por Herman Glanz – Ainda não se tem um antivírus para o antissemitismo, porque ele engloba múltiplos tipos de vírus conhecidos. Atinge judeus e Israel, porque Israel passou a ser o Judeu das Nações.
No Chile, Rotem Singer, um jovem turista israelense chegou a ser preso acusado de atear fogo no Parque Nacional da Patagônia, quando fez pequena fogueira, no finalzinho do ano passado, e a situação desencadeou uma onda de antissemitismo. Sendo, como todo jovem israelense, um soldado de férias após seu serviço militar, surgiram declarações de ser agente israelense. Jornalistas e senadores chilenos acusaram Israel pelo episódio, e chegaram a falar em pedir indenização ao Estado de Israel.
Em Cuba, um empresário judeu, Alan Gross, ajudando regularmente a coletividade judaica local, foi detido e condenado a 15 anos de prisão, sob a acusação de ter criado uma rede de Internet independente, tanto para a coletividade judaica como para Maçons, porque trouxera consigo pequeno equipamento de acesso à Internet sem fio, via satélite, tipo BGAN e um celular Blackberry, já que a Internet é cerceada em Cuba. A sentença foi divulgada agora pelo blog Café Fuerte de apoio aos cubanos nos Estados Unidos.
Nos Estados Unidos ganha força campanha de jornalistas e acadêmicos contra o que chamam de ‘lobby judeu’, com os velhos chavões dos “Protocolos dos Sábios de Sião” que os judeus querem dominar o mundo. Revista americana, publica, na semana passada, artigo falando que agentes israelenses se fazem passar por agentes da CIA para forjar uma aliança com os Estados Unidos contra alvos anti-israelenses. Assim também se falou que foram agentes israelenses, disfarçados em agentes da CIA, que prepararam os dissidentes iranianos que mataram um cientista nuclear no fim do mês passado.
Isto levou jornal israelense a proclamar que, se os agentes israelenses são capazes dessas proezas, não há porque se preocupar com o Irã.
Sábado pela manhã, ontem portanto, motociclistas abriram fogo contra soldados que se dirigiam a uma base da Força Aérea iraniana, matando um oficial e ferindo um soldado; o Irã também acusa Israel.
O proprietário do jornal americano, Atlanta Jewish News, se desculpou porque seu jornal chegou a publicar artigo dizendo que Israel, dentre as opções contra o Irã, detinha a opção de assassinar o Presidente Barack Obama.
Jornal holandês cristão publica texto a respeito de uma holandesa que, tendo vivido um tempo em Israel, lá teve seu filho e que, diante dos cuidados recebidos no pré-natal e parto no hospital onde foi atendida, declara que se trata de uma atitude nazista com vistas a promover o nascimento de crianças eugenicamente sadias, como arianas, ao invés de elogiar os cuidados que se dedicam às gestantes e aos partos em Israel.
Sobre os fundamentalistas muçulmanos não precisamos lembrar o que vem sendo dito no Egito, como o caso do Sheik Hazem Shuman que prega que os “judeus são um câncer no Planeta Terra e ficar livre deles é uma obrigação”, sem falar no que pregam o Hamas e Hizbollah.
O Ministro israelense Yuli Edelstein apresenta hoje um relatório sobre aumento do antissemitismo no Oriente Médio depois da Primavera Árabe. Diz o relatório: “o levante popular no mundo árabe não representa uma mudança de atitude para com Israel, sionismo e judeus, e o discurso antissemita de incitamento do ódio tornou-se mais extremado e violento”. “Acusações de conspiração internacional dos judeus tem sido motivo central que acompanha a Primavera Árabe”.
Tudo isto é dito quando lembramos os 70 anos da Conferência de Wansee que decidiu pela “Solução Final”, ocorrida em 20 de janeiro de 1942, quando foi decidida a matança industrial de judeus da Europa: a vergonha da humanidade por gente tida como culta. 70 anos depois de Wansee, e quando se lembram a Memória do Holocausto, fixado pela ONU para o dia 27 de janeiro, o mundo parece que nada aprendeu, mas toda a movimentação que ocorre, reagindo ao Irã, pode indicar uma melhora. Esperamos com interesse.
Fonte: PLETZ
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