Um subtipo da bactéria Escherichia coli encontrada no trato intestinal preocupa a Alemanha, após as autoridades sanitárias terem confirmado nesta terça-feira (24/05) as primeiras mortes depois do início do surto que atinge o país desde meados de maio.
Três óbitos foram verificados em três estados no norte do país. Nos três casos, as vítimas são mulheres. Para uma delas, entretanto, não há ainda confirmação laboratorial de infecção pela doença, e nos três casos não houve confirmação oficial de que a infecção tenha sido a causa principal do óbito. Permanece obscura a razão para a proliferação anormal das bactérias intestinais, que podem causar diarreia hemorrágica e levar a insuficiência renal aguda.
Os especialistas afirmam que se trata de uma variante desconhecida da bactéria, capaz de resistir à maioria dos antibióticos.
Ao menos 400 casos no país
Até esta terça-feira foram contabilizados pelo menos 400 casos de infecção ou suspeita de contaminação na Alemanha. A Escherichia coli êntero-hemorrágica (EHEC, do inglês) foi atestada em uma paciente de 83 anos de uma cidade nos arredores de Hannover, na Baixa Saxônia. Ela morreu no sábado após ser internada em 15 de maio com diarreia hemorrágica.
Em Bremen, uma moça morreu na madrugada de segunda para terça-feira, após apresentar sintomas típicos da doença. No estado de Schleswig-Holstein, uma idosa recém-operada de mais de 80 anos faleceu após ser infectada.
A EHEC tem se espalhado com rapidez atípica há alguns dias, afetando principalmente o norte da Alemanha. Alguns dos doentes se encontram em estado crítico, sendo tratados em UTIs. Somente em Schleswig-Holstein, na terça-feira foram constatados 200 casos suspeitos de diarreia hemorrágica associada à bactéria, o dobro do número de casos do dia anterior. Na Baixa Saxônia, foram registrados 96 casos suspeitos. Em Hamburgo, 42 pacientes foram internados com suspeita de portarem a doença.
Especialistas não descartam mais mortes
Segundo o Instituto Robert Koch, nesta terça-feira havia mais de 80 casos conhecidos de síndrome hemolítico-urêmica, uma perigosa consequência da doença, que pode levar a insuficiência renal aguda e ser fatal. O elevado número de casos com risco de vida para os doentes é extremamente incomum, segundo especialistas, que consideram possível um aumento de óbitos em decorrência da doença.
Em todo ano de 2010, o Instituto Robert Koch registrou apenas 65 casos dessa síndrome na Alemanha, com duas mortes. As autoridades de saúde suspeitam que a transmissão possa estar ocorrendo através de verduras ou legumes mal lavados, não havendo até agora indícios por que as mulheres são mais atingidas.
MD/dpa/ap/afp
Revisão: Roselaine Wandscheer
Fonte: DEUTSCHE WELLE
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