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Advogado - Nascido em 1949, na Ilha de SC/BR - Ateu - Adepto do Humanismo e da Ecologia - Residente em Ratones - Florianópolis/SC/BR

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sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Notícias de Ratones


Quando cheguei em Ratones, em 1987, deparei-me com uma cena insólita: um cidadão, que não me lembro quem era, com um macaco prego pendurado às próprias costas. 
Ocorre que, ainda recentemente, em nosso Distrito, matava-se aquela espécie de símios para comer. 
Isto mesmo: alguns ratonenses comiam macacos, ainda em 1987. 
Era um velho hábito, de que nos dá notícia o velho AMADEU FRANCISCO FREZIER, que por aqui andou por volta de 1712, nos seguintes termos:  (...)  a caça ordinária dos habitantes é o macaco, de que ordinariamente se alimentam (...).  
A necessidade faz coisas! Com efeito, os açorianos que para aqui foram trazidos, que eram pescadores, não tinham o hábito (nem muita disposição, é bom lembrar) para a agricultura. Alguns optaram pela volta à pesca, na costa próxima. Outros chegaram a passar muita fome e adotaram velhos costumes indígenas, entre os quais os de comer até mesmo macacos, que eram apenas assados e ingeridos, sem que, antes, sequer se lhes removesse as vísceras.
Os macacos da espécie prego eram domesticados e induzidos a servir como sentinelas, mormente pelo cidadão conhecido como  Nitinho. 
Manter macaco prego em casa, não raro, representava constrangimentos, posto que o bicho tem um hábito que cria embaraços, qual seja, o de masturbar-se na frente das pessoas.

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