LUCIANA RIBEIRO
DE SÃO PAULO
O Ministério Público Militar investiga a aquisição pelas Forças Armadas de R$ 1,3 milhão em bebidas, perfumes e aparelhos eletrônicos importados. As mercadorias tinham sido apreendidas pela Receita Federal como contrabando de 2006 a 2010.
Do total repassado ao Exército e à Aeronáutica, pelo menos R$ 100 mil foram em bebidas. O caso foi divulgado pela revista "IstoÉ".
Unidades do Exército e da Aeronáutica em Santa Maria e em Canoas (RS) receberam produtos, além do Colégio Militar de Santa Maria e do Centro de Comunicação da Aeronáutica, em Brasília.
A Receita costuma destinar mercadorias apreendidas ao governo, mas é necessário que os produtos sejam compatíveis com os trabalhos do órgão que os recebe.
As doações são feitas após o órgão enviar uma lista especificando o produto necessita e o motivo. Entre as mercadorias recebidas pelas Forças, há patinetes, calcinhas, videogames e perfumes.
O promotor Soel Arpini, responsável pela investigação, questiona a falta de documentação da entrada dos produtos. "Quando os procedimentos burocráticos não são feitos, é possível que haja desvios", disse.
As Forças dizem que receberam doações em lotes, sem saber quais eram os produtos. Afirmam ainda que as bebidas foram consumidas em solenidades e que roupas e brinquedos foram doados para ações sociais no Haiti.
O delegado da Receita em Santa Maria, Alexandre Rampelotto, disse que não compete ao órgão controlar se os objetos são necessários pelos órgãos que os recebem.
Colaborou ESTELITA HASS CARAZZAI, de São Paulo
Fonte: FOLHA DE SP
Fonte: FOLHA DE SP
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