Caso DSK deixou franceses chocados com o “circo americano”
As muitas reviravoltas e projecção mediática do caso criminal contra o político francês Dominique Strauss-Kahn, que se demitiu da chefia do Fundo Monetário Internacional na esteira de acusações de violação de uma camareira de hotel em Nova Iorque, despertou um sentimento anti-Estados Unidos em França e muitas críticas à cultura “de circo” norte-americana e aos riscos que a mesma acarreta na justiça.
Strauss-Kahn e a sua mulher, Anne Sinclair (Foto: Allison Joyce/Reuters)
“[Dominique Strauss-Kahn] foi atirado aos lobos”, sublinhou o antigo primeiro-ministro francês Lionel Jospin neste ecoar de críticas francesas ao sistema norte-americano, ao mesmo tempo que o antigo ministro da Justiça Robert Badinter descreveu o tratamento dado a DSK como um “linchamento, um assassinato mediático”.
A França ficou chocada logo desde os primeiros momentos do estalar do caso, quando o político – dado até então como mais do que certo candidato dos socialistas às presidenciais de França de Abril (primeira volta) e Maio próximos – foi detido, há mês e meio, com grande aparato, algemado e mostrado na televisão numa primeira audiência de tribunal que o conduziu a uma cela da prisão de Rikers Island.
Com o colapso do caso, devido a questões de falta de credibilidade da alegada vítima da agressão sexual, e a libertação de DSK, os franceses não estão a poupar nenhumas críticas, mesmo tendo sido os procuradores norte-americanos a descobrir e revelar todas as falhas nos testemunhos da camareira. “[Estas reviravoltas] acordaram um sentimento anti-americano dormente na sociedade francesa e os grandes perdedores são a justiça americana e a polícia de Nova Iorque”, estimou ao diário The New York Times a analista Dominique Moïsi, perita nas relações entre a França e os Estados Unidos.
Ecoando também tal sentimento, o jornal Le Monde estimava no fim-de-semana, em editorial, que “o mínimo que se pode dizer é que os caprichos dos procedimentos norte-americanos condenaram Dominique Strauss-Kahn antes mesmo do início de um inquérito sério”. E acusou a “máquina mediática judicial” dos Estados Unidos de ter causado “enormes custos” ao político francês, desde a perda do seu cargo na chefia do Fundo Monetário Internacional até mesmo ao seu futuro político.
Entretanto, o líder dos socialistas franceses, Harlem Desir – que assumiu a chefia do partido após a saída, na quinta-feira, de Martine Aubry destas funções –, apelou à calma. “Se há aqui uma lição a aprender de todo este caso [envolvendo DSK], é a de não falar antes de os factos serem conhecidos”, sublinhou numa entrevista ontem à noite na televisão. “Quero que Dominique seja ilibado, a sua honra recuperada e que ele regresse a Paris, para o nosso lado. Todos os franceses devem ficar felizes com isto”, sustentou.
Fonte: PUBLICO (Portugal)
A França ficou chocada logo desde os primeiros momentos do estalar do caso, quando o político – dado até então como mais do que certo candidato dos socialistas às presidenciais de França de Abril (primeira volta) e Maio próximos – foi detido, há mês e meio, com grande aparato, algemado e mostrado na televisão numa primeira audiência de tribunal que o conduziu a uma cela da prisão de Rikers Island.
Com o colapso do caso, devido a questões de falta de credibilidade da alegada vítima da agressão sexual, e a libertação de DSK, os franceses não estão a poupar nenhumas críticas, mesmo tendo sido os procuradores norte-americanos a descobrir e revelar todas as falhas nos testemunhos da camareira. “[Estas reviravoltas] acordaram um sentimento anti-americano dormente na sociedade francesa e os grandes perdedores são a justiça americana e a polícia de Nova Iorque”, estimou ao diário The New York Times a analista Dominique Moïsi, perita nas relações entre a França e os Estados Unidos.
Ecoando também tal sentimento, o jornal Le Monde estimava no fim-de-semana, em editorial, que “o mínimo que se pode dizer é que os caprichos dos procedimentos norte-americanos condenaram Dominique Strauss-Kahn antes mesmo do início de um inquérito sério”. E acusou a “máquina mediática judicial” dos Estados Unidos de ter causado “enormes custos” ao político francês, desde a perda do seu cargo na chefia do Fundo Monetário Internacional até mesmo ao seu futuro político.
Entretanto, o líder dos socialistas franceses, Harlem Desir – que assumiu a chefia do partido após a saída, na quinta-feira, de Martine Aubry destas funções –, apelou à calma. “Se há aqui uma lição a aprender de todo este caso [envolvendo DSK], é a de não falar antes de os factos serem conhecidos”, sublinhou numa entrevista ontem à noite na televisão. “Quero que Dominique seja ilibado, a sua honra recuperada e que ele regresse a Paris, para o nosso lado. Todos os franceses devem ficar felizes com isto”, sustentou.
Fonte: PUBLICO (Portugal)
Nenhum comentário:
Postar um comentário