Ontem, em Nova York, o escritor e jornalista Roberto Saviano e o economista e ensaísta Nouriel Roubini participaram da conferência Itália-EUA.
Saviano, que se infiltrou na Camorra napolitana para escrever o best-seller Gomorra (virou filme campeão de bilheterias), foi o primeiro a falar e, como se esperava e referentemente ao fenômeno representado pelo crime organizado internacional, voltou a lembrar verdades que são sempre omitidas. Assim, disparou contra os bancos europeus e norte-americanos sobre a grande movimentação de capitais neles realizados pelas máfias.
A propósito, Saviano não dispara a esmo. Ele citou números de relatórios oficiais a que teve acesso. E avisou: “Os bancos europeus e norte-americanos lavam entre US$ 500 e US$ 1 bilhão de dinheiro sujo todos os anos”. O dado citado é de um relatório secreto que acabou vazando e foi produzido pela Drug Enforment Administratio (DEA).
Não se deve esquecer que, no final de 2010, o então czar antidrogas da ONU, Antonio Maria Costa, revelou que o sistema interbancário de compensações bancárias internacionais, no auge da crise econômica mundial, não quebrou em razão de entradas de dinheiro-sujo, sem origem conhecida.
Pano Rápido. E ainda existem tolos que insistem, sem capacidade para perceber outras dimensões e que se contentam em repetir truísmos e obviedades, que sem consumo não haveria oferta. É uma versão que faz lembrar carolices do tipo que sem o pecado viveríamos no paraíso. Os bancos e o sistema financeiro internacional agradecem e incentivam a tolice, pois funcionam como cortina de fumaça.
Wálter Fanganiello Maierovitch, no Portal TERRA
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