Mais uma "santinha" achada, como a de Aparecida.
A velha e descarada prática da ICAR de jogar imagens no mar, em rios ou outros lugares onde sabe que serão achadas, se repetiu em Cuba. Falta de vergonha na cara que sempre acometeu padres e bispos católicos, exploradores tradicionais da credulidade dos simplórios.
Quanto à adoção pelos cultos africanos não é novidade alguma. Para os superticiosos vale tudo, derivando o sincretismo da capacidade de simplesmente crer, sem nada questionar.
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Quatrocentos anos depois de ser descoberta, uma estátua de madeira de apenas 35 centímetros resiste como um dos maiores símbolos nacionais de um país dividido entre o secularismo do governo e a religiosidade de seu povo. Com a visita do Papa Bento XVI a Cuba e perto de seu quadricentenário, a Virgem da Caridade do Cobre ganhou mais alguns motivos para ser lembrada pelos cubanos, mesmo os não católicos.
Oficialmente elevada pelo Vaticano a padroeira de Cuba em 1916, a estátua foi encontrada na Baía do Nipe, em 1615, por dois trabalhadores indígenas e um escravo africano que procuravam por sal em um barco. A virgem carregava um pequeno bebê Jesus e tinha a frase "Eu sou a Virgem da Caridade" inscrita. Os homens teriam ficado surpresos ao perceber que o manto da estátua estava completamente seco.
A virgem está exposta no vilarejo de El Cobre, a 20 quilômetros de Santiago de Cuba, maior centro de peregrinação de país, que o Papa Bento XVI visita nesta terça-feira. Em 1998, seu antecessor, João Paulo II, havia visitado a Virgem e lhe dado uma coroa dourada.
Peregrinos vão até El Cobre para pedir favores à Virgem ou agradecê-la; um deles foi o escritor americano Ernest Hemingway, que deixou aos pés dela a medalha de ouro que recebeu quando foi agraciado com o Nobel de Literatura, em 1954. O gesto foi uma forma de agradecer ao povo cubano por ter servido de inspiração para obras como "O velho e o mar". A medalha está lá até hoje.
Uma das razões de tanta popularidade da estátua é que ela foi agregada por outras fés além da católica. Membros da religião afro-cubana santeria também veneram a Virgem, referindo-se a ela como Oxum.
Segundo a escritora Olga Portundo, autora de "Virgem da Caridade do Cobre, símbolo de cubanidade", a relíquia apresenta uma semelhança notável com figuras indígenas.
Uma vendedora de Havana, Daysi Castellanos, confirma que a imagem é amada mesmo pelos cubanos que não são religiosos.
- É um símbolo do nosso país. Eu não sigo nenhuma religião, mas a Virgem é nossa. Ela pertence a todos os cubanos, sejam eles fiéis ou não.
Fonte: Agência Globo
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