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Advogado - Nascido em 1949, na Ilha de SC/BR - Ateu - Adepto do Humanismo e da Ecologia - Residente em Ratones - Florianópolis/SC/BR

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terça-feira, 27 de março de 2012

FIDEL CASTRO FOI EXCOMUNGADO - O QUE ISTO SIGNIFICA?

Ser excomungado significa, na prática, ser afastado  da comunhão, da convivência, da assembléia, isto é, da Igreja.Penso que se assemelha ao banimento (expulsão dos domínios da Igreja), à relegação ao ostracismo.

Fidel deve ter dado boas gargalhadas quando  João XXIII o declarou excomungado, eis que, na prática, a Igreja só estava fazendo aquilo que Fidel já fizera, voluntariamente, excluir-se do universo dos que integram a congregação católica ou qualquer outro agrupamento religioso.

No fundo, sabe-se que João XXIII estava querendo abrir uma dissidência dos católicos da Ilha contra o governo de Fidel, mas não obteve o êxito esperado. 

THOMAS HOBBES, ultimamente tantas vezes citado neste blog, no seu Leviatã (p. 366) conceitua: Excomungar, no original, é aposynágogon poiein, expulsar da Sinagoga. Esta palavra é derivada dos costumes dos judeus, de expulsar das sinagogas os que eram considerados, quanto à conduta ou à doutrina, contagiosos, do mesmo modo que os leprosos (*), pela lei de Moisés, eram separados da congregação de Israel, até ao momento em que fossem declarados, pelo sacerdote, perfeitamente curados.

Só um crente e temente à sua inclusão no reino de satanás (Hobbes, op. cit., p. 367) poderia incomodar-se com sua excomunhão e como Fidel não é um crente, pouco se importou com o gesto teatral do líder da ICAR.

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Papa reforça papel mediador da igreja na abertura política de Cuba

Atualizado em  26 de março, 2012 - 16:57 (Brasília) 19:57 GMT
    Bento 16 | Foto: AP
    Em viagem à América Latina, papa Bento 16 passou pelo México e embarca agora rumo a Cuba
    Dias após fazer críticas indiretas ao regime cubano no México, o papa Bento 16 desembarcou em Cuba, nesta segunda-feira, em sua primeira viagem oficial ao país. Para analistas, a principal missão do pontífice é fortalecer o papel da Igreja Católica como mediadora junto ao governo nas negociações para a libertação de presos políticos.
    Embora o regime de Cuba seja declaradamente ateu, a política atual da igreja cubana é de aproximação com o governo de Raúl Castro, irmão e sucessor de Fidel Castro.
    A aproximação é um novo capítulo nas relações entre Cuba e a Santa Sé, que já passou por altos e baixos. Nos anos 1960, a tensão chegou ao ponto de o líder cubano Fidel Castro ser excomungado pelo papa João 23.
    Para Enrique López Oliva, professor de religião da Universidade de Havana, a visita de Bento 16 ao país tem um caráter muito definido.
    Segundo ele, o papa "vem em primeiro lugar dar respaldo à política do Cardeal Jaime Ortega" de aproximação com o governo.
    A excomunhão, no entanto, não impediu que o papa João Paulo 2º visitasse o país em 1998 e que Bento 16 agora repita a viagem, 14 anos depois.
    Nos últimos anos, a colaboração entre a Igreja e o Estado cubano passam por temas delicados como a libertação de presos políticos e comuns. Em dezembro de 2011, Cuba libertou quase 3 mil prisioneiros como "gesto de boa vontade", após receber pedidos de parentes e instituições religiosas.
    Meses antes, em julho, o governo libertou 52 dissidentes que estavam presos desde 2003, após um acordo com líderes católicos.

    Igreja ganha espaço

    João Paulo 2º | Foto: AP
    Presidente cubano Fidel Castro recebe o papa João Paulo 2º em Cuba, ainda em 1998
    López Oliva afirma que "o setor da Igreja mais envolvido nas negociações domina o Episcopado Católico. Houve uma renovação com gente jovem, gente que talvez não tenha sofrido ou não tenha participado no conflito igreja-Estado nas décadas de 1960 ou 1970".
    Segundo o professor, a igreja quer um maior acesso à educação e aos meios de comunicação. A instituição "já possui a única revista independente de crítica política de Cuba, a Espacio Laical, na qual escrevem acadêmicos, críticos e pessoas da Igreja".
    Além disso, "o seminário de São Carlos e São Ambrósio se transformou no Centro de Diálogo Félix Varela de Cultura, onde figuras da revolução, vozes da igreja e até alguns opositores (do regime) se reúnem para debater problemas nacionais", de acordo com Oliva.
    Ele acredita que estes espaços são importantes para o clero, por causa da perda de fiéis expressiva que a Igreja Católica sofreu em Cuba.
    "Você vai em um domingo e as igrejas católicas estão semi-vazias ou vazias, enquanto os templos pentecostais têm tanta gente que não cabe dentro", diz.
    O bispo Juan de Dios Hernandez confirma que a Igreja Católica cubana aspira "a um espaço nos meios de comunicação mais sistemático" e a "uma possibilidade no âmbito educativo", ou seja, voltar a ter escolas católicas como antes de 1959.
    "Todo o espaço que a igreja consegue com este diálogo (com o governo) é um espaço também para o povo, a partir da fé. Não teria sido possível a saída dos presos (políticos) sem esse diálogo e também não teria sido possível o indulto de mais de 2 mil presos (comuns)", diz Hernandez.
    O bispo participou de encontros com o Raúl Castro e o descreveu como "uma pessoa muito direta, de agenda e pontos concretos, que não dá voltas e tem um conceito operativo da vida".
    "(Ele) trata de que as coisas aconteçam e não fiquem somente no discurso", afirma.

    Fonte: BBC


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    (*) O comentário de Hobbes lembra o quanto de preconceituosas e discriminatórias são as religiões com relação aos que sofrem da lepra, procedimento que também não popupava os epiléticos e os doentes mentais, chamados de endemoninhados.

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