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domingo, 8 de agosto de 2010

Sobre judiarias e mourarias

CTT lançam livro sobre as judiarias

‘As Judiarias de Portugal’ é o título do novo livro de Maria José Ferro Tavares, editado pelos CTT. Os objectivos, esclarece a autora, são "erguer a memória de um tempo em que cristãos e judeus conviviam no espaço municipal sem se misturarem" e "ressuscitar os ténues vestígios do património, que ainda hoje sobrevive nos concelhos que conheceram a presença do povo judeu nas suas ruas e nos seus bairros".

Por: J.P.S.

O livro surge na sequência de emissões filatélicas. A primeira, constituída por seis selos e um bloco alusivo ao centenário da sinagoga Shaaré Tikva, foi lançada em 2004, com o título ‘A Herança Judaica em Portugal’, e a última, editada em Julho, é composta por um bloco e três selos que ilustram a sinagoga de Tomar, a rua Nova de Lamego e a judiaria de Castelo de Vide. Este selos apresentam o denteado com a cruz de Cristo.

Em cinco capítulos (‘As ruas dos Judeus’, ‘Grandes judiarias em Portugal’, ‘Entre o Tejo e o Douro’, ‘Entre o Tejo e o Algarve’ e ‘Franjas do Reino’), apresenta-se um estudo das muitas judiarias medievais portuguesas, bem como o modo de viver.

Fonte: Correio da Manhã (Portugal)

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Judiaria





Rua ladrilhada

Casa típica

Judiaria ou bairro judeu era a parte de uma cidade em que se obrigava, por lei, a residir os judeus. Por extensão, este termo se aplica a qualquer parte habitada majoritária ou exclusivamente por pessoas de cultura judaica.


História

Os judeus apareceram no território português ainda antes do período da romanização, logo após a destruição do Primeiro Templo de Jerusalém pelos babilónios, ocorrida no ano 586 AEC.

No Al-andaluz, foi mantido um hábito, proveniente já das comunidades muçulmanas, que consistia em separar dentro da mesma localidade, os habitantes pelo seu credo religioso, apesar da relativa tolerância religiosa existente.

Esses locais ou zonas onde viviam os judeus, foram designados por Judiarias.

As primeiras judiarias em Portugal, foram a do Porto e a de Santarém (Álcáçova). Foi durante o reinado de D. Pedro I, que foram editados os primeiros diplomas legislativos, que obrigavam compulsivamente a separação entre judeus e cristãos, ou seja, a obrigatoriedade da existência de judiarias. A partir dessa época, todos os judeus deviam recolher-se nas judiarias durante a noite e as mulheres cristãs eram proibidas de ali entrar. Estas medidas foram mais nítidas nas grandes cidades pois nas povoações mais pequenas o diploma régio era quase que ignorado.

O termo deixou de existir oficialmente após as conversões forçadas de 1497, mas continuou a povoar o imaginário popular. Com o advento da introdução da Inquisição em Portugal, na primeira metade do século XVI, a propaganda antissemita inquisitorial haveria de transformar radicalmente o sentido da palavra, distorcendo-o até aos nossos dias.

As juderias surgiram em princípio como resultado da intolerância praticada pelos cristãos e do desejo por parte dos judeus de manter sua unidade e exclusividade. O papa Paulo IV criou a primeira juderia legal em Roma no ano 1555. Juderias similares foram criadas na maioria dos países da Europa durante os três séculos seguintes. Deveriam estar rodeadas por muralhas e suas portas eram fechadas ao anoitecer. A abolição desse sistema produziu a raíz da Revolução Francesa e dos movimentos liberais do século XIX. Em 1870 a juderia de Roma, a última legal que existia na Europa, foi abolida por Vítor Emanuel II, rei de Itália.

Calls

Call , do hebreu kahal (קהל), é a palavra utilizada em vários lugares do âmbito linguístico catalãojudeus, só há referência ao espaço físico, em nenhum momento se utiliza este termo, como sinônimo de comunidade judia. para designar as juderias ou bairros

Os calls mais importantes são os de Barcelona, Gerona e Palma de Mallorca.

Arquitetura

As casas podiam ser de ladrilho, adobe e madeira. Por sua parte, as ruas eram pavimentadas com pedras. Muitas vezes estava rodeado de paliçadas, e pelas noites era fechada e era isolada do resto da cidade. Eram bairros separados, comparáveis a guetos nazistas.

Ver também

Ligações externas

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Mouraria


Beco dos Três Engenhos, junto à Rua do Capelão, Mouraria.

A Mouraria é um dos mais tradicionais bairros da cidade de Lisboa, que deve o seu nome ao facto de D. Afonso Henriques, após a conquista de Lisboa, ter confinado uma zona da cidade para os muçulmanos. Foi neste bairro que permaneceram os mouros após a Reconquista Cristã, assim como os judeus, que também foram confinados aos bairros do Castelo.

Neste e nos bairros circundantes, tiveram origem as primeiras produções de arte mudéjar portuguesa, que viriam a dar alas para o surgimento do Manuelino.

Casa onde cresceu Mariza, Mouraria.

A dolência e a melancolia dos seus cânticos estão na origem do Fado. Nasceu na Rua do Capelão, junto ao Beco dos Três Engenhos, Maria Severa Onofriana, primeira fadista portuguesa e expressão máxima do fado à época.

Na casa em frente, nasceu já no século XX, aquele que foi considerado o "rei do fado da Mouraria", Fernando Maurício. A Rua do Capelão faz hoje parte da iconografia do Fado. Mais acima, numa casa cor-de-rosa da Travessa dos Lagares, cresceu Mariza, a mais internacional fadista portuguesa contemporânea. Junto à casa, agora fechado ao público, localizava-se o restaurante Zalala, onde Mariza aprendeu a cantar fado.

Depois da abertura ao público do Centro Comercial da Mouraria no Martim Moniz, o bairro tornou-se num local bastante movimentado e acolhedor. Actualmente, a Mouraria é considerado um dos bairros mais seguros da capital; é um ponto de encontro de gentes de diferentes culturas e, simultaneamente, um local que mantém vivas as suas antigas tradições populares, como se pode confirmar pela existência de várias casas de fado, bares, tabernas e colectividades culturais e desportivas a par de estabelecimentos comerciais de origem chinesa e indiana, entre outros.

Fonte WIKIPEDIA

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