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segunda-feira, 11 de julho de 2011

Perguntas pertinentes e respostas inevitavelmente óbvias

O colega signatário do artigo que segue transcrito, com a perspicácia que lhe é peculiar,  tece considerações e formula "indagações" por demais pertinentes, a respeito do inescondível interesse de políticos do topo da hierarquia da administração estadual de serem mandados para o DEINFRA.

A vaca leiteira - não é coisa dos governos atuais - é mais conhecida que aquela do rótulo dos produtos da marca "Mu-Mu",  expressão que virou sinônimo de moleza, facilidade, delícia de vida, etc...

Os "Alfredo Nascimento" são muitos, Brasil afora, gente  (e partidos) que abocanha(m) gordas comissões, em troca de facilitação e privilegiamento de empresas.

As empreiteiras e seu poder de $edução também são sobejamente conhecidos.

As administradoras de rodovias, que faturam gordos pedágios, depois que o Governo Federal promove a implantaçao das rodovias, também não faltam em nosso País.

É uma "festa", enfim, onde são cosumidos os recursos populares com uma voracidade indisfarçada.

O Antonio Carlos Magalhães - que diziam carrear para a OAS incontáveis e nebulosos contratos - morreu, mas não faltam sérios candiditatos a concorrer com ele, em matéria de má-fama.

O Ministério Público, última esperañça dos interesses coletivos, pode e deve agir com rigor, mas não se pode ter como favas contadas o sucesso das suas inicitaivas em defesa da coletividade, porquanto no Judiciário não existem somente vestais, gente séria.


Ao contrário, é assutador o número dos magistrados (de todos os graus)  que se deixam - traindo as expectativas da população - ser cooptados por políticos e empresas, com frequência preocupante.


Há um odor de podridão no ar, que circula independentemente de onde venham os ventos. A continuar a impunidade a imperar, em pouco teremos o Brasil galgando as primeiras colocações no ranking dos países mais corruptos.


E, então, uma pergunta se impõe: onde encontrar estímulo para ser solidário e pagar tributos que deveriam ser destinados
 ao atendimento das necessidades mais primárias da população, se sabemos, adredemente, que boa parte dos valores arrecadados vão parar nas contas dos tubarões da política, entre outros?

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OS SINAIS DA FUMAÇA

Por Edison da Silva Jardim Filho

     Mais um escândalo de mega corrupção estourou no governo federal, levando de roldão a cúpula inteira do Ministério dos Transportes, transformado que foi pelo presidente Lula, desde o início do seu primeiro governo, em moeda de troca com o PR (Partido da República) para a obtenção de apoio nas votações da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. O que motivou a queda do ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, do diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), do presidente da Valec (a estatal de obras ferroviárias), e de outros dirigentes e assessores do ministério, foram contratações de obras superfaturadas em rodovias e ferrovias, com muitos aditivos extrapolando os orçamentos iniciais, e cobranças de propinas de 4% das empresas prestadoras de serviços e de consultorias.

    No Brasil, a fila dos grandes escândalos de corrupção anda com uma velocidade de fórmula um, e quase já está esquecida a multiplicação, em tempo recorde, do patrimônio do então ministro-chefe da Casa Civil, Antônio Palocci, resultante de “infalível” e, claro, sigilosa consultoria prestada a empresas que mantêm fortes interesses financeiros junto ao governo federal.

    Esses dois últimos escândalos de corrupção, que derrubaram, em questão de poucos dias, ministros poderosos, foram descobertos e noticiados pelo jornalismo investigativo de veículos da mídia impressa da grande imprensa brasileira. A corrupção crônica no Ministério dos Transportes, pela revista “Veja”, na edição da primeira semana de julho; e o escândalo do patrimônio do ex-ministro Palocci, pelo jornal “Folha de S.Paulo”. A importância da grande imprensa independente nas denúncias de escândalos de corrupção no governo federal, foi adequadamente traduzida no título de recente artigo da jornalista Eliane Cantanhêde, publicado na “Folha de S.Paulo”: “Não fosse a imprensa...”

    Como os maiores órgãos da imprensa catarinense não praticam e nunca praticaram o jornalismo investigativo, e a Polícia Civil e o Tribunal de Contas estão amarrados aos calcanhares do governo do estado, só resta ao Ministério Público de Santa Catarina (MP/SC) sair da toca das benesses funcionais e salariais e da complacência com a criminalidade política e administrativa, e pegar o leão com as unhas. As Constituições Federal e Estadual deram poderes formidáveis ao MP/SC. A Lei Orgânica do MP/SC (Lei Complementar n° 197, de 13/07/2.000) esgarçou, ao máximo, esses poderes.

    Inobstante, o “Plano Geral de Atuação” do MP/SC para 2011, em suas 36 páginas, não menciona uma única vez a palavra “corrupção”. Sequer lança mão de outro vocábulo, de sonoridade menos cortante, para substituí-la. A prioridade do MP/SC é o combate ao crime de tráfico de drogas e aos delitos afins, como a lavagem de dinheiro.

    Mas os sinais de fumaça da corrupção, tal qual no plano federal, estão a dar cambalhotas nas fuças do MP/SC. Para manter uma correlação com o ministério e os órgãos envolvidos no último grande escândalo da corrupção endêmica brasileira, a cúpula do MP/SC bem que podia se prestar a duas indagações, que nem lhe exigiriam muita perspicácia. O que faz um deputado estadual, advogado por formação, assumir o cargo de Secretário de Estado da Infraestrutura, responsável pela execução da política estadual de transportes e obras nas malhas rodoviária e ferroviária? E o que faz um vice-governador, que tem tanto poder sobre o PMDB apesar de não disputar eleição, botando a sua cara na frente, desde 2000 quando perdeu o pleito para prefeito de Criciúma, migrar do controle das empresas do conglomerado Celesc para o Deinfra (Departamento Estadual de Infraestrutura), incumbido da implementação da política do governo do estado para a infraestrutura de transportes, edificações e obras hidráulicas?

    Se a cúpula do MP/SC aceitar, posso redigir, sem cobrar um tostão, o capítulo mais importante do seu “Plano Geral de Atuação” para 2011 e anos subsequentes. 

Fonte: CANGABLOG

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