É o que mostra uma pesquisa encomendada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) ao Instituto Datafolha e divulgada nesta terça-feira (21). A demora no atendimento é problema para 26% dos entrevistados.
60% dos usuários de plano de saúde tiveram alguma experiência negativa com o atendimento oferecido no último ano. É o que mostra uma pesquisa encomendada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) ao Instituto Datafolha e divulgada nesta terça-feira (21). A demora no atendimento é uma das principais queixas de usuários - 26% dos entrevistados se queixaram de demora no atendimento ou de fila de espera no pronto-socorro e nos serviços de laboratório.
Logo em seguida, vêm reclamações sobre a pouca opção de profissionais, hospitais e laboratórios credenciados (21%). “Ao ingressar em um plano, as pessoas imaginam que terão atendimento rápido, sem restrições. A pesquisa mostra que a realidade está longe de ser assim”, afirmou o coordenador de saúde suplementar do CFM, Aloísio Tibiriçá.
14% das pessoas ouvidas disseram que procuraram serviços do Sistema Único de Saúde (SUS) por negativa ou restrição de cobertura por parte do plano de saúde. Outra queixa identificada foi a demora para marcar consulta com um médico: 19% relataram o problema. A demora para autorização da liberação das guias foi apontada por 13%.
“Essa pesquisa veio confirmar a insatisfação com os planos que já falamos há tempos”, disse Tibiriçá.
No entanto, 76% dos entrevistados afirmaram estar satisfeitos com os serviços. Para o vice-presidente, a satisfação dos usuários ocorre depois de terem sido atendidos pelos médicos. “Isso é depois que é atendido. O problema é chegar no médico, é o acesso”, disse.
A pesquisa traz também um perfil sobre quem tem plano de saúde no país, grupo que soma mais de 45 milhões de brasileiros. Cada pessoa procura os serviços do plano, em média, sete vezes por ano. Para Tibiriçá, o número mostra a expansão do mercado de clientes, embora a rede de credenciamento dos médicos não tenha crescido no mesmo ritmo.
Segundo o coordenador do CFM, a longa espera muitas vezes enfrentada é fruto da falta de ampliação da rede de assistência. “Operadoras registraram no último ano um aumento significativo de clientes, mas não ampliaram, como deveriam, a rede credenciada. O resultado é óbvio: a fila”, disse.
O vice-presidente da Sociedade Brasileira de Medicina de Seguro, Henrique Shinomata, que representa os médicos que atuam no setor, acredita que as operadoras levarão tempo até que consigam ampliar a sua rede de atendimento. “Dependendo da operadora, os médicos estão se descredenciando, por conta da remuneração baixíssima. Muitas vezes, numa sala de parto, o fotógrafo que registra o nascimento do bebê ganha mais que o próprio médico” disse.
O levantamento é divulgado um dia após a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) definir prazos que as operadoras dos planos terão de cumprir para atender os pacientes. Por uma consulta básica, o usuário deverá esperar, no máximo, sete dias úteis, por exemplo. A resolução da ANS não garante que o usuário será atendido pelo médico de sua escolha, mas sim por qualquer profissional credenciado da mesma especialidade. As regras passam a valer em setembro. A operadora que descumprir estará sujeita a pagamento de multa ou auditoria da agência reguladora.
Ao comentar a medida da ANS, a Federação Nacional de Saúde Suplementar (Fenasaúde), que reúne as 15 maiores operadoras, informou que considera os prazos adotados pela resolução “razoáveis de serem cumpridos”.
Os médicos têm travado uma queda de braço com as operadoras por causa do valor pago pelas empresas aos profissionais credenciados. Em abril, a categoria paralisou, por 24 horas, o atendimento de rotina e as cirurgias marcadas para cobrar reajuste dos valores.
O instituto ouviu 2.061 pessoas em 145 municípios, nos dias 4 e 5 de abril deste ano. Do total de entrevistados, 545 afirmaram possuir plano de saúde.
Fonte: Rev. ÉPOCA
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