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segunda-feira, 23 de maio de 2011

Sobre o Código Florestal, que está para ser votado amanhã

Repercutindo o blog do Canga (embora tenha recebido a matéria por e-mail diretametne do Dr. Edson), em razão do comentário do Sidney, que considero muito perspicaz:


NOVO CÓDIGO FLORESTAL




Por Edison da Silva Jardim Filho




A amplamente majoritária “bancada ruralista” (alguns, mais apropriadamente, chamam-na de “bancada da motosserra”) na Câmara dos Deputados começa, nesta semana, a tirar o verde- que simboliza a extensão e pujança das nossas matas- da bandeira nacional, para colocar, em seu lugar, desenhos de grãos de soja. Como o verde é a cor preponderante no pavilhão brasileiro, os grãos de soja passarão a sê-lo.

É que, a partir desta terça-feira, serão iniciadas, no plenário da Câmara Federal, as discussões e votações para a aprovação do projeto do novo Código Florestal. A justificativa da bancada ruralista é de que o atual Código Florestal está obsoleto - a Lei nº 4771 é de 15 de setembro de 1965 -, e o seu objetivo assumido é o de possibilitar o alargamento das fronteiras do agronegócio (principalmente, das plantações de soja) no rumo das regiões Centro-Oeste e Centro Norte/Nordeste. As duas maiores entidades científicas do país, a SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência) e a ABC (Academia Brasileira de Ciências) atestaram, em estudos tornados públicos, que o Código Florestal vigente já é insuficiente na proteção que dá aos biomas que lhe são objeto. E parece lógico: de 1965 para cá, a ciência aprofundou os seus conhecimentos sobre, só para dar um exemplo, a relação direta entre desmatamento e mudanças climáticas.

As bancadas ruralistas na Câmara dos Deputados e no Senado Federal têm por mentora intelectual a presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e senadora do PSD (o recém criado partido do prefeito paulistano Gilberto Kassab e da “tchurma” viciada em situacionismo de Santa Catarina) pelo Estado do Tocantins, Kátia Abreu. O relator do projeto do novo Código Florestal é o deputado pelo PC do B de São Paulo, Aldo Rebelo. Ele foi presidente da UNE na gestão 1980-1981. Hoje, ninguém é mais lacaio dos grandes interesses financeiros escusos e obcecado pela obtenção de dinheiro para o financiamento eleitoral e o enriquecimento pessoal, do que um ex-esquerdista. O projeto, depois, será encaminhado ao Senado Federal. Aí, ele não poderia ter relator mais óbvio: o ex-governador Luiz Henrique da Silveira. Santa Catarina foi precursor dos Códigos Florestais estaduais. O nosso foi aprovado por uma Assembleia Legislativa fantoche, no momento em que se deram as mãos as notórias arrogância e prepotência do então governador com o seu mais notório ainda atraso político-ideológico.

Os pontos de “honra” que a truculência da bancada ruralista na Câmara dos Deputados quer transformar em normas do novo Código Florestal, são: a redução de 30 para 15 metros da área de vegetação (mata ciliar) situada nas margens dos rios com até 5 metros de largura, que representam 90% da malha hidrográfica; a desobrigação das pequenas propriedades de manterem uma área de vegetação nativa, que é a chamada “reserva legal”; a possibilidade de desmatamento nos topos de morros e em áreas com declividade acima de 45%; e, como não poderia faltar numa derrubada como essa, a coices de cavalos, das porteiras do bom senso- consta que a maior beneficiária será a própria senadora Kátia Abreu-, a anistia ampla, geral e irrestrita para os desmatamentos ocorridos até à edição do Decreto nº 6514, de 22 de julho de 2008, que regulamentou a Lei nº 9605/98 (Lei de Crimes Ambientais). Por conta da expectativa dessa anistia esgarçar ainda mais a base de beneficiados, o desmatamento ilegal na Amazônia transformou-se em prática disseminada e incontida. Noticia a imprensa que, somente no Estado do Mato Grosso, entre agosto de 2010 e abril deste ano, foi desmatada uma área equivalente a 55 mil campos de futebol.

Querem saber de uma coisa? É politicamente incorreto, mas eu não rechaço, de antemão, a ideia da internacionalização da Amazônia, com a entrega de sua administração a um “conselho” formado pelas maiores instituições ambientais do mundo, dentre as quais o Greenpeace e a WWF (World Wildlife Fund), nos moldes apregoados por um site que está no ar na rede mundial de computadores, e que ninguém teve a coragem de assumi-lo, intitulado: “Orgulho Verde”.

Repercutindo o Cangablog, inclusive o comentário, que achei muito pertinente.

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Sidney deixou um novo comentário sobre a sua postagem "NOVO CÓDIGO FLORESTAL": Canga,

O Greepeace tem sua sede na Holanda, e por lá não existe qualquer área de preservação permanente. Agora querem cuidar do nosso bioma? O Brasil é o país mais ecológico do mundo, o Greenpeace quer nos ensinar? Ou proteger o mercado norte americano de competir com o Brasil?
Queria que os brasileiros refletissem sobre isso, e claro, levando em conta os ruralistas e sua ganância.





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