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domingo, 26 de junho de 2011

Como começou a propaganda odiosa e assassina contra os gays


por Concí Sales a propósito de
Igreja mostra sua vocação para violência ao se impor aos não fiéis



Uma das propostas do golpe geopolítico imperialista que criou o catolicismo romano foi o de destruir a imagem da civilização anterior, rotulando-a de "pagã", "lasciva", adepta do "nefando", associando a liberdade sexual no inconsciente coletivo da humanidade à desordem político-econômica e social.





O intuito era de explicar a decadência econômica e ruína do império creditando-a à adoração dos deuses gregos, então passados a se considerar demônios. 

Sendo o homossexualismo um costume também considerado "grego" (hoje diríamos que é mais italiano e cristão), inculpar os homossexuais pela derrota dos exércitos de Roma foi outro argumento por causa da clássica identificação destes com a feminilidade e fraqueza, depravação e falta de "virilidade". 

Toda uma propaganda odiosa, assassina, contra os gays tomou corpo desde então, com todos os pontífices, santos, doutores e teólogos criadores do clamantia coeli (pecado que brada aos céus e clama a vingança de Deus) amaldiçoando perenemente este pecado também chamado eclesiástico. 

Para desvencilharem-se da culpa pela incidência da então chamada "peste-gay" entre seus redutos, como no caso da morte de conhecido compositor religioso carioca, clássico autor de hinos de missas católicas, o vetusto cardeal atribuiu à vingança divina como punição pela natureza violentada, o castigo celeste da AIDS. Por ironia do destino, ou máscara da realidade, o "amor que não ousa dizer seu nome" medra onde mais o escorraçam, seja no mosteiro ou na caserna.

Conhecida missionária, mãe de um pitbull homofóbico que a cidade inteira sabe que é gay menos ela, prepara-se com suas amigas socialites da igrejinha neopentecostal onde frequenta para distribuir folhetos dizendo aos gays que Jesus te ama. 

Eu me preparo para mais uma manifestação solidária de apoio - conquanto admita que em primeiro lugar ocorra a emancipação feminina – a libertação da humanidade como um todo, de todos os preconceitos. 

Alguma outra alma caridosa, imbuída do piedosíssimo amor cristão, me diz: “Concí, quem em sã consciência vai pegar o telefone e dizer pras amigas: "Estou muito orgulhosa, tenho um filho gay!". 

Eu respondo que prefiro ter um filho gay a um machista preconceituoso e homofóbico, inimigo das mulheres, racista, misógino e reacionário. 

Não que um gay seja moeda de menor desgraça, na troca do nenhum senso, da consciência alienada. Muito pelo contrário, um gay é um cidadão apenas diferente, cuja específica diferença, justamente pelo incômodo que causa, é oportunidade prazerosa, para se avançar na direção dos outros não incomodos, ou não visíveis diferenças. 

Por que ninguém sai de casa pra protestar (a favor?) ou contra a corrupção da política? Evangélicos saem de casa no dia de Corpus Christi "pra defender toda essa corrupção", como dizia a candidata de Brasília. 

Ou por que não há passeatas pelo fim da compulsoriedade do imposto? Ou para denúncia do abuso da não taxação das fortunas? Ou do absurdo que ricos e pobres paguem por tudo o mesmo preço? 

Mas se há passeata a favor da legalização da maconha, ou da união civil entre homossexuais, é porque o nível da discussão, das liberdades políticas ainda é este. E o poder religioso "sabe" onde atacar pra evitar que se possa avançar. 

É onde justamente eu digo que se deve contra-atacar. Vive la difference! Da guerra dos contrários é que nasce a mais bela harmonia. A bitentôt!

Fonte: PAULOPES WEBLOG

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