Composto usado clandestinamente como veneno
foi misturado de forma acidental ao carvão ativado. Centro Médico foi
interditado pela Vigilância Sanitária por problemas estruturais
O Centro Médico Hospitalar de Campo Largo,
na região metropolitana de Curitiba, foi parcialmente interditado pela
Vigilância Sanitária do Paraná na sexta-feira (16) depois que foram
encontrados problemas estruturais no local. No dia 28 de novembro, uma
criança de três anos com o quadro de intoxicação recebeu tratamento, mas
no procedimento acabou contaminada com chumbinho - produto de venda proibida - usado irregularmente como veneno de rato.
De acordo com o diretor técnico da Secretaria Municipal de Saúde, Kengi Itinose,
a criança tinha uma intoxicação por naftalina e foi tratada com lavagem
gástrica e administração de carvão ativado, procedimentos comuns neste
caso. Um frasco com chumbinho estava identificado como produto próprio
para ser usado na administração do carvão ativado e o agrotóxico, que é
altamente tóxico, acabou sendo usado no tratamento.
Intoxicação por chumbinho
Um levantamento da Vigilância Sanitária aponta que 245 pessoas foram intoxicadas por chumbinho no Paraná entre 2010 e 2011. Curitiba e região metropolitana registraram 129 casos. Londrina teve 29, Paranavaí 15 e Apucarana 13.Em 2010 foram 142 casos e 103 em 2011.
“A criança apresentou mal-estar e o quadro piorou. O material
foi mandado para análise e no dia 15 confirmaram que havia um
pesticida”, diz Itinose. Uma sindicância foi aberta para investigar o
caso.
Segundo Sezifredo Paz, superintendente de Vigilância
em Saúde da Secretaria da Saúde do Paraná (Sesa), a análise que
comprovou que a criança foi contaminada com o veneno obrigou os técnicos
a realizarem uma vistoria no local. “Houve um erro de administração,
acharam que era carvão ativado, mas era chumbinho”, explica.
Mesmo assim, o superintendente informou que a pediatria, a central de
esterilização de materiais, a lavanderia e um posto de enfermagem foram
interditados por problemas estruturais e higiênicos sanitários, sem
relação direta com o caso envolvendo o chumbinho.
De acordo com Itinose, a criança foi tratada na UTI do Hospital
Regional Infantil, mas já está em casa e não terá sequelas. Informações
não oficiais apontam que o chumbinho chegou ao Centro Hospitalar depois
que a mãe de um paciente infectado com o produto levou amostra do
agrotóxico para confirmação do diagnóstico. “O frasco não foi desprezado
e acidentalmente foi misturado aos demais produtos”, explica Itinose.
Com a pediatria fechada, a equipe que atuava no Centro Médico foi
deslocada para o Hospital Regional Infantil que concentra os
atendimentos agora. Os serviços de lavanderia e esterilização de
materiais estão sendo realizados em outros hospitais enquanto as alas do
Centro Médico passam por reforma. “Estamos pedindo prazo de 60 dias
para a readequação de todo o Centro, inclusive das alas que não foram
interditadas”, diz o diretor técnico. No local são atendidos, em média,
de 500 a 600 pacientes e o número de atendimentos foi reduzido pela
metade com o fechamento das alas.
Produto proibido
O carbamato Aldicar, vendido clandestinamente com o nome de Temik, é
proibido e altamente tóxico. Como a venda é proibida, equipes da
Vigilância Sanitária e da Delegacia de Crimes Contra a Economia e Proteção ao Consumidor (Delcon) realizaram, nesta terça-feira (20), buscas por estabelecimentos que vendem chumbinho em Campo Largo, mas nada foi encontrado.
Três empresas do município foram autuadas pela venda de inseticidas com alto teor de veneno com venda permitida apenas para empresas especializadas. Também foram encontrados alimentos misturados a produtos tóxicos e medicamentos veterinários vencidos. A suspeita é que o chumbinho tenha chegado a Campo Largo clandestinamente.
Três empresas do município foram autuadas pela venda de inseticidas com alto teor de veneno com venda permitida apenas para empresas especializadas. Também foram encontrados alimentos misturados a produtos tóxicos e medicamentos veterinários vencidos. A suspeita é que o chumbinho tenha chegado a Campo Largo clandestinamente.
A polícia e a Vigilância Sanitária prometem intensificar as buscas pelo chumbinho principalmente em Curitiba e região metropolitana, Londrina, Paranavaí e Apucarana,
cidades onde há maior índice de intoxicação pelo produto. “É importante
que quem tiver notícias sobre pessoas que vendem o chumbinho denuncie
para a polícia ou para a ouvidoria da Vigilância. Garantimos sigilo
total na denúncia”, garante Sezifredo Paz.
As denúncias em Curitiba podem ser feitas pelos telefones 156 ou (41) 3350-9381. A Ouvidoria do SUS também recebe denúncias pelo 0800 644 4414.
Fonte: GAZETA DO POVO
2 comentários:
O Centro médico de Campo Largo há anos é muito mal administrado, pessoas negligente cuidam da saúde da população. Infelizmente perdi 2 parentes, que morreram por falta de um bom atendimento, pois tudo que passa por lá é virose ou dor muscular, não têm a sensibilidade de verificar a real situação de cada paciente. Usam medidas paliativas só para dizerem que atendem, mas as consequências para quem perde um ente querido fica para sempre em nossos corações. Se tivessem encaminhado minha mãe para ser internada ela estaria conosco, mas acreditamos em uma pessoa que se diz médico e havia passado para nós que não era nada apenas uma dor muscular, passou um diclofenaco(que é pior medicamento para quem está infartando) e na madrugada ela faleceu...É uma vergonha... Justiça seja feita!
Postar um comentário