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domingo, 25 de março de 2012

Crianças são mortas com crueldade e enterradas vivas em cerimônias religiosas em Uganda, na África.

 
Allan Ssembatya tinha apenas 7 anos em 2009, quando  foi sequestrado por feiticeiros para ser morto em um ritual. O episódio não é a único em Uganda, país africano onde ainda acontecem sacrifícios macabros de animais, crianças e adultos. Mas talvez seja um dos mais impressionantes pela violência do ataque e, principalmente, porque Allan sobreviveu.
Com a marca de um talho na cabeça, resultado de um golpe de facão tão fundo que rachou seu crânio, o pequeno Allan resistiu à barbaridade e tornou-se um dos símbolos das campanhas internacionais contra este tipo de ritual covarde e desumano.
O esforço para acabar com a prática envolve forças policiais locais e instituições internacionais, como o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), além de organizações indepententes que vêm realizando importante trabalho de documentação e divulgação de histórias como a do menino Allan. É o caso da britânica VSO, formada com o objetivo de combater a pobreza em países em desenvolvimento, e da Campanha do Jubileu, grupo cristão de defesa dos direitos humanos e contra opressão. As fotos e muitos dos relatos desta reportagem fazem parte de um relatório recente com denúncias graves feitas pelo grupo.
Mais do que noticiar, a organização Jubileu também tem ajudado vítimas como Allan. Seu pai, Hudson Kizza Semwanga, teve que vender a casa em que a família vivia para pagar o tratamento do menino. Além do talho na cabeça, ele também tem cicatrizes no pescoço e nos ombros e pode ter problemas no seu desenvolvimento por ter sido castrado no ritual. Até hoje, chora ao lembrar do episódio e acorda assustado em meio a pesadelos lembrando o que aconteceu.
Sua história resume a covardia com que os bruxos costumam agir. Allan foi sequestrado por três homens quando voltava da escola em Mukono, um vilarejo localizado a 30 quilômetros de Campala, a capital de Uganda. Após sofrer golpes profundos, ele perdeu a consciência e entrou em coma. Foi considerado morto pelos feiticeiros e deixado no meio do mato.
O menino foi encontrado horas depois por parentes e amigos em uma poça de sangue. Internado, ficou 1 mês em coma até retomar a consciência, tamanha a gravidade dos ferimentos. Até hoje sofre com as sequelas. Além de ter perdido a sensibilidade do lado esquerdo do corpo, as lesões poderão levar a mais problemas de desenvolvimento no futuro, tais como a diminuição gradual da densidade óssea e o crescimento dos seios, devido à castração.
Recuperado, ele reconheceu os três agressores: um bruxo chamado Awali, e seu irmão Abass, além de outro homem conhecido apenas como Paul. Mesmo assim, dificilmente os agressores serão punidos. Desde que o governo iniciou o combate à prática de sacrifício apenas uma pessoa foi condenada por este tipo de crime.
Falta de vontade política, medo de represálias e temor da suposta magia de tais feiticeiros estão entre os motivos que explicam a impunidade.

FONTE:  http://www.folhauniversal.com.br/

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