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quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Câncer de testículos

04/08/2010 - 20:29

Medicina

Câncer de testículos: a culpa é do plástico?

Ingleses desenvolvem procedimento para identificar as origens da doença ainda no feto

BBC

Cientistas britânicos desenvolveram um novo procedimento que permitirá averiguar se algumas substâncias químicas presentes em nosso dia a dia, como as utilizadas na fabricação de plásticos, podem ser responsáveis pelo aumento do número de casos de câncer de testículos.

Os especialistas suspeitam que a exposição a esses elementos químicos no útero materno pode explicar por que esse câncer dobrou sua incidência nos últimos 35 anos. O câncer de testículos é o mais comum entre jovens de 20 a 30 anos.

Os cientistas sabem, há vários anos, que mudanças anormais que degeneram manifestação da doença são produzidas nos primeiros meses de desenvolvimento do feto. No entanto, até recentemente era impossível estudar o desenvolvimento dos testículos durante a gravidez em humanos.

O novo procedimento, criado por cientistas da Universidade de Edimburgo, na Escócia, e cujos resultados aparecem na revista Human Reproduction, permitirá analisar as primeiras etapas de uma doença que demora entre 20 e 40 anos para se manifestar.

Os pesquisadores estão convencidos de que deve existir um fator ambiental que explique a razão do crescimento tão rápido do câncer. “Há grandes evidências de que o crescimento e desenvolvimento do feto jogam um papel fundamental na hora de determinar os riscos futuros de uma ampla gama de doenças”, explicou Richard Sharpe, o principal pesquisador do estudo. “As desordens reprodutivas masculinas entram nessa categoria, especialmente o tumor testicular de células germinais”, disse.

É sabido que esse tipo de câncer se origina devido a um desenvolvimento anormal das células germinais e que isso leva à formação de um tumor na etapa adulta da juventude. “Mas desconhecemos a razão e exatamente qual é a falha no desenvolvimento das células, algo até agora inacessível para o estudo em humanos”, reconheceu o pesquisador.

De acordo com Sharpe, que trabalha na unidade de Ciências Reprodutivas Humanas do Medical Research Council britânico, uma das teorias é que as mudanças se produzem porque as grávidas estão expostas a elementos químicos como o ftalato, utilizado em muitos objetos da casa e presente em móveis de plástico ou em embalagens.

O fato de que o câncer demore tanto a se manifestar, no entanto, torna difícil para os cientistas descobrir se as mães estiveram expostas a tal substância química ou estabelecer uma relação de causa e efeito. E os tipos de câncer testicular não se produzem em animais de laboratório, devido à diferença entre os tempos de desenvolvimento na formação das células germinais no feto humano e em animais, o que impede a realização de testes.

O novo procedimento vai permitir estudar o desenvolvimento dos testículos e manipulá-los experimentalmente para verificar se a exposição a certos componentes químicos é a verdadeira culpada.

Para isso, a equipe de Sharpe enxertou tecido de fetos humanos abortados sob a pele de camundongos. No modelo, as células germinais nos testículos também se encontram em um estado crítico para saber se há alguma falha no desenvolvimento que pode se converter em pré-cancerígenos.

Os cientistas usaram o ftalato e outras substâncias químicas presentes no dia a dia. Os pesquisadores vão observar se elas predispõem os camundongos a desenvolver câncer. “Escolhemos estudar primeiro o ftalato porque sabemos que nos testes em tubos de ensaio ele pode afetar as células germinais do feto humano. São também elementos químicos onipresentes, todos estamos expostos a eles.”

O ftalato é usado na fabricação do plástico flexível e pode ser encontrado em cortinas, paredes, tapetes de carros e em certos cosméticos e remédios. Mas os cientistas não estão seguros se os efeitos do ftalato em animais podem ocorrer ou não a humanos. “Uma das questões chave por resolver é determinar se o ftalato supõe risco para a saúde humana ou não”, afirmou Sharpe.

“É uma indústria gigantesca. Esses componentes são parte literalmente dos tecidos da sociedade moderna e não podem ser proibidos ou eliminados sem que exista um impacto em nosso dia a dia. Temos que estar completamente seguros de que o componente é danoso ou não. E esperamos que este estudo resolva essa questão em uma ou outra direção”, disse Sharpe. Os resultados são esperados para dentro de um ano.

Rev. VEJA

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