O jornalista Fábio Marton, 33, conta em um livro como de evangélico radical, de fazer pregações na igreja aos 10 anos, se transformou em ateu. Em “Ímpio, o evangelho de um ateu” (Leya, 221 págs, R$ 34,90), ele relata os rigores aos quais era submetido pelo seu pai, um religioso fervoroso. O pai do seu pai tinha sido pastor da Assembleia de Deus.
O crente Marton conversava com Deus e pedia proteção de Jesus, mas isso não ajudava em coisas práticas, como paquerar as meninas da escola. Se sentia isolado.
Aos poucos, ele foi tomado por um espírito critico e começou a se incomodar com as contradições dos religiosos e da Bíblia. E assim teve inicio a sua caminhada rumo ao ateísmo.
Ajudou-lhe o fato de gostar de ciência. Em uma entrevista, ele lembra que, quando tinha 8 anos, seu pai tirou de suas mãos a primeira edição da Superinteressante para que não lesse sobre a teoria da evolução das espécies.
Hoje ele escreve para revistas da Editora Abril, entre as quais a Superinteressante.
O jornalista diz na entrevista que não guarda ressentimento do seu pai por ter sido forçado por ele a seguir a crença evangélica – era o que tinha de acontecer. Hoje, o relacionamento de Marton, que mora em São Paulo, com sua família, fixada em Curitiba, é tido como normal, mas o jornalista admite que há um vácuo nas conversas.
Ele afirma que não pretende “denegrir” os evangélicos, porque entende que, para muitas pessoas, a religião é importante. No livro, ele até ensaia uma defesa dos crentes, os quais, diferentemente do que se pensa, “não são 'zumbis' que dizem 'Jesus' em vez de cérebro”.
Mas, conforme a introdução do “Ímpio”, não poupa as religiões e seus líderes charlatães e mercantilistas, promotores da intolerância, fanatismo e hipocrisia.
Marton diz que sua vida só começou a fazer sentido depois que se tornou ateu.
Com informação da Gazeta do Povo e do site do livro, via PAULOPES WEBLOG
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