Uma série de ataques coordenados na noite de
sexta-feira na maior cidade do norte nigeriano, Kano, matou mais de 150
pessoas, segundo fontes no local.
Hospitais e necrotérios têm dificuldades para lidar com a grande quantidade de mortos e feridos que permanecem chegando.
As explosões destruíram prédios da polícia na cidade, que agora está sob toque de recolher de 24 horas.
O grupo fundamentalista islâmico Boko Haram
assumiu o ataque, considerado seu mais violento até hoje. Seu nome
significa ''educação ocidental é proibida''.
A organização esteve por trás de uma série de
ações violentas na região Norte da Nigéria, de população
predominantemente muçulmana.
Um porta-voz do Boko Haram, Abul Qaqa, disse a
jornalistas na cidade de Maiduguri, no Nordeste da Nigéria e que abriga o
QG do grupo militante, que os ataques foram uma resposta à recusa das
autoridades em libertar militantes da organização que estão presos.
Demora
A polícia confirmou apenas sete mortes, mas o
repórter da BBC em Kano Mark Doyle diz ter contado 150 corpos no
necrotério do maior hospital da cidade.
"O clima no centro de Kano é extremamente tenso,
com multidões se formando e dissipando-se quando sentem que algo pode
acontecer", diz Mark Doyle.
Em outras estimativas, uma fonte médica
confirmou à agência de notícias AP 143 mortos. Outra fonte disse à
agência AFP que 162 pessoas morreram.
Policiais teriam fugido do local e outros teriam
se refugiado em valas. Os militares tardaram 30 minutos para chegar ao
local em que os atos de violência foram registrados e até lá os autores
dos ataques já haviam fugido.
As estradas locais estão completamente desertas.
E moradores estão levantando sérias dúvidas sobre a segurança no país,
já que os perpetradores dos atentados conseguiram atacar quase que
simultaneamente diversas estações de polícia.
Além de sedes de polícia, os alvos incluíram ainda centros de imigração e de expedição de passaportes.
Protestos e violência
Além da violência sectária, a Nigéria tem sido
marcada nos últimos dias por uma série de manifestações populares contra
o projeto do governo de cortar subsídios à gasolina no país.
Sob pressão dos protestos populares, o governo chegou a rever, parcialmente, seus planos em relação aos subsídios.
Os atentados à bomba ocorreram em Kano, uma antiga cidade sagrada muçulmana, ao longo de mais de uma hora e meia.
Nuvens de fumaça se ergueram sobre a cidade
enquanto moradores em pânico tentavam fugir das áreas em que as
explosões foram registradas.
Uma pessoa que testemunhou o ataque feito contra
uma delegacia no sul da cidade contou ter visto seis pistoleiros
chegando de carro e de moto e disparando de modo a abrir caminho, antes
de terem detonado uma bomba.
Fonte: BBC
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