Funcionários de porto no Egito rejeitam toneladas de gás lacrimogêneo vindas dos EUA
Carga seria usada contra os manifestantes da praça Tahrir, alegaram os fiscais
Funcionários do porto de Suez se recusaram nesta segunda-feira (28/11) a assinar o recebimento de sete toneladas e meia de gás lacrimogêneo dos Estados Unidos, alegando que o gás seria utilizado contra os manifestantes da praça Tahrir.
Agencias de noticias locais publicaram o documento que identifica a carga de 479 barris programada para ser entregue ao Ministério do Interior. Os relatórios também informam que um segundo carregamento de 14 toneladas estaria previsto para ser entregue esta semana, totalizando mais de 20 toneladas do gás.
A mídia local já apelidou os funcionários do porto como “os cinco corajosos”. Um comitê de avaliação investigará a razão que levou os funcionários a recusarem a execução de suas funções.
A noticia da chegada do gás agitou também as mídias sociais. “Bombas de gás lacrimogêneo são mais importantes que a importação de trigo para fazer pão”, disse um egípcio no twitter.
A reportagem do Opera Mundi foi abordada inúmeras vezes na praça Tahrir por manifestantes que queriam mostrar as bombas utilizadas pelas Forcas Armadas, sempre enfatizando a procedência das mesmas – “made in USA”.
De acordo com o “Journal of Royal Medicine”, o uso do gás pode ter sintomas que duram mais de um ano. Manifestantes relatam que os efeitos da exposição incluem tosse, dores no peito, visão turva e muitas vezes sentem os braços tremerem.
“Trabalho a 500m de Tahrir e estamos lacrimejando no escritório o dia inteiro. As Forcas Armadas usaram o gás lacrimogêneo há cinco dias, mas nos continuamos sentindo os efeitos.”, relata Ayman Assem.
Milhares de bombas de gás lacrimogêneo foram disparadas contra manifestantes egípcios nas ultimas duas semanas nos confrontos que aconteceram no centro do Cairo.
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