Novos recursos públicos - advindos de impostos cobrados a crentes de todos os cultos e também dos não crentes de nenhuma religião - estarão sendo repassados, a partir de hoje, pelo Governador Colombo, a entidades da Igreja Católica (a Mitra não costuma aparecer como parte dos convênios, assim como os governadores não os assinam, cônscios de que representam ilicitudes), para o restauro de templos que, em 2009/2010 já receberam verba de valor semelhante.
Certamente a qualidade dos reparos empreendidos é muito questionável, caso contrário as igrejas não estariam, a menos de 2 anos, a exemplo do que está acontecendo com a Catedral Metropolitana de Florianópolis, a "exigir" novos reparos, em nome da consevação da "nossa cultura".
Já estão em andamento duas ações populares, por mim propostas: uma delas questionando os repasses de recursos públicos para as Igrejas do Ribeirão e São José e a outra postulando que a Mitra promova, às próprias expensas (como manda o art. 19, do DL 25/1937), o restauro da Igreja de São Francisco, à qual se refere o Moacir Pereira.
Agora, estarei aforando uma terceira, desta feita para questionar o Convênio assinado pelo Governo do Colombo.
Um detalhe é relevante: se o Ministério Público não questiona a liberação dos recursos, tem a obrigação de, pelo menos, acompanhar a qualidade das obras, que são uma vergonha, sob pena de se tornar conivente com tais descalabros.
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20 de julho de 2011
Texto publicado na coluna de quarta-feira no DC e no Santa:
Quando assumiu o governo, a primeira medida de impacto de Raimundo Colombo (DEM/PSD) foi anunciar um freio nos gastos para juntar R$ 1 bilhão até maio. Com a poupança daria início a um pacote de obras que marcariam, de fato, o início da nova gestão. O plano acabou suspenso com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de que o piso nacional do magistério vale sobre o salário inicial e não sobre a remuneração, em abril, e a consequente greve dos professores, iniciada em 18 de maio.
Afinal, mesmo que as informações vindas do Centro Administrativo falassem em economia superior a R$ 900 milhões, como sair anunciando obras ao mesmo tempo em que se dizia não ter dinheiro para bancar a implantação do piso sem achatamento do plano de carreira dos professores? O tal pacote de obras ficou para depois da greve, que se arrastou por longos 62 dias e que chegou ao fim com os profissionais claramente insatisfeitos com a equação elaborada pelo governo para conciliar o piso e as atuais tabelas salariais.
Já no dia seguinte à aprovação do PLC 026 na Assembleia Legislativa, na quarta-feira passada, o governador Colombo começou a tentar colocar em prática uma agenda positiva de anúncios de repasses para obras e inaugurações. Nos textos enviados pela assessoria do governo desde então, conta-se 11 que tratam de investimentos.
Nenhuma obra de vulto ainda, mas somente hoje em Blumenau serão assinados seis convênios para obras viárias e na área de saúde. Na sexta-feira, uma viagem a Chapecó rendeu anúncios de recursos para continuar a construção do acesso à BR-282, abertura de leitos de UTI no Hospital Regional e melhoria na infraestrutura do aeroporto.
Apareceram até R$ 3,4 milhões para restauração das igrejas Nossa Senhora da Lapa, no Ribeirão da Ilha, em Florianópolis, e Matriz de São José (pena que tenha ficado de fora a igreja de São Francisco da Penitência, no Centro da Capital, onde há meses uma faixa denuncia e implora: “Francisco, salva minha igreja”).
Colombo acabou vendo a imprensa antecipar-se ao anúncio que seria a cereja do bolo do pacote de obras: a definição do modelo da quarta ponte entre a Ilha de Santa Catarina e o Continente – revelado pela repórter Natália Viana na edição de 8 de julho. Mais surpresas devem aparecer nos próximos dias.
Desse episódio em que anunciou aperto do cinto na posse e marcou na folhinha o dia em que teria dinheiro para gastar, talvez o governador devesse tomar lições com Zé Carioca – o personagem criado por Walt Disney nos anos 1940, caricatura do malandro brasileiro. O papagaio nunca deixaria os cobradores descobrirem a hora certa de apresentar as faturas, como fizeram os professores com Colombo.
Clicrbs - Blog Moacir Pereira
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2 comentários:
O Estado deixou de ser laico. Agora o Estado é Católico.
Os evangélicos são mais honestos, sonegam menos, mas os católicos que levam a vantagem.
Acorda Colombo.
CARO sÉRGIO!
JÁ AFOREI UMA NOVA AÇÃO POPULAR CONTRA A MITRA E SEUS PARCEIROS, NO DIA 22 DE JULHO.
VAI SOBRAR RESPONSABILIDADE PARA O CESAR SOUZA JÚNIOR, PROVAVELMENTE, ISTO É, SE FOI ELE QUEM ASSINOU O(S) CONVÊNIO(S), O QUE ANTES ERA FEITO PELO GILMAR KNAESEL OU PELO VALTER GALINA, ENTRE OUTROS.
É QUE O GOVERNADOR , CÔNSCIO DA ILICITUDE, NUNCA COLOCA SUA CHANCELA NOS CONVÊNIOS OU CONTRATOS, ASSIM COMO O BISPO DEIXA O ABACAXI PARA OS PÁROCOS.
A AÇÃO TRAMITA NA 1ª VARA DA FAZENDA PÚBLICA DE FLORIANÓPOLIS, TEM O Nº 023.11.038340-3 (0038340-18.2011.8.24.0023)
E AGUARDA DESPACHO INICIAL.
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