O Exército dos Estados Unidos encerrou oficialmente nesta quinta-feira (15) a guerra no Iraque, com o arriamento de sua bandeira militar em uma cerimônia em Bagdá.
Em discurso às tropas, o secretário de Defesa norte-americano, Leon Panetta, enalteceu os crimes cometidos pelos facínoras comandados primeiramente por George W. Bush, desde 2003, e depois por Barack Obama, que estendeu a guerra até agora.
O secretário da Defesa avaliou que o custo "foi alto tanto para os Estados Unidos quanto para o Iraque". Para ele, a guerra "deu origem a um país livre e soberano".
Os quatro mil soldados que ainda permanecem no Iraque devem sair nos próximos dias, mas alguns instrutores e mercenários disfarçados de seguranças terceirizados vão continuar no país.
Na quarta-feira (14), em um discurso para os soldados que retornaram aos Estados Unidos, o presidente Barack Obama disse que o momento era "histórico". Obama disse que durante a guerra de agressão ao Iraque houve "feitos extraordinários".
Quase 4,5 mil americanos foram mortos durante o conflito, desde o seu início em 2003.
"Finalmente, tudo o que as tropas americanas fizeram no Iraque - combater e morrer, sangrar e construir, treinar e compartilhar - nos levou a este momento de sucesso", disse, diante de três mil soldados reunidos no hangar de uma base militar na Carolina do Norte.
Lembrando o "alto custo" da guerra, Obama mencionou os 4,5 mil soldados norte-americanos mortos no Iraque. Obama disse que o custo econômico da guerra foi superior a US$ 1 bilhão.
Mas o saldo da ocupação é uma verdadeira tragédia, fruto do terrorismo estadunidense: um milhão de iraquianos mortos, quatro milhões de expatriados, o magnicídio, com o assassinato do presidente Saddam Hussein, a reativação do sectarismo religioso e da divisão étnica do país.
A guerra estadunidense contra o Iraque é um episódio que atesta o perigo que a política do imperialismo norte-americano representa para os povos e nações de todo o mundo. Foi uma guerra feita em nome de falsos pretextos, pela qual Obama, se fosse um verdadeiro democrata, deveria pedir desculpas ao povo iraquiano, e pela qual os Estados Unidos deveriam pagar como país criminoso de guerra.
No momento em que, depois de nove anos, os Estados Unidos dão por encerrada a guerra ao Iraque, esse mesmo país imperialista, com seus aliados da União Europeia, perpetra novos crimes contra outros povos e nações, como acaba de ocorrer na Líbia. Os planos de dominação no Oriente Médio permanecem cada vez mais agressivos e ameaçadores. Os Estados Unidos continuam militarizando a vida no planeta, aumentando seus gastos para fins bélicos e alimentando uma monstruosa máquina militar de armamentos convencionais e nucleares, além de uma rede de mais de 800 bases espalhadas por todo o mundo.
Ao retirar-se do Iraque comemorando como vitórias os crimes perpetrados, o imperialismo norte-americano manda, urbi et orbi através do seu chefete e do seu secretário da guerra, uma nova mensagem ameaçadora.
Em relação a esta, como à campanha militar cujo fim agora se anuncia, os povos e as forças anti-imperialistas hão de tirar as lições pertinentes, sem qualquer ilusão de que os interesses imperialistas dos Estados Unidos podem reconciliar-se com a democracia, a paz e a soberania das nações. Cada vez mais a luta anti-imperialista ingressará na agenda política como a questão-chave a ser encaminhada e resolvida a fim de abrir caminho para a verdadeira emancipação da humanidade.
Da Redação, José Reinaldo Carvalho
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