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quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Sobre o GRAXAIM ou GUARAXAIM


1 - ENEDINO BATISTA RIBEIRO -  Gavião  de Penacho/Memórias de um serrano -  IHGSC e ALESC/Florianópolis-SC/1999, vol. I, p. 194, refere-se a algumas curiosas característica deste animal:  (...) pastoreava o rebanho de ovelhas, para impedir que os graxains e os caranchos comessem as crias recém-nascidas. No combate à primeira dessas pragas, pedi a meu pai que mandasse  construir uma arataca de caixão, que eu armava todos os dias, sobre a noite, três ou quatro quilômetros da casa. A isca por mim empregada era pele de porco sapecada na labareda de fogo. No dia seguinte, quase sempre, lá estava preso um graxaim, que eu retirava da arataca, virando a boca do mundéu para cima e  laçando-o pelo pescoço com uma corda de barbante grosso. Era um divertimento gostoso que fazíamos com as manas mais moças do que eu e moleques da fazenda. Só nos invernos de 1911 e 1912, matei para mais de oitenta graxains e uma meia dúzia de gambás. O graxaim ( variação de guaraxaim) é um animal inteligente e muito esperto: uma vez laçado, bate-se e pula muito; depois de certo cansaço, deita-se de todo o  comprimento e fica ali quieto, mal respira “faz-se de morto” como se diz no linguajar das fazendas. Se a gente  “vai na conversa”, tirando-lhe a corda do pescoço, o malandro levanta-se de pronto e sai como um raio, correndo o que dão as pernas, e o caçador fica “cheirando na tampa”, como se costuma dizer. O guaraxaim  é um mamífero da família dos canídeos, que passa o dia pelas tocas, fojos e solapas. Sai à noite e às vezes de dia, se tem muita fome, à procura de alimento. Nos dias chuvosos, de luminosidade escassa, à boquinha da noite, a gente ouve gritos: guô-a guô-a . Não sei por que o grito desse animal causa, a quem o escuta, um certo mal estar. Há gente que até se recolhe para dentro de casa, persignando-se. Deve ser o forte  sentimento de superstição que impera entre os sitiantes do Brasil. É guloso, perseguidor de cordeirinhos  e até mesmo de bezerros recém-nascidos. Sem-vergonha como só ele, visita a casa do homem e vai aos galinheiros, onde, se não houver segurança, penetra, mata e carrega para o mato as “penosas”. Como resultante dessas “virtudes” o graxaim é muito caçado, daí a razão porque está desaparecendo do nosso interior. (...)

- (...) Guaraxaim disfarçado,/Quando se sente pegado/Deita e se finge de morto (...) -  AMARO JUVENAL (pseudônimo de RAMIRO BARCELLOS), em  Antônio Chimango – Artes e ofícios Editora/P. Alegre-RS/2000, pág. 23. É o mesmo zorro, que o espanhol pronuncia sorro,  conforme obra citada, nota de rodapé de nº 45.  Outra espécie em franco processo de extinção na Ilha de SC. A exemplo do GAMBÁ, ataca os galinheiros, pois é carnívoro. Muito semelhante ao cachorro, dotado de pelagem farta e cauda bem fornida. É também conhecido como RAPOSA.

- Tiula, em Quechua e Aymará

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