É uma vergonha inescondível o que se faz em todo o País contra os professores. Salários indignos são pagos para quem enfrenta a malcriação e até agressões físicas da molecada, mas persiste, dedicadamente, na tentativa de prepará-la para a vida, propiciando-lhe conhecimentos e repassando-lhes princípios.
E ainda se tem o descaramento de falar em valorização da educação.
No fundo, a ação de grupos repressivos encastelados na administração visa desvalorizar a educação pública (professores desmotivados), em favor da escola privada. Está mais do que na cara tal propósito.
Os maus exemplos que deram a polícia e o Presidente da Assembléia, mostrando que professor deve ser tratado na porrada, incentivará atos destemperados de adolescentes e marmanjos contra os que se sacrificam pelo futuro de todas as gerações.
Quem abusa do poder para reprimir com violência os que lutam por dignidade funcional não pode sobreviver.
Ditadura nada mais é do que o somatório de atos que extrapolam a legitimidade de quem está investido em cargo público, pelo voto ou por meio de golpe contra a democracia.
Contra a truculência só a força faz efeito. Greve, como ato de mera desobediência civil, não é suficiente. Governos debochados não dão importância para greves, deixando o tempo passar e o movimento se desgatar perante a opinião pública, apostando, assim, no esvaziamento e no insucesso.
Ditadura nada mais é do que o somatório de atos que extrapolam a legitimidade de quem está investido em cargo público, pelo voto ou por meio de golpe contra a democracia.
Contra a truculência só a força faz efeito. Greve, como ato de mera desobediência civil, não é suficiente. Governos debochados não dão importância para greves, deixando o tempo passar e o movimento se desgatar perante a opinião pública, apostando, assim, no esvaziamento e no insucesso.
O safado do Presidente da Assembléia cearense, que convocou a Polícia e mandou reprimir legítimas manifestações de descontentamento da categoria, merecia alguns tiros nas fuças.
-=-=-=-=-='Fui atingido por um cassetete', diz professor ferido na Assembleia do CE
Professor diz ter sido atingido durante choque entre a categoria e policiais.
Batalhão afirma que objetos jogados pelos manifestantes geraram ferimento.
Professor Freitas diz que foi atingido por cassetete; Batalhão de Choque afirma que ele foi acertado por objetos arremessados pelos próprios manifestantes. (Foto: Alex Costa/Agência Diário)
O professor atingido na cabeça durante as manifestações na Assembleia Legislativa do Ceará na tarde desta quinta-feira, quando os grevistas tentaram invadir o plenário para impedir os deputados de aprovarem a lei do piso salarial proposta pelo Governo do Estado, diz Arivaldo Freitas, que foi “pressionado contra a parede” e acertado por um cassetete. “A manifestação já estava controlada, muitos manifestantes já tinham desistido quando eu fui acertado”, diz o Arivalto. O Batalhão de Choque da Polícia Militar diz que paus e outros objetos jogados pelos manifestantes geraram o ferimento.
Mesmo com as manifestações, a lei foi aprovada em regime de urgência e determina um salário de R$ 813,79 para professores com ensino médio. Os professores alegam que o Governo de Estado não cumpre a Lei do Piso Nacional, que exige um salário de no mínimo R$ 1.180 para os profissionais do ensino médio.
Professor ferido estava acampado na Assembleia
Freitas é professor de matemática em estado probatório, aprovado no último concurso do Estado. Ele diz que estava no comando de greve “dando apoio” e participava do acampamento na Assembleia que começou na tarde de quarta-feira (28).
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Em nota à imprensa, a Assembleia Legislativa disse que os professores feridos foram atingidos por objetos arremessados pelos próprios manifestantes.
Segundo o comandante do Batalhão de Choque da Polícia Militar, major Alexandre Ávila, os policiais "fizeram a linha de contenção visando evitar a invasão do plenário". Ávila declarou à reportagem da TV Verdes Mares que o professor foi atingido por paus e outros objetos arremessados pelos manifestantes.
Arivalto Freitas foi levado ao Hospital Instituto Doutor José Frota, no Centro de Fortaleza, com ajuda de outros professores. Ele fez uma tomografia e ficou constatado ferimento no crânio. Ele diz sentir dor de cabeça forte.
O professor diz também que deve evitar as manifestações sindicais nos próximos dias. “Acho que meu estado não vai permitir”, explica. O professor recebeu alta hospitalar por volta de 17h.
Protesto
Os professores realizam protestos na Assembleia Legislativa contra a aprovação do piso dos professores - abaixo do que exige a Lei Nacional do Piso -, votada nesta quinta-feira (29) pelos deputados cearenses em regime de urgência. O líder do Governo na Assembleia, deputado Antônio Carlos (PT), diz que estão abaixo do piso apenas uma quantidade “irrisória” de professores que têm até o Ensino Médio. O deputado diz também que a matéria foi aprovada após ser debatida com integrantes do governo e representantes dos professores. A categoria está em greve desde o dia 5 de agosto.
Fonte: G1
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