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quarta-feira, 29 de junho de 2011

WikiLeaks: Câmara de Brasília é ‘refúgio de canalhas’






Em telegrama enviado a Washington

em agosto de 2004, a embaixada dos

EUA no Brasil descreve a Câmara

Distrital de Brasil em termos nada

lisonjeiros.

Assina o documento John Danilovich, que respondeu pela embaixada até 2005. Ele descreve no texto a cassação do deputado distrital Carlos Xavier (PMDB).
Era a primeira vez que o legislativo brasiliense passava um mandato na lamina. “Um malandro a menos na galeria”, anotou Danilovich no título do telegrama.
Na opinião de Danilovich, tratava-se de uma providência alvissareira, “dada a notoriedade da Assembleia em ser um refúgio de canalhas”.
Carlos Xavier escalara o cadafalso nas pegadas do assassinato de um menor que trabalhara na campanha dele e mantivera um caso amoroso com sua mulher.
O embaixador americano enxergou a cassação com olhos de dúvida. Poderia ser o início de uma tendência anti-impunidade.
Ou “meramente serviu para desenhar uma linha: que assassinos, pelo menos, não serão tolerados na Assembléia Distrital”.

Deve-se a divulgação do documento à

agência de jornalismo ‘Pública’. Em

parceria com o WikiLeaks, a entidade

divulga novo lote de papéis sobre o Brasil.
No caso da Câmara de Brasília, as palavras do embaixador Danilovich revelaram-se premonitórias.
O mensalão do DEM, escândalo subsequente, comprovaria à saciedade a existência de uma banda “canalha” no legislativo brasiliense.
Tomada pelos papéis já veiculados pela ‘Pública’, a diplomacia americana cultiva em relação ao Brasil interesses múltiplos.
O papelório enviado a Washington discorre sobre temas que vão de o reuniões com ministros às desavenças do PSDB. Há mais curiosidades que revelações.
Por exemplo: em telegrama datado de 5 de maio de 2008, o ministro Edison Lobão (Minas e Energia) é descrito como um privatista.
Apadrinhado por Sarney, Lobão acabara de ser nomeado por Lula. E a embaixada definiu-o assim: “Um amigo da indústria e a favor da privatização do setor elétrico”.
Ou assim: “Um ex-jornalista e político sem experiência na área de energia, em particular, que se comprometeu a se cercar de especialistas no assunto”.
A certa altura, o texto faz menção a um curioso telefonema “de cortesia” disparado pelo ministro ao embaixador Americano:
“Lobão se mostrou positivamente inclinado para formalizar negócios com os EUA”.
Noutro documento, de 16 de maio de 2008, afirma-se que o Brasil flertava com “apagões”…
…E critica-se o rigor ambiental que emperrava a concessão de licenças para a construção de hidrelétricas.
Antes de aproximar-se de Lobão, a embaixada achegara-se a uma de suas antecessoras na pasta: Dilma Rousseff.
Guindada ao cargo por Lula em 2003, alvorecer do primeiro mandato da Era petista, Dilma foi recebida na embaixada dos EUA por seis diplomatas.
O encontro virou um relatório, datado de 4 de setembro de 2003. Informa que Dilma discorreu sobre o modelo energético brasileiro e as mudanças que esboçava.
Discutia-se à época um novo marco regulatório para o setor, enviado posteriormente ao Congresso a bordo de duas medidas provisórias.
O texto não deixa dúvida quanto ao interesse dos EUA. A embaixada movia-se, informa o documento, na defesa de duas empresas americanas: NGR e Duke Energy.
Dilma mereceu bons adjetivos: “determinada”, “confiante” e “orgulhosa da transparência” que imprimira ao debate sobre a reformulação do setor energético.

Noutro documento, de outubro de

2009, a embaixada reproduz conversa

da então encarregada de negócios Lisa

Kubiske com um diretor da Vale.

Chama-se Guilherme Cavalcanti. Respondia pela diretoria de Finanças Corporativas da ex-estatal. Lero vai, lero vem falou de Lula.

Disse que o então presidente da

República imiscuia-se na gestão da

Vale, pressionando a empresa a

investir em siderurgia e fertilizantes.

“Fomos pressionados pelo governo a produzir aço”, disse Cavalcanti, segundo o texto da embaixada.
“Mas eles parecem ter se apaziguado com nosso investimento de mais de US$ 1 bilhão em siderurgia.” Erro.
Sob Dilma, o governo mexeu-se para levar à bandeja o escalpo de Roger Agnelli, ex-mandachuva da Vale.
Cavalcante assiste aos resultados da intervenção a partir de outra cadeira. Hoje, responde pela diretoria de Finanças e Relações com Investidores.



Fonte:  Via CANGABLOG

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