer bomba com adubo agrícola. Bombas, diga-se de passagem, mais potentes que as usadas pela Al-Qaeda.
O bonito e angelical norueguês lembra um americano também capaz de colocar em prática seu ódio ideológico. Lembra Timothy McVeigh, do atentado também contra um prédio administrativo em Oklahoma City, no qual morreram 168 pessoas, em abril de 1965. Timothy era branco, jovem de 26 anos, e se sentia atraído pelas idéias extremistas dos neonazistas. E igualmente não se suicidou após o massacre cometido. Talvez se possa dizer que tanto Timothy como Anders sentiram-se satisfeitos por terem concluído seus projetos de ódio.
E se o autor dos atentados fosse islamita ? Provavelmente, haveria uma represália e se responsabilizaria a coletividade muçulmana. Porém, como Anders é noruegues, militante de extrema-direita como provam seus escritos sob pseudônimo na Internet e seu plano de massacre datado de 2009, não haverá uma responsabilização do fundamentalismo cristão, nem da ideologia da extrema-direita, que cresce nos países escandinavos. Se não aparecerem cúmplices nos atentados, Anders será considerado simplesmente um louco solitário e ponto final.(Publicado originalmente no Direto da Redação)
Rui Martins, jornalista, escritor, líder emigrante, correspondente em Genebra
Fonte: CORREIO DO BRASIL
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Em uma busca em seu domicílio após os ataques, a polícia encontrou várias mensagens postadas na internet com conteúdo ultradireitista e anti-islã, segundo declarações policiais à cadeia pública NRK.
Testemunhas relataram ao mesmo meio que o agressor entrou no acampamento juvenil social-democrata com uniforme da polícia e se identificou como tal para ter acesso ao local.
Durante a madrugada, a polícia apresentou o cálculo de 84 vítimas na ilha de Utoya, onde centenas de jovens de entre 14 e 17 anos participavam de um acampamento da juventude social-democrata, o partido do primeiro-ministro Jens Stoltenberg. Mais de 20 estão internadas, a maioria em estado grave.
O ataque na ilha ocorreu por volta das 10h30 de Brasília, duas horas depois do atentado a bomba no complexo governamental de Oslo, que deixou sete mortos e 15 feridos.
A explosão estourou vidraças no edifício de 17 andares onde fica o escritório do primeiro-ministro e também do Ministério do Petróleo, que está em chamas.
O prédio do tabloide "VG" e outras publicações norueguesas, que fica próximo, também foi danificado.
"Vi que as janelas do edifício do "VG" e da sede do governo estouraram. Há pessoas ensanguentadas nas ruas", disse um jornalista da rádio estatal NRK, que está no local.
"Há vidro por toda a parte. É o caos total. As janelas de todos os edifícios dos arredores voaram pelos ares", afirmou o jornalista da NRK Ingunn Andersen, que a princípio pensou que o estrondo fosse um terremoto.
As imagens divulgadas pelos jornais noruegueses mostram os destroços acumulados em frente ao edifício da "VG". Já as cenas filmadas por noruegueses nos momentos após a explosão mostram grande correria e pânico nas ruas.
O primeiro-ministro norueguês, Jens Stoltenberg, classificou neste sábado de a "pior tragédia desde a Segunda Guerra Mundial" o duplo atentado perpetrado ontem em Oslo e na vizinha ilha de Utoya, com um balanço de pelo menos 87 mortos.
Stoltenberg fez a declaração em um pronunciamento à população na manhã deste sábado, após a Polícia ter indicado que 84 pessoas morreram na ilha, onde centenas de jovens participavam de um acampamento da juventude social-democrata, o partido do primeiro-ministro.
"Foi um ataque ao paraíso da minha juventude, transformado agora em um inferno", acrescentou o político, que antes do atentado marcara uma visita à ilha hoje, lugar que visitou quando era jovem para participar de acampamentos.
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Polícia prende suspeito dos ataques a Oslo - é um norueguês hostil ao islã
Dezenas de pessoas morreram |
da Folha.com
A polícia da Noruega identificou como um norueguês "fundamentalista cristão", com "opiniões hostis ao islã", o suposto autor do duplo atentado cometido nesta sexta-feira em Oslo e em uma ilha vizinha à capital, que causou pelo menos 91 mortes, segundo novo balanço da polícia.
O suspeito, detido após o massacre na ilha e identificado pela imprensa local como Anders Behring Breivik (foto), de 32 anos, agiu sozinho, segundo as investigações policiais em curso.
A polícia da Noruega identificou como um norueguês "fundamentalista cristão", com "opiniões hostis ao islã", o suposto autor do duplo atentado cometido nesta sexta-feira em Oslo e em uma ilha vizinha à capital, que causou pelo menos 91 mortes, segundo novo balanço da polícia.
O suspeito, detido após o massacre na ilha e identificado pela imprensa local como Anders Behring Breivik (foto), de 32 anos, agiu sozinho, segundo as investigações policiais em curso.
Em uma busca em seu domicílio após os ataques, a polícia encontrou várias mensagens postadas na internet com conteúdo ultradireitista e anti-islã, segundo declarações policiais à cadeia pública NRK.
Testemunhas relataram ao mesmo meio que o agressor entrou no acampamento juvenil social-democrata com uniforme da polícia e se identificou como tal para ter acesso ao local.
Durante a madrugada, a polícia apresentou o cálculo de 84 vítimas na ilha de Utoya, onde centenas de jovens de entre 14 e 17 anos participavam de um acampamento da juventude social-democrata, o partido do primeiro-ministro Jens Stoltenberg. Mais de 20 estão internadas, a maioria em estado grave.
O ataque na ilha ocorreu por volta das 10h30 de Brasília, duas horas depois do atentado a bomba no complexo governamental de Oslo, que deixou sete mortos e 15 feridos.
A explosão estourou vidraças no edifício de 17 andares onde fica o escritório do primeiro-ministro e também do Ministério do Petróleo, que está em chamas.
O prédio do tabloide "VG" e outras publicações norueguesas, que fica próximo, também foi danificado.
"Vi que as janelas do edifício do "VG" e da sede do governo estouraram. Há pessoas ensanguentadas nas ruas", disse um jornalista da rádio estatal NRK, que está no local.
"Há vidro por toda a parte. É o caos total. As janelas de todos os edifícios dos arredores voaram pelos ares", afirmou o jornalista da NRK Ingunn Andersen, que a princípio pensou que o estrondo fosse um terremoto.
As imagens divulgadas pelos jornais noruegueses mostram os destroços acumulados em frente ao edifício da "VG". Já as cenas filmadas por noruegueses nos momentos após a explosão mostram grande correria e pânico nas ruas.
O primeiro-ministro norueguês, Jens Stoltenberg, classificou neste sábado de a "pior tragédia desde a Segunda Guerra Mundial" o duplo atentado perpetrado ontem em Oslo e na vizinha ilha de Utoya, com um balanço de pelo menos 87 mortos.
Stoltenberg fez a declaração em um pronunciamento à população na manhã deste sábado, após a Polícia ter indicado que 84 pessoas morreram na ilha, onde centenas de jovens participavam de um acampamento da juventude social-democrata, o partido do primeiro-ministro.
"Foi um ataque ao paraíso da minha juventude, transformado agora em um inferno", acrescentou o político, que antes do atentado marcara uma visita à ilha hoje, lugar que visitou quando era jovem para participar de acampamentos.
Centenas de pessoas ficaram feridas Fonte:PAULOPES WEBLOG -=-=-=-=-= Assassino de Oslo deixou manifesto de 1500 páginas em que se vê como mártirO documento traz também um relato detalhado dos preparativos que antecederam os atentados que deixaram 92 mortos - e revela a loucura de Breivik
Em manifesto, assassino de Oslo detalha o planejamento do atentado (Divulgação)
Antes de executar 92 pessoas em Oslo, o assassino norueguês Anders Behring Breivik - que confessou ter planejado o massacre à polícia norueguesa na tarde deste sábado - enviou a todos os seus contatos na rede social Facebook (cerca de 7 000) uma mensagem contendo um vídeo e um manifesto de 1500 páginas. Segundo o jornal Afterposten, policiais que acompanharam o depoimento de Breivik confirmam se tratar de um texto de autoria do assassino. Fotos e um vídeo acompavam o documento.
Ao longo do sábado, comentários políticos postados por Breivik em sites noruegueses como o Document.no já haviam emergido, apresentando um mosaico de suas ideias políticas. O manifesto batizado de A European Declaration of Independence (Uma Declaração Europeia de Independência) desenvolve essas ideias de maneira obsessiva e grotesca. O documento é um compêndio caudaloso de reflexões políticas, filosóficas, religiosas e sociológicas, um diário do período em que os atentados foram planejados e ainda uma fonte de informações sobre a vida privada de Breivik, que emerge das páginas como um jovem perturbado e tomado por delírios de grandeza.
"Sempre levarei comigo a certeza de ser um campeão do conservadorismo cultural, talvez o maior da Europa desde 1950", diz o atirador a certa altura. "Sou um dos muitos destruidores do marxismo e, assim, um herói da Europa, salvador de nosso povo e da cristandade. Um exemplo perfeito que deveria ser copiado, aplaudido e celebrado. Saberei que fiz tudo para deter o genocídio cultural e demográfico dos europeus e reverter a islamisação da Europa."
Templários - Breivik, não assina o documento com seu próprio nome, mas com uma versão anglicizada dele, Andrew Berwick. Ele afirma fazer parte de uma organização secreta que se espelha na dos antigos cavaleiros medievais, voltada a proteger os cristãos que faziam a peregrinação a Jerusalém. Esses novos templários almejariam formar "o principal movimento revolucionário conservador da Europa Ocidental".
Uma extensa seção no final do manifesto de Breivik, batizada de "Diário de um Cavaleiro Templário", explica por que ele se filiou à tal ordem secreta (supostamente numa viagem à Inglaterra) depois de desligar-se do Partido Progressista norueguês, no qual militou por 10 anos: "Perdi a fé na luta democrática para salvar a Europa da islamização". Mas esse segmento da volumosa "Declaração" de Breivik é, antes de mais nada, um relato detalhado de todo o planejamento dos atentados que o levaram a matar 92 pessoas.
Breivik conta como criou um esconderijo na floresta para armazenar produtos químicos e fazer testes de fabricação de explosivos. Relata viagens para tentar adquirir armamentos. Explica como financiou a compra de todos os equipamentos para os atentados (ele afirma ter gasto exatos 310 000 euros de suas próprias economias). Registra seus esforços para escapar do radar das autoridades. E antecipa o momento da chacina: "Tudo acontecerá em meio à ação de esteroides e efedrina, que aumentarão minha agressividade, desempenho físico e foco mental em até 60% - ou possivelmente 100%. Além disso, colocarei meu iPod no volume máximo para afastar o medo, se necessário".
Breivik dá a entender que seu plano incluia quatro fases - as duas últimas, aparentemente, não puderam ser realizadas.
Sex and the City - Em diversos pontos do manifesto, a pregação política é subitamente interrompida por considerações sobre a intimidade de Breivik. Uma seção destinada a discutir o legado da revolução sexual se transforma em peça de acusação contra seus amigos e familiares. "O estilo de vida típico de Sex And The City não deixou de me influenciar", diz Breivik, "mas passei por uma mudança de mentalidade". Ele conta, então, que sua meia-irmã foi infectada por uma doença sexualmente transmissível "depois de ter mais de 40 parceiros sexuais" e que sua mãe adquiriu herpes genital de seu namorado (padrasto de Breivik), um oficial do exército norueguês que teria tido "mais de 500 parceiras". Diz o atirador: "Minha mãe e minha irmã envergonharam não apenas a mim, mas a elas mesmas e a toda a família. Uma família dilacerada pelos efeitos da revolução sexual feminista."
Nas páginas finais do texto, Breivik também deixa claro que pretende transformar-se em mártir. Ele afirma que um templário rejeita, em princípio, o suicídio, e prefere a morte em batalha ou como efeito colateral dos ataques que realiza. Mas existe uma circunstância em que o suicídio se torna aceitável: "Um templário só se suicida depois de ser capturado, para escapar da tortura ou da execução", diz.
Apesar de todas as referências ao templários e à cristandade, Breivik afirma explicitamente que não sua motivação principal não se encontra na religião: "Não vou fingir que sou uma pessoa profundamente religiosa, pois isso seria mentira. Sempre fui muito pragmático e influenciado pelo ambiente secular em que vivo."
Fonte: Rev. VEJA
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