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terça-feira, 20 de setembro de 2011

Igreja Católica faz hotel para romeiros em Aparecida, com dinheiro do BNDES

O Santuário Nacional Nossa Senhora Aparecida, instituição ligada à Igreja Católica que administra a basílica da cidade de Aparecida (168km da capital), no interior de São Paulo, vai receber R$ 32,5 milhões de empréstimo do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para a construção do hotel popular “Cidade dos Romeiros”, que deverá ser inaugurado em setembro do ano que vem. O dinheiro virá do programa “BNDES ProCopa Turismo”, linha de financiamento de R$ 1 bilhão com condições especiais de juros e pagamento para projetos hoteleiros a serem construídos para atender à demanda turística gerada pela Copa do Mundo de 2014.
O hotel, voltado para os visitantes do templo católico (o segundo maior do mundo), é um empreendimento voltado para as classes C e D, público em nada parecido com o tradicional turista da Copa.
De acordo com o administrador do Santuário Nacional, padre Luiz Cláudio Alves de Macedo, o empreendimento, que tem custo total de R$ 56,6 milhões, terá 330 quartos, sendo 18 para portadores de necessidades especiais, com duas camas em cada um, e 312 habitações com capacidade para três camas. Assim, ao todo, o hotel terá vaga para 972 viajantes, em quartos duplos e triplos.
O financiamento junto ao banco estatal está aprovado e a 1ª parcela será liberada ainda neste mês. Toda estrutura de concreto será finalizada em 30 dias, de acordo com padre Macedo. Estão em execução as alvenarias, instalações elétricas, hidráulicas e de ar condicionado. Atualmente a obra encontra-se com uma evolução física de 35%.
Questionado a respeito da conveniência de receber um financiamento em condições especiais que deveria ser voltado a empreendimentos turísticos ligados à Copa do Mundo, o padre afirma que “o programa de financiamento para a Copa 2014 foi posterior à entrada do processo do Santuário Nacional junto ao BNDES. O financiamento para o hotel foi aprovado na linha ‘Programa de Incentivo ao Turismo’, produto regular do banco”.
A informação é confirmada pelo BNDES. O banco estatal, que divulgou o financiamento desde o momento em que fechou o negócio, em abril deste ano, afirma que transferiu o contrato de “sua linha de prateleira” para o ProCopa Turismo porque isso reduziria o custo para o cliente, que teria um projeto que se enquadra no que o BNDES entende ser um investimento que tem ligação com a Copa do Mundo.
Pelo entendimento da instituição estatal, a construção de um hotel entre as duas maiores cidades do país (Aparecida localiza-se às margens da Via Dutra, que liga São Paulo ao Rio de Janeiro), e que ampliar o conhecimento e a infraestrutura de destinos turísticos variados do Brasil é um dos objetivos não só do BNDES, mas do governo brasileiro. Finalmente, o BNDES afirma que a linha ProCopa Turismo tem R$ 1 bilhão disponível para empréstimos, dos quais, até agora, apenas R$ 438 milhões estão contratados. Assim, o hotel da Igreja não estaria disputando verbas com outros empreendimentos com maior afinidade com a Copa do Mundo. 
Comentário do blog: Ainda há idiotas que falam em derrubar o capitalismo no Brasil. Qual capitalismo, cara pálida? Capitalismo subsidiado com dinheiro público é tudo, menos capitalismo. Essa a função do BNDES, a catedral do bolsa-ricos.
A Igreja Católica quer ganhar dinheiro? Que trate de vender suas terras ou de fazer forte campanha de arrecadação de dízimo. E trate de esquecer o dinheiro de nossos impostos.
O leitor sabe que sou absolutamente contra essa conversa fiada de o Estado financiar o desenvolvimento. Na verdade, financia a iniciativa privada a juros imorais de tão baixos. Que merda de capitalistas são esses que não querem correr riscos?
Sou contra esse 1 bilhão para que a iniciativa privada erga hotéis para a Copa. A coisa deveria funcionar assim: o sujeito vê na Copa uma oportunidade de ganhar dinheiro? Pois trate de ir a um banco fazer um empréstimo a juros de mercado. Se o negócio der errado, que se vire com o banco. Ou, então, não estamos no capitalismo, ora bolas.
Certo estava Mário Covas quando sentenciou que o Brasil precisava de um choque de capitalismo. Infelizmente, Mário Covas morreu. E o Brasil segue a necessitar de um choque de capitalismo.

 

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