Toda vez que um país realiza um novo censo, algum tema sempre se sobressai. Na Nova Zelândia isso não é diferente. Em 2001, causou surpresa o aparecimento da religião Jedi. Agora, existe a preocupação com o fervor emergente de que uma nova religião chamada Facebook obtenha resultados expressivos no censo deste ano.
O Facebook sequer fazia parte do vocabulário da maioria das pessoas há cinco anos. Porém, com a realização do novo censo em março, cresce a preocupação que o Facebook possa substituir “Jedi” e “Rugby” como a nova religião de apelo popular do país, especialmente entre os mais jovens.
Em 2001, quando o fenômeno da religião Jedi surgiu no censo, o departamento de estatísticas da Nova Zelândia rapidamente a descartou, pensando ser uma questão pontual. Segundo as estimativas de 2001, cerca de 53 mil pessoas responderam que sua religião era Jedi. Em 2006, mais de 20 mil pessoas continuaram a responder da mesma forma. Embora tenha ocorrido uma flagrante redução do número de seguidores, o número de “jedis” há cinco anos era equivalente ao islamismo e maior que membros do judaísmo, Assembleia de Deus, Cientologia e da Igreja do Destino. O novo censo será um verdadeiro teste para o poder de permanência da fé Jedi.
O fenômeno Jedi de 10 anos atrás espalhou-se rapidamente para países como a Austrália e o Reino Unido. O número de igrejas e grupos religiosos que incorporam os princípios da fé Jedi tem se expandido em ritmo acelerado desde o início deste século. Na Inglaterra e no País de Gales, 390 mil pessoas declararam seguir a religião Jedi no último censo realizado no Reino Unido. Como eles também farão um novo recenseamento este ano, especula-se sobre a vitalidade da religião nas ilhas britânicas.
Durante o lançamento oficial do censo no Reino Unido este mês, a questão voltou à tona. O porta-voz esquivou-se, preferindo ironizar: “As pessoas não são obrigadas a responder a pergunta sobre religião. É voluntário. Não acredito que vamos achar muitos que se dizem jedis. Além disso, sem espaçonaves como poderemos chegar até eles?”
Não são apenas os seguidores de Jedi e Facebook que esperam ser reconhecidos. Em manifestação recente, a Federação Pagã do Reino Unido exigiu ter o mesmo reconhecimento de outros credos. A Federação abriga vários tipos de paganismo e afirma que constituem um grupo religioso sério e em constante crescimento. Os pagãos não adoraram um único deus, mas olham para a natureza como algo essencialmente espiritual. Alguns grupos se concentram em tradições e práticas específicas, como a ecologia sagrada, os druidas, a bruxaria, a wicca, o xamanismo, as tradições celtas ou deuses como Odin.
Em 2001, 42 mil pessoas declararam-se pagãs, ocupando o sétimo lugar na categoria religião do censo daquele ano. Alguns especialistas acreditam que o número real seja perto de 250.000. A aceitação disso na prática já vem acontecendo. Em outubro de 2010, a comissão que analisa instituições de caridade do Reino Unido garantiu ao Druid Network o status de fundação religiosa.
Os ateus e humanistas, como a British Humanist Association acreditam que as pesquisas sobre religião no país são enganosas. Eles creditam que na falta de uma resposta melhor, o número dos que se identificam como cristãos é artificialmente grande. Oficialmente, o cristianismo é a opção de 70% da população.
Esta não é uma questão de fácil resolução. O governo entende que a pergunta sobre religião deve ser respondida considerando apenas as verdadeiras. Ou seja, aquela religião que envolve algum tipo de escritura, estrutura de fé, rituais e Deus (ou deuses). Qualquer religião deve envolver todos esses elementos ou pelo menos um deles. Embora muitas pessoas tenham um ritual diário de visualizar e atualizar o status no Facebook, esse provavelmente não pode ser considerado um tipo de ritual religioso.
Para a igreja jedi, trata-se de desconhecimento do Departamento de estatísticas, que reconhece como opções legítimas, por exemplo, o satanismo e a cientologia. Sendo que a última também tem origem em uma obra de ficção escrita nos anos de 1950.
As crenças dos seguidores da religião Facebook não são muito claras. Teólogos já analisaram o fenômeno, mas não o consideram um religião formal, embora admitam que ela está influenciando os conceitos cristãos de comunhão e relacionamento. Os jedis, por sua vez, hoje têm rituais e ensinos formais. Barney e Daniel Jones, que respondem por uma igreja jedi no País de Gales afirmam:
“Nossos ensinamentos são baseados nas palavras do mestre Yoda. Temos também debates de ideias, meditação e relaxamento, visualizações e palestras sobre um estilo de vida saudável… Buscamos o crescimento, a paz interior e uma existência mais plena… Sim, baseamo-nos em filmes, mas aprofundamos as ideias dos filmes e ensinamos o que os cavaleiros jedis devem buscar”.
Eles lembram que já existem igrejas afiliadas nas Filipinas, nos Estados Unidos e que o sitewww.jedichurch.org tem um fórum público de discussões, permitindo que pessoas de todo o mundo compartilhem de sua fé.
Fonte: Agência Pavanews, com informações de Scoop, Daily Mail, BBC, Yahoo News e Mirror, via JORNAL MUNDO GOSPEL.
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