Plebiscito tira de Berlusconi a imunidade
Os italianos rechaçaram as quatro propostas apresentadas no referendo de domingo 12 e segunda-feira 13, em um novo revés ao primeiro-ministro Silvio Berlusconi, que há duas semanas sofreu forte derrota nas eleições municipais. Os primeiros dados oficiais mostram que cerca de 95% dos consultados não aceitaram a privatização da água e o aumento das tarifas, o uso da energia nuclear e a lei de “legítimo impedimento” (a imunidade penal, que permite a Berlusconi não comparecer aos seus julgamentos alegando deveres de chefe de Estado).
Os dados apontam que as quatro consultas teriam alcançado 57% de participação, o que as torna válidas. Pela lei italiana, uma consulta popular precisa de 50% e mais um voto para ter valor legal. As respostas aos questionamentos seriam favoráveis à revogação em 93% dos casos.
Pouco antes dos colégios eleitorais se fecharem nesta segunda-feira 13, Berlusconi comentou em uma coletiva de imprensa com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, a derrota no campo energético. “A Itália se prepara para dizer adeus às energias não-renováveis e terá que apostar forte nas energias renováveis”, disse.
Governo em crise
Na quinta-feira 9, o primeiro-ministro italiano informou que não compareceria ao referendo por considerá-lo “inútil”. Ele também alegou que não votar é direito dos cidadãos, em uma tentativa de provocar uma derrocada dos eleitores e evitar que a consulta chegasse ao número mínimo de 25.209.346 participantes.
As televisões italianas deram pouco destaque ao referendo - vale lembrar que Sílvio Berlusconi é dono do conglomerado de mídia Mediaset, um dos maiores da Europa, com diversas editoras e emissoras de tevê em seu espólio.
O governo Berlusconi ainda mantém maioria no Parlamento devido ao apoio da Liga Norte, mas a oposição já pede que ele se demita. Porém, Berlusconi garante que fica no poder até o fim de sua legislatura em 2013.
Fonte: CARTACAPITAL
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