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sábado, 7 de agosto de 2010

A criação do Padre Cícero

JUAZEIRO DO NORTE

Um século de fé e devoção

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Os milhares de romeiros que visitam Juazeiro do Norte, todos os anos, fazem parte da história desta cidade
FOTO: THIAGO GASPAR

8/8/2010

Até julho do ano que vem, Juazeiro do Norte está com programação especial para festejar 100 anos de criação

Juazeiro do Norte Uma cidade atípica no interior nordestino se destaca. É um dos maiores centros de romaria da América Latina. Juazeiro do Norte segue rumo ao centenário. E milhares de nordestinos acompanham esta evolução, de algumas décadas, em uma terra abençoada pelo Padre Cícero Romão Batista. E o padrinho teve um sonho visionário. Uma predestinação do sacerdote. A realidade de uma cidade marcada pelo desenvolvimento, a fé, o trabalho e grandes perspectivas de crescimento. O clima é de festejos até o dia 22 de julho de 2011. A terra que todos os anos apregoa a recepção de 2 milhões de turistas e visitantes fiéis ganha, aos poucos, mais infraestrutura para atender à grande demanda. A fé pelo Padre não deixa de crescer. E o povo anda junto.

A comemoração dos 99 anos do Município, este ano, já dentro do clima de fechamento das dez décadas, teve a presença da imagem de Nossa Senhora Aparecida, peregrinando pelas principais paróquias da cidade e a Basílica Menor de Nossa Senhora das Dores. De 17 a 20 de julho, foram várias procissões pela cidade, além da participação na missa dos 76 anos de morte Padre Cícero, na Praça da Capela do Socorro, onde estão sepultados os restos mortais do sacerdote.

A vinda da imagem representa um momento histórico para a população e à igreja, por ser o encontro dos dois grandes centros de romaria do Brasil e ter um significado numa terra em que Padre Cícero sempre incentivou a devoção à Nossa Senhora das Dores e Nossa Senhora das Candeias. A missa do dia 20 reuniu, pelo menos, 40 mil pessoas. Um marco histórico, numa data, normalmente, vivenciada mais por fiéis do Cariri.

Para o escritor e professor, Renato Dantas, gerente do setor de projetos da Secretaria de Turismo e Romarias, este momento demonstra a mudança que vem acontecendo nos últimos anos, em relação ao perfil do romeiro que tem visitado Juazeiro do Norte. Não só desta cidade, mas, inclusive, de municípios atingidos pelas enchentes nos estados de Pernambuco e Alagoas, vieram romeiros do Padre Cícero. Grande parte das pessoas, mesmo sem recursos, tentando se reerguer dos prejuízos causados pelas enchentes, veio a Juazeiro agradecer ao sacerdote por ter sobrevivido, segundo o professor Renato. E também pela vinda da imagem de Aparecida, divulgada na romaria anterior.

O reitor do santuário de Aparecida, Darci Nicioli, esteve presente nas celebrações e lembrou que o Padre Cícero fez crescer no coração do povo romeiro a devoção à Nossa Senhora. Para ele, não foi diferente a imagem ter vindo para o Ceará. Houve uma grande recepção. O administrador da Basílica, padre Paulo Lemos, também lembra da devoção e do incentivo da oração do rosário por Padre Cícero. "Nós nos enriquecemos muito com essa simbologia, que é a padroeira do Brasil", comenta ele, ao ressaltar toda a preparação da cidade.

Para o prefeito Manoel Santana, Juazeiro viveu momentos de glória e fé durante a visita da imagem peregrina de Nossa Senhora Aparecida. Foi desta forma que o Município aproveitou para abrir, oficialmente, o ano do Centenário de emancipação política. Foi uma homenagem do Santuário de Aparecida nesta fase de preparativos para a festa pelos 100 anos da cidade, que acontecem no dia 22 de julho do próximo ano.

A marca do Centenário, escolhida por meio de concurso, está sendo divulgada. Um enorme painel esteve sempre nos altares exibindo a logomarca. Juazeiro e o Centenário ganharam, ainda, um site próprio que já pode ser acessado por meio do endereço www.centenariodejuazeiro.ce.gov.br. O coordenador executivo da comissão e Secretário do Desenvolvimento Econômico, Turismo e Romarias, José Carlos dos Santos, lembrou ainda a festa pelo Centenário da imprensa de Juazeiro promovida no ano passado. Além disso, a Universidade Federal do Ceará (UFC) está concluindo uma programação para comemorar os 100 anos de Juazeiro.

Foi no dia 22 de julho de 1911 que Juazeiro do Norte foi emancipado. A "meca" dos romeiros foi fundada pelo Padre Cícero, também o primeiro prefeito. Antes era a comunidade de Tabuleiro Grande, pertencente ao Crato. Ao longo desse período conseguiu se notabilizar pelo desenvolvimento da economia local, com destaque para o comércio e a indústria de calçados, sendo este um dos polos mais representativos do Estado.

Um dos grandes momentos que mudou a visão de Juazeiro para o mundo foi o milagre da beata Maria de Araújo, em 1889, em que ocorreu o sangramento da hóstia ofertada pelo Padre Cícero. A polêmica continua até hoje e em torno desse fato a crença do povo num homem considerado santo na memória popular. O acontecimento até hoje é estudado por pesquisadores da região e de outras partes do mundo.

Origem

O nome Juazeiro surgiu a partir de uma árvore. Eram três plantadas na localidade de Tabuleiro Grande, um pequeno povoado pertencente ao Crato. A Vila se tornou Juazeiro, e do Norte, para não ser confundido com o outro, o da Bahia. Agora já há movimentos na cidade, em torno dos 100 anos, de tornar a terra "Juazeiro do Padre Cícero". No entanto, esse é outro ponto polêmico. Também existia no local uma pequena capela, onde começou a devoção à Nossa Senhora das Dores, padroeira da cidade.

A primeira missa celebrada pelo Padre Cícero, em solo juazeirense, aconteceu no Natal de 1871. Padre Cícero recebeu o convite para rezar a missa do galo no lugarejo. Era para ser apenas uma celebração, mas em 11 de abril de 1872 o Padre retornaria a Tabuleiro Grande acompanhado de alguns familiares para se fixar na vila.

Jesus Cristo

Segundo o Cícero, a decisão decorreu de um sonho, onde viu Jesus Cristo e os 12 apóstolos sentados a uma mesa, depois uma multidão de peregrinos marcados pela fome e pela dor adentra no local e Jesus diz estar decepcionado com a humanidade, mas que está disposto a fazer um último sacrifício para salvar o mundo, vira-se para o padre e ordena: "E você, Padre Cícero, tome conta deles". E ele tomou. E continua sendo o amparo na fé de milhões de nordestinos e a principal marca de uma cidade que cresce observada, do alto do Horto, pelo sacerdote. E a voz de Luiz Gonzaga ecoa no inconsciente coletivo das massas: "Ele tá vivo, o padre não está morto...".

Fique por dentro História

Em 1872, chega em "Juazeiro", Cícero Romão Batista. Oriundo da cidade do Crato, o seminarista da Prainha fez voto de castidade aos 12 anos de idade e substituiu o padre Pedro como capelão da capela N. S. das Dores do povoado. Em 22 de julho de 1911, foi assinada a Lei que levou o povoado à categoria de Vila e sede do Município. No dia 4 de outubro de 1911, a Vila de Juazeiro foi inaugurada oficialmente e o Padre Cícero foi elevado como 1º prefeito. Em 23 de julho de 1914, a Vila de Juazeiro foi elevada à categoria de cidade. No entanto, esta data não é comemorada. Continua sendo a data de criação do Município. Juazeiro tornou-se, em pouco tempo, a maior cidade do interior cearense. São 164 anos de história do Padre Cícero Romão Batista, entre vida e morte. Em 24 de março de 1844, ele nasceu no Crato e, em Juazeiro, se tornou uma das maiores expressões da religiosidade popular do Nordeste e do Brasil. Uma das maiores homenagens ao Padre Cícero aconteceu com a construção da Estátua de 27 metros, desde a base, no alto da Serra do Horto. A sua imagem passou a ser um dos principais símbolos da religiosidade popular do Brasil. Fez 40 anos, no ano passado, e é o principal centro de visitação dos romeiros de todo o país.

MAIS INFORMAÇÕES
Secretaria de Turismo e Romarias - Praça do Cinquentenário, s/n, Bairro do Socorro, Juazeiro do Norte - (88) 3511.4040

Fonte: Diário do Nordeste

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Mais sobre o Pe. Cícero:


Cícero Romão Batista
Cícero Romão Batista

Padre Cícero com cerca de oitenta anos
Nascimento 24 de março de 1844
Crato, Ceará
Morte 20 de Julho de 1934 (90 anos)
Juazeiro do Norte, Ceará
Nacionalidade Brasil brasileira
Ocupação Padre

Cícero Romão Batista (Crato, 24 de março de 1844Juazeiro do Norte, 20 de julho de 1934) foi um sacerdote católico brasileiro. Na devoção popular é conhecido como Padre Cícero ou Padim Ciço[1].

Proprietário de terras, gado e dono de diversos imóveis, o Padre Cícero fazia parte da sociedade e política conservadora do sertão do Cariri. Tinha no médico Floro Bartolomeu seu braço direito e integrava o sistema político cearense que ficou sob o controle da família Accioli durante mais de duas décadas. Carismático, obteve grande prestígio e influência sobre a vida social, política e religiosa do Ceará e da Região Nordeste do Brasil.

Em março de 2001, foi escolhido O Cearense do Século em votação promovida pela TV Verdes Mares em parceria com a Rede Globo de Televisão[2].


Biografia

Nascido no interior do Ceará, era filho de Joaquim Romão Batista e Joaquina Vicência Romana, conhecida como dona Quinô. Aos seis anos de idade, começou a estudar com o professor Rufino de Alcântara Montezuma.

Um fato importante marcou a sua infância: o voto de castidade, feito aos doze anos, influenciado pela leitura da vida de São Francisco de Sales[3].

Em 1860, foi matriculado no Colégio do renomado Padre Inácio de Sousa Rolim, em Cajazeiras na Paraíba. Aí pouco demorou, pois, a inesperada morte de seu pai, vítima de cólera, em 1862, o obrigou a interromper os estudos e voltar para junto da mãe e das irmãs solteiras. A morte do pai, que era pequeno comerciante no Crato, trouxe sérias dificuldades financeiras à família, de tal sorte que, mais tarde, em 1865, quando Cícero Romão Batista precisou ingressar no Seminário da Prainha, em Fortaleza, só o fez graças à ajuda de seu padrinho de crisma, o coronel Antônio Luís Alves Pequeno[3].

Ordenação

Durante o período em que esteve no seminário, Cícero era considerado um aluno mediano e, apesar de anos depois arrebatar multidões com seus sermões, apresentou notas baixas nas disciplinas relacionadas à oratória e eloquência[4].

Padre Cícero foi ordenado no dia 30 de novembro de 1870. Após sua ordenação retornou a Crato e, enquanto o bispo não lhe dava paróquia para administrar, ficou a ensinar latim no Colégio Padre Ibiapina, fundado e dirigido pelo professor José Joaquim Teles Marrocos, seu primo e grande amigo.

Chegada a Tabuleiro Grande

No Natal de 1871, convidado pelo professor Simeão Correia de Macedo, Padre Cícero visitou pela primeira vez o povoado de Juazeiro (numa fazenda localizada na povoação de Juazeiro, que pertencia a cidade de Crato), e ali celebrou a tradicional missa do galo.

O padre visitante, de 28 anos de idade, estatura baixa, pele branca, cabelos louros, penetrantes olhos azuis e voz modulada, impressionou os habitantes do lugar. E a recíproca foi verdadeira. Por isso, decorridos alguns meses, exatamente no dia 11 de abril de 1872, lá estava de volta, com bagagem e família, para fixar residência definitiva no Juazeiro.

Muitos livros afirmam que Padre Cícero resolveu fixar morada em Juazeiro devido a um sonho (ou visão) que teve, segundo o qual, certa vez, ao anoitecer de um dia exaustivo, após ter passado horas a fio a confessar as pessoas do arraial, ele procurou descansar no quarto contíguo à sala de aulas da escolinha, onde improvisaram seu alojamento, quando caiu no sono e a visão que mudaria seu destino se revelou. Ele viu, conforme relatou aos amigos íntimos, Jesus Cristo e os doze apóstolos sentados à mesa, numa disposição que lembra a última Ceia, de Leonardo da Vinci. De repente, adentra ao local uma multidão de pessoas carregando seus parcos pertences em pequenas trouxas, a exemplo dos retirantes nordestinos. Cristo, virando-se para os famintos, falou da sua decepção com a humanidade, mas disse estar disposto ainda a fazer um último sacrifício para salvar o mundo. Porém, se os homens não se arrependessem depressa, Ele acabaria com tudo de uma vez. Naquele momento, Ele apontou para os pobres e, voltando-se inesperadamente ordenou: - E você, Padre Cícero, tome conta deles!

Apostolado

Uma vez instalado, formado por um pequeno aglomerado de casas de taipa e uma capelinha erigida pelo primeiro capelão padre Pedro Ribeiro de Carvalho, em honra a Nossa Senhora das Dores, padroeira do lugar, ele tratou inicialmente de melhorar o aspecto da capelinha, adquirindo várias imagens com as esmolas dadas pelos fiéis.

Depois, tocado pelo ardente desejo de conquistar o povo que lhe fora confiado por Deus, desenvolveu intenso trabalho pastoral com pregação, conselhos e visitas domiciliares, como nunca se tinha visto na região. Dessa maneira, rapidamente ganhou a simpatia dos habitantes, passando a exercer grande liderança na comunidade.

Paralelamente, agindo com muita austeridade, cuidou de moralizar os costumes da população, acabando pessoalmente com os excessos de bebedeira e com a prostituição.

Restaurada a harmonia, o povoado experimentou, então, os passos de crescimento, atraindo gente da vizinhança curiosa por conhecer o novo capelão.

Para auxiliá-lo no trabalho pastoral, Padre Cícero resolveu, a exemplo do que fizera Padre Ibiapina, famoso missionário nordestino, falecido em 1883, recrutar mulheres solteiras e viúvas para a organização de uma irmandade leiga, formada por beatas, sob sua inteira autoridade.

Atuou sempre com zelo na recepção dos imigrantes, dentre eles pode-se destacar José Lourenço Gomes da Silva, líder do Caldeirão de Santa Cruz do Deserto.

Suposto milagre

No ano de 1889, durante uma missa celebrada pelo padre Cícero, a hóstia ministrada pelo sacerdote à beata Maria de Araújo se transformou em sangue na boca da religiosa. Segundo relatos, tal fenômeno se repetiu diversas vezes durante cerca de dois anos. Rapidamente espalhou-se a notícia de que acontecera um milagre em Juazeiro.

A pedido de padre Cícero a diocese formou uma comissão de padres e profissionais da área da saúde para investigar o suposto milagre. A comissão tinha como presidente o padre Climério da Costa e como secretário o padre Francisco Ferreira Antero, contava, ainda, com a participação dos médicos Marcos Rodrigues Madeira e Ildefonso Correia Lima, além do farmacêutico Joaquim Secundo Chaves. Em 13 de outubro de 1891, a comissão encerrou as pesquisas e chegou à conclusão de que não havia explicação natural para os fatos ocorridos, sendo portanto um milagre.

Insatisfeito com o parecer da comissão, o bispo Dom Joaquim José Vieira nomeou uma nova comissão para investigar o caso, tendo como presidente o padre Alexandrino de Alencar e como secretário o padre Manoel Cândido. A segunda comissão concluiu que não houve milagre, mas sim um embuste.

Dom Joaquim se posicionou favorável ao segundo parecer e, com base nele, suspendeu as ordens sacerdotais de padre Cícero e determinou que Maria de Araújo fosse enclausurada.

Em 1898, padre Cícero foi a Roma, onde se reuniu com o Papa Leão XIII e com membros da Congregação do Santo Ofício, conseguindo sua absolvição. No entanto, ao retornar a Juazeiro, a decisão do Vaticano foi revista e padre Cícero chegou a ser excomungado, porém, estudos realizados décadas depois pelo bispo Dom Fernando Panico sugerem que a excomunhão não chegou a ser aplicada de fato. Atualmente, Dom Fernando conduz o processo de reabilitação do padre Cícero junto ao Vaticano.

Em 1977 foi canonizado pela Igreja Católica Apostólica Brasileira.

Política

Era filiado ao extinto Partido Republicano Conservador (PRC). Foi o primeiro prefeito de Juazeiro do Norte, em 1911, quando o povoado foi elevado a cidade. Em 1926 foi eleito deputado federal, porém não chegou a assumir o cargo[1].

Em 4 de outubro de 1911, Padre Cícero e outros dezesseis líderes políticos da região se reuniram em Juazeiro e firmaram um acordo de cooperação mútua bem como o comprimisso de apoiar o governador Antônio Pinto Nogueira Accioli. O encontro recebeu a alcunha de Pacto dos Coronéis, sendo apontado como uma importante passagem na história do coronelismo brasileiro[5]

Em 1913 foi destituído do cargo pelo governador Marcos Franco Rabelo, voltando ao poder, em 1914, quando Franco Rabelo foi deposto no evento que ficou conhecido como Sedição de Juazeiro. Foi eleito, ainda, vice-governador do Ceará.

No final da década de 1920, o Padre Cícero começou a perder a sua força política, que praticamente acabou depois da Revolução de 1930. Seu prestígio como santo milagreiro, porém, aumentaria cada vez mais.[6]

Ligação com o cangaço

Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, era devoto de padre Cícero e respeitava as suas crenças e conselhos. Os dois se encontraram uma única vez, em Juazeiro do Norte, no ano de 1926. Naquele ano, a Coluna Prestes, liderada por Luís Carlos Prestes, percorria o interior do Brasil desafiando o Governo Federal. Para combatê-la foram criados os chamados Batalhões Patrióticos, comandados por líderes regionais que muitas vezes arregimentavam cangaceiros.

Existem duas versões para o encontro. Na primeira, difundida por Billy Jaynes Chandler, o sacerdote teria convocado Lampião para se juntar ao Batalhão Patriótico de Juazeiro, recebendo, em troca anistia de seus crimes e a patente de Capitão[7]. Na outra versão, defendida por Lira Neto e Anildomá Willians, o convite teria sido feito por Floro Bartolomeu sem que padre Cícero soubesse.

O certo é que ao chegarem em Juazeiro, Lampião e os quarenta e nove cangaceiros que o acompanhavam, ouviram padre Cícero aconselhá-los a abandonar o cangaço. Como Lampião exigia receber a patente que lhe fora prometida, Pedro de Albuquerque Uchoa, único funcionário público federal no município, escreveu em uma folha de papel que Lampião seria, a partir daquele momento, Capitão e receberia anistia por seus crimes. O bando deixou Juazeiro sem enfrentar a Coluna Prestes.

Ver também

Referências

  1. a b Finados: devoção a Padre Cícero deve levar 400 mil pessoas a Juazeiro do Norte. Página visitada em 10 de março de 2010.
  2. Pequena Biografia do Padre Cícero - O Cearense do Século
  3. a b Padre Cícero Romão Batista. Página visitada em 9 de março de 2010.
  4. O que Lula e Padre Cícero têm em comum?
  5. O Poder Político em Juazeiro do Norte - Mudancas e Permanências - As Eleições de 2000
  6. Turner Publishing, Inc. e Century Books, Inc. Nosso Tempo - "Padre Cícero: o Santo e o Político". Volume I, pg. 99. Editora Klick. 1995
  7. Lampião (Virgulino Ferreira da Silva)

Bibliografia

  • AQUINO, Pedro Ferreira de. O Santo do Meu Nordeste - Padre Cícero Romão Batista. São Paulo: Ed. Letras & Letras, 1997. ISBN 85-85-387-63-7
  • BARBOSA, Geraldo Menezes. Relíquia: o mistério do sangue das hóstias de Juazeiro do Norte. Juazeiro do Norte: Gráfica e Editora Royal, 2004.
  • ________________________. A um Sopro do Infinito. Juazeiro do Norte: Realce, 2007.
  • CHANDLER, Billy Jaynes. Lampião. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2003.
  • DELLA CAVA, Ralph. Milagre em Joazeiro. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1976.
  • NETO, Lira. Padre Cícero: Poder, Fé e Guerra no Sertão. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.
  • SILVA, Antenor Andrade. Cartas do Pe. Cícero. Salvador - Bahia, 1982.
  • SOUZA, Anildomá Willans. Lampião: Nem herói nem bandido... A história. Serra Talhada: GDM Gráfica, 2006.

Ligações externas

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