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terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Vitória com sabor de derrota faz Putin mudar discurso

Putin, antes de depois.
Putin, antes e depois

Vladimir Putin já sabia que seu partido, Rússia Unida, não conseguiria, na eleição de renovação parcial da Câmara-baixa (Duma), repetir o bom desempenho de 2007, quando obteve 315 cadeiras e assistiu ao rival Partido Comunista (KPRF) amargar a eleição de apenas 57 deputados.
Embora projetasse a perda de prestígio do partido Rússia Unida, o chamado czar Putin (desde maio de 2008 primeiro-ministro em face de composição com Dimitri Medvedev, que Putin elegeu presidente da Federação Russa e assumiu o cargo presidencial em março de 2008) estava preocupado com 2014, quando concorrerá à Presidência.
Uma grande derrocada da Rússia Unida poderia complicar os seus planos presidenciais de 2014, ou melhor, de mais 12 anos de poder: o mandato presidencial é de 6 anos, com possibilidade de uma única reeleição.
O eleitorado jovem, que pela primeira vez votou no domingo 4, é hostil a Putin e fechava com o nacionalista Vladimir Zhirinovskij, do partido Liberal-Democrata.
Hoje, Putin ficou aliviado ao saber que a derrota não foi tão dura como esperado. O partido Rússia Unida conseguiu eleger 237 deputados (em 2007 elegeu 315).
O Partido Comunista (KPRF) logrou 94 cadeiras (em 2007 ficara em apenas 57) e o Liberal-Democrata pulou de 40 em 2007 para 58.
O alívio de Putin deveu-se ao crescimento do partido Rússia Justa, com o qual mantém relações estreitas e sempre obteve apoio.  O Rússia Justa passou na frente do Liberal Democrata (estava atrás em 2007) e firmou-se como terceira força eleitoral. O Rússia Justa conquistou 61 cadeiras (em 2007 ficou com 38).
Nesse novo quadro, Putin muda o discurso e acaba de falar em modernizar o país e na diversificação da economia. Uma economia dependente da energia. Putin aposta as novas fichas no recém-ingresso do seu país na Organização Mundial do Comércio.
Para o presidente e aliado Medvedev, quando o preço do petróleo era de US$110 o barril, vencer eleição era mais fácil e Rússia Unida contava com 64,3% dos votos.
Pano Rápido. Putin sabe que o grande vencedor da eleição de ontem foi Gennadj Zyuganov, líder do KPRF (partido comunista) que quase dobrou o número de deputados (57 cadeiras em 2007 para 94 em 2011).
Zyuganov, apelidado de novo Lenin, continua a bater na tecla de que Putin é sustentado por uma rede de burocratas corruptos, de oligarcas fiéis desde a sua chegada ao poder, e de antigos companheiros da KGB, que são chamados pelos russos de “siloviki”.
Apesar da queda do Rússia Unida, haverá, com apoio da Rússia Justa, a acertada troca de cadeiras para a primavera de março. Putin voltará à Presidência, com Medvedev como premiê.

Wálter Fanganiello Maierovitch, no Portal Terra


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