Rainha Sônia inaugurou o memorial
Na pequena cidade de Vardoe (ou Vardø), da Noruega, no centro de uma casa com paredes de vidros há uma insólita cadeira em chamas para lembrar que exatamente ali, no século 16, a Igreja Católica queimava mulheres (sobretudo elas) e homens acusados de bruxaria.
Esta instalação, projetada pela americana Louise Bourgeois, faz parte do Memorial Steilneset que Sônia Haraldsen, 74, a rainha do país, inaugurou ontem (24) em homenagem às vítimas da fúria católica.
Em um anexo à casa, há um corredor (concebido pelo arquiteto suíço Peter Zumthor) onde estão figuras de 77 mulheres e 14 homens que arderam no local em nome de Deus. Estima-se que essas 91 pessoas correspondam a um terço das vítimas da Inquisição na Noruega. Em nenhum outro lugar do país os representantes da igreja caçaram e queimaram tantas bruxas.
Na Idade Média, os eclesiásticos escolheram aquele local para julgar e queimar os acusados de heresia ou de ter feito pacto com o diabo por ser de fácil acesso. A ideia era de que o máximo de pessoas vissem à punição de modo a ficarem atentas às tentações do diabo, mantendo-se, obviamente, obedientes à igreja.
Sônia comentou que sentiu um mal-estar porque era como tivesse retrocedido no tempo, na época da Inquisição.
Stein Ovesen, um dos responsáveis pelo memorial, disse que hoje a igreja e a sociedade assumem a responsabilidade pelo vergonhoso atentado contra aquelas pessoas e a dignidade humana. E acrescentou que a atual Noruega condena “a violência contra com base em raça, gênero, fé e convicção”.
Fonte: PAULOPES WEBLOG
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