Bancada religiosa usa caso Palocci para convencer governo a suspender kit anti-homofobia
Presidente Dilma optou, nesta quarta-feira, por suspender a distribuição dos kits
Atualizada em 26/05/2011 às 07h21min
O deputado Anthony Garotinho (PR-RJ) afirmou nesta quarta-feira que, para convencer o governo a suspender a produção do material de combate à homofobia, a bancada evangélica da Câmara ameaçou não colaborar com os projetos do Executivo.
Você concorda com a suspensão anunciada por Dilma?
Garotinho disse que coordenou na terça-feira uma reunião dos evangélicos que resultou em três decisões: colaborar para que o ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, fosse convocado para depor sobre sua evolução patrimonial; obstruir as votações na Câmara dos Deputados e apresentar o pedido de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar a contratação organizações não governamentais (ONGs) pelo Ministério da Educação (MEC).
De acordo com Garotinho, a CPI já tinha até nome escolhido.
— Seria a CPI do MEC — disse o deputado ao sair da reunião com o secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, no Palácio do Planalto.
Garotinho acusa o ministro da Educação, Fernando Haddad, de não ter cumprido um acordo selado com a bancada religiosa.
— Ele [Haddad] saiu da reunião com o compromisso de um pacto pela convivência harmônica. Dias depois, falou coisas diferentes na imprensa. Ele disse que tinha aprovado o material, que não via nada de mais e que o material iria adiante. Em função disso, ontem, deputados se reuniram e deliberaram algumas posições — disse.
Garotinho informou que a reunião no Palácio do Planalto foi chamada pelo próprio Gilberto Carvalho.
— O ministro nos telefonou e pediu que fizéssemos uma intervenção com as bancadas católica e evangélica para que não levássemos adiante o que deliberamos ontem após o ministro [Haddad] ter descumprido sua palavra — disse Garotinho.
Ao final da reunião, o líder da bancada do PR na Câmara, Lincoln Portela, disse que, diante da posição do governo de suspender a produção do 'kit homofobia' e de consultar os religiosos sobre os materiais a serem produzidos, os evangélicos seguirão dando apoio às questões do governo na Câmara.
Garotinho disse que coordenou na terça-feira uma reunião dos evangélicos que resultou em três decisões: colaborar para que o ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, fosse convocado para depor sobre sua evolução patrimonial; obstruir as votações na Câmara dos Deputados e apresentar o pedido de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar a contratação organizações não governamentais (ONGs) pelo Ministério da Educação (MEC).
De acordo com Garotinho, a CPI já tinha até nome escolhido.
— Seria a CPI do MEC — disse o deputado ao sair da reunião com o secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, no Palácio do Planalto.
Garotinho acusa o ministro da Educação, Fernando Haddad, de não ter cumprido um acordo selado com a bancada religiosa.
— Ele [Haddad] saiu da reunião com o compromisso de um pacto pela convivência harmônica. Dias depois, falou coisas diferentes na imprensa. Ele disse que tinha aprovado o material, que não via nada de mais e que o material iria adiante. Em função disso, ontem, deputados se reuniram e deliberaram algumas posições — disse.
Garotinho informou que a reunião no Palácio do Planalto foi chamada pelo próprio Gilberto Carvalho.
— O ministro nos telefonou e pediu que fizéssemos uma intervenção com as bancadas católica e evangélica para que não levássemos adiante o que deliberamos ontem após o ministro [Haddad] ter descumprido sua palavra — disse Garotinho.
Ao final da reunião, o líder da bancada do PR na Câmara, Lincoln Portela, disse que, diante da posição do governo de suspender a produção do 'kit homofobia' e de consultar os religiosos sobre os materiais a serem produzidos, os evangélicos seguirão dando apoio às questões do governo na Câmara.
— Todas as decisões que tínhamos tomado ontem na reunião estão suspensas com o compromisso que o ministro [Gilberto Carvalho] assumiu— disse o líder do PR.
AGÊNCIA BRASIL, via DC
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Dilma submete seu governo à tirania da religião ao vetar o kit gay
da colaboradora Lukretia Borggia a propósito de
Dilma suspende kit anti-homofobia por considerá-lo 'inadequado'
A união parlamentar evangélica e religião cívica da política estatal representam os mesmos interesses: dominação das massas pela religião e falsa política.
Conforme já denunciáramos várias vezes aqui, após a passeata de Recife contra a legalização da maconha, onde se exibiam faixas com slogans fascistas, dignas da marcha com Deus pela família e propriedade de 64, e também de acordo com sucessivos posts e comentários, não só eu, como outras pessoas ateias e favoráveis a um Estado secular: O Estado político não é o Estado laico.
A incumbência dada pela Chefe do Estado aos setores obscurantistas e moralistas, para tratar de temas educacionais ligados a "costumes", além de retrocesso na questão do ensino público ser asseguradamente laico, representa sua fidelidade à ambiguidade e murismo de seu predecessor Lula.
É a mesma continuidade da Santa Aliança entre Vaticano e Lula, religião teológica e religião civil, amparados no dogma das liberdades individuais, mas na prática inimigos destas, porque favorecem o falso universal, que é Deus e o Estado, em detrimento da universalidade verdadeira, que é a cidadania.
Os inimigos contudo não são os gays, somos todos nós que desejamos uma educação autônoma e reflexiva para nossos filhos, livres da tirania da religião.
Além do que, esta política de segmentos, a chamada política das ações afirmativas, quanto a negros, gays, pobre, também não é de todo uma genuína afirmação das liberdades.
Na verdade, como já dissemos outras vezes, ninguém devia pedir cotas pra entrar na universidade por ser negro, mas por ser cidadão. Ninguém devia lutar para não ser agredido por Igrejas, perseguido e discriminado por dogmas religiosos, nem apanhar na rua por ser gay, mas por ser cidadão!
É por não termos um Estado laico, mas patrimonialista e paternalista, e o Estado petista é ambos, principalmente assistencialista par excellence, que religiosos e pastores nos governam.
O Estado, semelhante à religião, propaga uma falácia, quando falam de liberdades civis e de consciência religiosa. Pois a tanto a universalidade religiosa quanto a política, ou seja, a filiação divina e a cidadania política destinam-se aos eleitos, isto é, ficam fora os pobres, os negros, os gays, os pecadores e os impuros.
Pesou na decisão da mandatária suprema da nação a força do lobby parlamentar evangélico. Mas talvez tenha pesado muito mais a revisão da corrupção anterior do governo petista.
Dois pesos e duas medidas, pois o PT deve muito aos gays, mas precisou do apoio dos evangélicos pra vencer a oposição na eleição presidencial passada. É natural e compreensível que após uma vela a Deus acendam outra ao Estado Religioso.
A política, porém, como dizia Gonzaga Mota, é dinâmica, e os aliados de hoje certamente serão os inimigos de amanhã.
Os gays ainda precisam aprender, como os seus companheiros norte-americanos já aprenderam, que a persuasão e o apoio democráticos também devem ser reforçados pelo lobby econômico. Boicotar empresas, faculdades, instituições e toda e qualquer literatura, informação religiosas. Isso é imperativo para todos que desejam não só a abolição da dominação religiosa, mas toda a luta pela efetivação da emancipação de toda a humanidade.
O fato de o kit gay não ter sido aprovado, entretanto, é uma demonstração de que o movimento pelas liberdades sexuais, embora seja uma política segmentada, tal como a das cotas, ainda se faz necessária, pela própria transitividade do processo histórico em busca das demais liberdades, inclusive; a de termos um ensino e sistema educacional laicos, quanto um Estado e Constituição seculares.
A união parlamentar evangélica e religião cívica da política estatal representam os mesmos interesses: dominação das massas pela religião e falsa política.
Conforme já denunciáramos várias vezes aqui, após a passeata de Recife contra a legalização da maconha, onde se exibiam faixas com slogans fascistas, dignas da marcha com Deus pela família e propriedade de 64, e também de acordo com sucessivos posts e comentários, não só eu, como outras pessoas ateias e favoráveis a um Estado secular: O Estado político não é o Estado laico.
A incumbência dada pela Chefe do Estado aos setores obscurantistas e moralistas, para tratar de temas educacionais ligados a "costumes", além de retrocesso na questão do ensino público ser asseguradamente laico, representa sua fidelidade à ambiguidade e murismo de seu predecessor Lula.
É a mesma continuidade da Santa Aliança entre Vaticano e Lula, religião teológica e religião civil, amparados no dogma das liberdades individuais, mas na prática inimigos destas, porque favorecem o falso universal, que é Deus e o Estado, em detrimento da universalidade verdadeira, que é a cidadania.
Os inimigos contudo não são os gays, somos todos nós que desejamos uma educação autônoma e reflexiva para nossos filhos, livres da tirania da religião.
Além do que, esta política de segmentos, a chamada política das ações afirmativas, quanto a negros, gays, pobre, também não é de todo uma genuína afirmação das liberdades.
Na verdade, como já dissemos outras vezes, ninguém devia pedir cotas pra entrar na universidade por ser negro, mas por ser cidadão. Ninguém devia lutar para não ser agredido por Igrejas, perseguido e discriminado por dogmas religiosos, nem apanhar na rua por ser gay, mas por ser cidadão!
É por não termos um Estado laico, mas patrimonialista e paternalista, e o Estado petista é ambos, principalmente assistencialista par excellence, que religiosos e pastores nos governam.
O Estado, semelhante à religião, propaga uma falácia, quando falam de liberdades civis e de consciência religiosa. Pois a tanto a universalidade religiosa quanto a política, ou seja, a filiação divina e a cidadania política destinam-se aos eleitos, isto é, ficam fora os pobres, os negros, os gays, os pecadores e os impuros.
Pesou na decisão da mandatária suprema da nação a força do lobby parlamentar evangélico. Mas talvez tenha pesado muito mais a revisão da corrupção anterior do governo petista.
Dois pesos e duas medidas, pois o PT deve muito aos gays, mas precisou do apoio dos evangélicos pra vencer a oposição na eleição presidencial passada. É natural e compreensível que após uma vela a Deus acendam outra ao Estado Religioso.
A política, porém, como dizia Gonzaga Mota, é dinâmica, e os aliados de hoje certamente serão os inimigos de amanhã.
Os gays ainda precisam aprender, como os seus companheiros norte-americanos já aprenderam, que a persuasão e o apoio democráticos também devem ser reforçados pelo lobby econômico. Boicotar empresas, faculdades, instituições e toda e qualquer literatura, informação religiosas. Isso é imperativo para todos que desejam não só a abolição da dominação religiosa, mas toda a luta pela efetivação da emancipação de toda a humanidade.
O fato de o kit gay não ter sido aprovado, entretanto, é uma demonstração de que o movimento pelas liberdades sexuais, embora seja uma política segmentada, tal como a das cotas, ainda se faz necessária, pela própria transitividade do processo histórico em busca das demais liberdades, inclusive; a de termos um ensino e sistema educacional laicos, quanto um Estado e Constituição seculares.
Fonte: PAULOPES WEBLOG
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