O juiz Rafael Fonseca, investigado em 2008 pela CPI dos Grampos, será investigado em um processo administrativo disciplinar por sua conduta na permissão de um grande número de escutas para investigações das Polícia Federal e da Secretaria de Segurança Pública (Seseg) do Rio de Janeiro. Ao todo, o magistrado autorizou 2147 escutas apenas no ano de 2007, o que representaria uma investigação para cada 48 habitantes do município. Além do número excessivo de grampos, o magistrado também será investigado por uma suposta ligação com uma milícia que atua em Itaguaí, na Baixada Fluminense, onde atua.
De acordo com o deputado federal Marcelo Itagiba (PMDB-RJ), que presidiu a Comissão Parlamentar de Inquérito, o juiz era usado por autoridades da Segurança Pública como uma "barriga de aluguel", gíria policial para um magistrado que dá sentenças sobre áreas que não pertencem a sua jurisdição:
"O poder absoluto gera problemas, as pessoas precisam ser fiscalizadas. Houve uso indevido nas autorizações para grampos. Não encontramos em nenhum outro lugar algo nesse patamar. Na verdade, o que ocorreu é um conluio, e a Justiça não pode funcionar por conluios, nem para o bem, nem para o mal", afirma Itagiba.
Fonte: JORNAL DO BRASIL
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