Após a invasão do Iraque por tropas dos Estados Unidos em 2003 foi criado o "Gabinete de Reconstrução e Assistência Humanitária" cargo ocupado inicialmente pelo Tenente General Jay Garner logo substituído por Paul Bremer. Todavia, assumindo de uma vez o caráter de invasor, o então presidente Bush transformou o gabinete humanitário em órgão executivo que passa a denominar-se "Autoridade Provisória da Coligação" oferecendo a Bremer a condição de "vice-rei" do Iraque. Assumindo o poder Bremer organiza o saque seguindo, obviamente, as orientações previstas na "Executive Order" 13290/2003 assinada por Bush. Esta Executive Order reunia em uma conta no Tesouro dos Estados Unidos os recursos decorrentes da venda de petróleo iraquiano, fundos do programa da ONU "Petróleo por Alimentos" e ativos das empresas estatais iraquianas constituindo, por sua vez, o Fundo de Reconstrução do Iraque.
O objetivo desta manobra de transferência de recursos financeiros do Iraque para os Estados Unidos, conforme previsto na "Executive Order", foi "(...) ajudar o povo iraquiano na reconstrução de seu país", naturalmente respeitando os "interesses e beneficio dos Estados Unidos". A utilização dos recursos saqueados para "ajudar" o povo iraquiano foi comandada por Paul Bremer a partir de uma autorização secreta assinada por Bush permitindo a contratação, sem licitação, das empresas participantes desta "ação humanitária".
Bremer, o humanitário, indicou a contratação das empresas Halliburton (sempre ela, sempre ela), Bechtel e Fluor para a comercialização de petróleo, ocupação dos campos petrolíferos e reconstrução do Iraque. Naturalmente os custos deste projeto foram debitados do Fundo de Reconstrução. Todavia os lucros decorrentes da venda de petróleo passaram longe dos registros contábeis do vice-rei.
Passados oito anos o governo dos EUA e do Iraque chegam a mesma conclusão: Paul Bremer chefiou uma quadrilha que desviou aproximadamente 17 bilhões de dólares do povo iraquiano. Os iraquianos pedem agora o apoio da ONU para reaver estes valores e quem sabe aplica-los nas muitas necessidades do país rico em petróleo, mas mergulhado no desemprego, racionamento de energia elétrica, racionamento de alimentos. Esta foi a grande obra dos Estados Unidos no Oriente Médio.
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