O primeiro-ministro e candidato a Presidente da Rússia, Vladimir Putin, considerou hoje que existem forças que querem destruir o seu país através dos mesmos processos utilizados para provocar a queda da União Soviética.
Putin sublinha que o povo e a cultura russas constituem o eixo que une a civilização russa única.
“E é justamente esse eixo que toda a espécie de provocadores e nossos adversários tentam destruir na Rússia, essas tentativas são acompanhadas de afirmações completamente falsas sobre o direitos dos russos à autodeterminação, sobre a “pureza da raça russa”, bem como sobre a necessidade de destruir completamente o império que é suportado pelo povo russo”, escreve ele, num artigo publicado no diário Nezavissimaia Gazeta.
“E tudo isso tem por objetivo obrigar as pessoas a destruir a sua própria pátria”, frisou.
Segundo ele, as tentativas de pregar ideias sobre a construção de um Estado russo monoétnico entram em contradição com a história milenar do país.
“Diria mais, isso constitui a via mais curta para a destruição do povo e do Estado russos”, sublinhou.
No mesmo artigo, Vladimir Putin critica o multiculturalismo numa época em que as correntes migratórias podem mudar o aspeto de continentes inteiros.
“O cadinho da assimilação funciona mal e com falhas, não é capaz de “digerir” a corrente migratória crescente. Um reflexo disso na política é o “multiculturalismo”, que nega a integração através da assimilação”, considera ele.
“O multiculturalismo absolutiza o “direito da minoria à diferença”, ao mesmo tempo que não nivela convenientemente esse direito: os deveres cívicos, comportamentais e culturais em relação à população autóctone e à sociedade em geral”, acrescenta.
O primeiro-ministro russo constata que “em numerosos países formam-se comunidades nacional-religiosas fechadas que não só se recusam a deixar assimilar, como também a adaptar-se”.
Segundo ele, isso provoca o aumento da xenofobia e das forças que “propõem a assimilação forçada, ao mesmo tempo que se agrava bruscamente o regime de imigração”.
Porém, Putin defende que, na Rússia, a situação é diferente.
“Os nossos problemas nacionais e migratórios estão diretamente ligados à destruição da URSS”, afirma.
“Quando o país [URSS] ruiu, vimo-nos, em algumas regiões, para lá da fronteira da guerra civil, e precisamente numa base étnica. Conseguimos apagar esses focos com uma enorme tensão de forças, com grande número de vítimas. Mas isso não significa que o problema não esteja na ordem do dia”, constata ele.
Vladimir Putin termina o seu artigo com as palavras do filósofo russo Ivan Ilitch: “Todos devem poder orar à sua maneira, trabalhar à sua maneira e é preciso envolver os melhores na construção estatal e cultural”.
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