Na segunda noite de violência sectária na Irlanda do Norte, um fotojornalista britânico foi ferido na perna com um tiro de bala. Os confrontos entre católicos e protestantes já são considerados pela polícia como “os piores desde há muito tempo”.
A polícia foi mobilizada em força para evitar uma escalada da violência (Reuters)
Os confrontos que envolveram cerca de meio milhar de pessoas na noite de segunda para terça-feira começaram quando grupos de homens encapuçados atacaram várias casas particulares do Short Strand, um enclave católico numa zona maioritariamente habitada por protestantes no leste de Belfast.
Na noite de ontem a violência regressou depois da televisão local, a UTV, ter noticiado a hospitalização, em estado considerado grave, de um homem com o crânio fracturado por um tijolo.
“É provavelmente a pior erupção de violência desde há muito tempo neste sector”, declarou o director-adjunto da polícia da Irlanda do Norte, Alistair Finlay. Os homens envolvidos em confrontos, com máscaras no rosto e roupas de estilo militar, lançaram cocktails Molotov, tiros de fogo de artificio e granadas de fumo contra a polícia.
O presidente da câmara de Belfast, Niall O’Donnghaile (eleito pelos republicanos do Sinn Féin, antigo braço político do IRA) considerou a situação “tensa e perigosa” e acusou os protestantes unionistas de violência gratuita.
Por seu lado, o deputado unionista Michael Copeland, garantiu que os protestantes reagiram a ataques contra casas protestantes na passada semana levados a cabo por católicos republicanos.
A violência sectária na Irlanda do Norte, entre os que defendem a manutência da soberania britânica na Irlanda do Norte (unionistas de religião protestante) e os que advogam toda uma Irlanda unificada (republicanos de religião católica) provocou cerca de 3500 mortos ao longo de 30 anos, antes da assinatura do Acordo de paz de Sexta-feira Santa em 1998.
Fonte: PUBLICO (Portugal)
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