Em duas décadas, Franc Kramberger (foto), como arcebispo da cidade eslovena Maribor, criou com a ajuda do dinheiro de fiéis um império de empresas de comunicações. Umas delas é uma produtora de filmes pornográficos para a televisão T-2, também do grupo. Maribor tem 820 mil habitantes cuja maioria (80%) é católica.
Kramberger dizia que a produtora surgiu da necessidade de disputar um acirrado mercado de audiência. O Vaticano se incomodava com o fato de a igreja da Islovênia ser controladora de uma produtora de filmes pornôs, mas só agora, em fevereiro, quando as empresas geridas por Kramberger entraram em colapso, é que resolveu afastá-lo da paróquia e da Conferência Episcopal da Eslovênia, a CNBB de lá.
Um “visitante apostólico” (leia-se fiscal) enviado por Bento 16 a Eslovênia em 2010 constatou que as empresas têm um rombo de 800 milhões de euros (R$ 1,83 bilhão). A quantia equivale a 2% do PIB daquele país e três vezes superior aos recursos anuais do Vaticano.
O jornal L’Espresso resumiu: “A pequena igreja deu passos maiores do que a perna criando um império econômico que está cambaleante”.
O arcebispo Anton Stres, de Liubliana, disse que abriu uma investigação para “punir todos os responsáveis”. Mas ele não garantiu que os 30 mil fiéis que investiram nas empresas vão ter o seu dinheiro de volta.
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