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terça-feira, 3 de agosto de 2010

Gestão problemática - O caos aéreo

Eu não sou nenhum exemplo de bom gestor, confesso.

Mas, de certa forma, para o meu consolo, o País todo parece sofrer de deficiências na área de administração.

O Alexandre Garcia, no jornal matutino da Globo de hoje, abordando o caos aéreo, atribuiu os problemas do descontrole no tráfego à má gestão dos aeroportos e das companhias.

De quebra, foi mencionada a inicitaiva da Justiça de compelir as mazelas do transporte aéreo, instalando nos aeroportos os denominados Juizados Especiais Cíveis.


As perguntas que se impõem:

Terá a Globo "moral" para criticar a administração da INFRAERO e da Gol, se ela própria, não faz muito tempo, andou praticamente falida, tendo que se valer de um Programa que o Governo criou - o famoso PROMIDIA - abocanhando milhões de reais, para sair do vermelho? Se a Globo - a exemplo da Igreja Católica - quando está com o caixa baixo, vive criticando o governo, criando factóides, para receber "cala bocas", ou seja, em troca, do silêncio, investimentos maciços em propaganda de programas oficiais, mormente na escandalosa gestão do Hadad, no Ministério da Educação?

Agora, cessaram as propagandas oficiais, mas, até bem pouco tempo, os dispêndios públicos com publicidade, principalmente na mídia televisiva, eram um verdadeiro atentado aos bolsos dos contribuintes e os favorecidos eram a Globo e as emissoras concorrentes. Mesmo os programas de governo mal sucedidos serviam de pretexto para gastos imensos com propaganda.

O outro lado da moeda: como o Judiciário pretende servir de freio à desorganização da INFRAERO e das companhias aéreas, se ele próprio é o exemplo encarnado de desorganização e ineficiência, como sabido por todos? Não seria o caso de o Poder referido cuidar primeiro do próprio quintal, para depois apresentar-se como solução para os problemas decorrentes das mazelas alheias?

Numa afirmação o Alexandre tem razão: um dos motivos que leva o Brasil a ter problemas com transportes é a falta de ferrovias, porquanto as que existiam foram detonadas pelo Golpe de 1964, por encomenda das multinacionais que produzem automóveis (inclusive caminhões), que vendem pneus, das financeiras, da indústria de auto-peças, de empresas que exploram o ramo de combustíveis e outras poderosas corporações ligadas ao setor. A chamada Revolução de 1964 deu um péssimo exemplo de patriotismo, colaborando para o atraso da nação, ao optar pelo sistema rodoviário, em detrimento do ferroviário, marítimo e fluvial, os três últimos sabidamente alternativos e eficientes, em relação ao primeiro.
E as repercussões não aparecem somente no custo de transporte, mas também no número de vidas precocemente perdidas, nos custos de internações hospitalares, no custeio dos benefícios previdenciários, porque tudo aquilo é afetado pelo crescente número de acidentes que ocorrem diariamente.

Ainda: a qualidade dos automóveis - se melhorou em matéria de motores, componentes elétricos e eletrônicos - piorou muito em sede de proteção aos usuários. Qualquer acidente, atualmente, transforma os veículos em amontoados disformes de lata retorcida e plástico. e de nada adiantam os air-bags e barras de proteção alteral, proclamados como equipamentos milagrosos. Os carros são podres, embora as montadoras digam que as carrocerias possuem áreas de amortecimento, ou coisa que o valha. Os projetos não assimilam choque algum. Ao contrário: os carros desmancham-se. É um escândalo e, obviamente, a preocupação das montadoras não é com a saúde ou a sobrevivência dos usuários de veículos, mas a própria margem de lucro.

Como se vê, o que permeia todo o caos aéreo é a hipocrisia. Querer culpar apenas a INFRAERO ou a Gol pelo desconforto dos passageiros, não passa de tentativa solerte de esconde a ineficácia geral e irrestrita, reforçada pela ganância de grupos estrangeiros que dominam os destinos da nação.

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