A Universidade Católica Portuguesa (UCP) quer que os professores, funcionários e alunos da sede, em Lisboa, se apresentem na universidade com "formas de vestuário dignas e convenientes, adequadas ao local de trabalho próprio de uma universidade e de uma instituição da Igreja".
Reitor diz que se trata apenas de uma "chamada de atenção" (Foto: Pedro Cunha)
A partir de agora, as regras são bem claras para todos os que frequentam as instalações da Católica em Lisboa: "Modos de trajes e formas de apresentação próprias de local de lazer e de desporto não são adequados na universidade."
A orientação foi tomada pelo Conselho Académico (CA) da Universidade Católica, que considera que a vida académica deve "processar-se com a dignidade indispensável a uma universidade e a uma instituição da Igreja".
Datado de 30 de Junho, o documento do CA da Católica, a que o PÚBLICO teve acesso, refere que "todos os responsáveis pela salvaguarda do ambiente e da imagem da universidade nas suas instalações e no espaço Campus universitário, devem chamar a atenção dos que se apresentarem de maneira imprópria".
Em declarações ao PÚBLICO, Manuel Braga da Cruz, reitor da UCP, desvalorizou a medida, sublinhando insistentemente tratar-se de uma orientação e não de um decreto. "Nós não vamos adoptar nenhum código de vestuário", afirmou, sublinhando que "mais do que uma mudança, é uma explicitação" da universidade.
A questão - explica Manuel Braga da Cruz - foi colocada ao Conselho Académico há já algum tempo por várias pessoas e o que a universidade fez foi emitir uma recomendação. "O que se pede às pessoas é que venham para a universidade vestidas da forma mais adequada e não como se fossem para um local de diversão", declarou, para, numa tirada de humor, acrescentar: "Não me parece que a forma mais adequada para quem se dirige à universidade seja de chanatos ou com uma camisola do Benfica."
Empenhado em esvaziar a polémica que já se instalou na blogosfera, Manuel Braga da Cruz explicou depois que o sentido da orientação que o Conselho Académico tomou não tem subjacente "qualquer intenção de coartar a liberdade de traje de cada um. É apenas uma chamada de atenção."
Especificando que a decisão não foi do reitor, Manuel Braga da Cruz disse que o CA entendeu que devia chamar a atenção das pessoas, fazendo-lhes notar que a universidade não é um sítio de lazer ou de desporto. "E o Conselho Académico não se inibiu" de abordar a questão, que, de resto, frisou, "foi aprovada por unanimidade dos membros", sublinhou.
O Porto e os restantes centros regionais da Católica ficam de fora desta orientação, que desconheciam até ontem a recomendação do Conselho Académico. Reforçando o seu ponto de vista, o reitor da UCP deixou claro que "toda a gente achou que devia haver uma orientação", porque, observou, "não é normal as pessoas virem para a universidade de chanatos, toalha ao ombro e calções de banho". Em conclusão, disse: "A preocupação do Conselho Académico foi evitar que as pessoas comecem a andar vestidas de uma maneira diferente daquela que costumam vestir. Não percebo o espanto que se chame a atenção de que a universidade é um local de trabalho".
Mas nesta matéria a UCP não é pioneira. Ainda há um ano, o Ministério da Educação aconselhava os professores a não usar havaianas, calções de praia, decotes e sapatos de salto alto durante os exames nacionais.
Fonte: PÚBLICO (Pt)
A orientação foi tomada pelo Conselho Académico (CA) da Universidade Católica, que considera que a vida académica deve "processar-se com a dignidade indispensável a uma universidade e a uma instituição da Igreja".
Datado de 30 de Junho, o documento do CA da Católica, a que o PÚBLICO teve acesso, refere que "todos os responsáveis pela salvaguarda do ambiente e da imagem da universidade nas suas instalações e no espaço Campus universitário, devem chamar a atenção dos que se apresentarem de maneira imprópria".
Em declarações ao PÚBLICO, Manuel Braga da Cruz, reitor da UCP, desvalorizou a medida, sublinhando insistentemente tratar-se de uma orientação e não de um decreto. "Nós não vamos adoptar nenhum código de vestuário", afirmou, sublinhando que "mais do que uma mudança, é uma explicitação" da universidade.
A questão - explica Manuel Braga da Cruz - foi colocada ao Conselho Académico há já algum tempo por várias pessoas e o que a universidade fez foi emitir uma recomendação. "O que se pede às pessoas é que venham para a universidade vestidas da forma mais adequada e não como se fossem para um local de diversão", declarou, para, numa tirada de humor, acrescentar: "Não me parece que a forma mais adequada para quem se dirige à universidade seja de chanatos ou com uma camisola do Benfica."
Empenhado em esvaziar a polémica que já se instalou na blogosfera, Manuel Braga da Cruz explicou depois que o sentido da orientação que o Conselho Académico tomou não tem subjacente "qualquer intenção de coartar a liberdade de traje de cada um. É apenas uma chamada de atenção."
Especificando que a decisão não foi do reitor, Manuel Braga da Cruz disse que o CA entendeu que devia chamar a atenção das pessoas, fazendo-lhes notar que a universidade não é um sítio de lazer ou de desporto. "E o Conselho Académico não se inibiu" de abordar a questão, que, de resto, frisou, "foi aprovada por unanimidade dos membros", sublinhou.
O Porto e os restantes centros regionais da Católica ficam de fora desta orientação, que desconheciam até ontem a recomendação do Conselho Académico. Reforçando o seu ponto de vista, o reitor da UCP deixou claro que "toda a gente achou que devia haver uma orientação", porque, observou, "não é normal as pessoas virem para a universidade de chanatos, toalha ao ombro e calções de banho". Em conclusão, disse: "A preocupação do Conselho Académico foi evitar que as pessoas comecem a andar vestidas de uma maneira diferente daquela que costumam vestir. Não percebo o espanto que se chame a atenção de que a universidade é um local de trabalho".
Mas nesta matéria a UCP não é pioneira. Ainda há um ano, o Ministério da Educação aconselhava os professores a não usar havaianas, calções de praia, decotes e sapatos de salto alto durante os exames nacionais.
Fonte: PÚBLICO (Pt)
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