Perfil

Advogado - Nascido em 1949, na Ilha de SC/BR - Ateu - Adepto do Humanismo e da Ecologia - Residente em Ratones - Florianópolis/SC/BR

Mensagem aos leitores

Benvindo ao universo dos leitores do Izidoro.
Você está convidado a tecer comentários sobre as matérias postadas, os quais serão publicados automaticamente e mantidos neste blog, mesmo que contenham opinião contrária à emitida pelo mantenedor, salvo opiniões extremamente ofensivas, que serão expurgadas, ao critério exclusivo do blogueiro.
Não serão aceitas mensagens destinadas a propaganda comercial ou de serviços, sem que previamente consultado o responsável pelo blog.



domingo, 11 de dezembro de 2011

Cavalo Campeiro ou Marchador das Araucárias

A história da raça em destaque no título está vinculada ao nome do espanhol mais comumente conhecido como Cabeça de Vaca, cujo nome completo era ALVAR NUÑEZ CABEZA DE VACA, o qual veio para a América do Sul principalmente motivado pelas notícias das riquezas minerais do Peru, onde chegou, pela primeira vez, por volta de 1527, conforme a obra Cabeza de Vaca,  da série Naufrágios & Comentários; Comentários (L& PM Editores S/A - RS - 1999), com prefácio de Henry Miller e introdução de Eduardo Bueno.
Na Ilha de SC, segundo o livro citado (p. 23), Cabeza de Vaca desembarcou  em março de 1541.
O livro suso-referido é um relato da viagem do nosso personagem, cheio de curiosidades sobre o sofrimento dos aventureiros espanhóis, a vida dos silvícolas que por aqui encontraram e, de permeio, a sorte (ou asar) dos cavalos que traziam.
O desembarque na Ilha de SC - que à época era usada como entreposto (para abastecimento de água, reparos nos barcos, compra de mel dos íncolas, carregamento de lenha e animais pequenos, etc...) de viagens para Buenos Aires - está relatado a partir da pág. 151 e ali refere o viajante a posse de 26 cavalos pela expedição, remanescentes de 46 que saíram da Espanha, eis que 20 deles morreram durante a viagem.
O viajante reporta uma curiosidade: Era impressionante ver o medo que aqueles índios tinham dos cavalos. Para que os cristãos a cavalo não os ameaçassem, eles logo procuravam dar-lhes galinha, mel e outras coisas de comer. (...) (p. 160). Acrescenta o viajante/escrevinhador que  os cavalos eram personagens estranhos por aquelas terras.
Mais à frente, reportando-se aos silvícolas da região do Iguaçu, aduziu ao seu relato:  O governador e sua gente seguiram caminhando por  entre os povoados dos índios guaranis, sendo sempre muito bem recebidos. Toda essa gente anda desnuda, tanto homens como mulheres, e têm muito temor aos  cavalos. Rogavam ao governador que dissesse aos cavalos que eles não iriam molestá-los e procuravam sempre trazer comida para os animais, para não serem maltratados por eles. (ps. 165 e 166).
E as memórias continuam, dando notícia de que também os guaicurus, à época, não conheciam os cavalos: O governador ia na frente, montado em seu cavalo, atropelando todos que encontrava pela frente. Como os guaicurus  nunca haviam visto cavalos, foi enorme o espanto que tomou conta deles, fazendo com que fugissem para as montanhas apavorados. (p. 193).
Mas a valentia dos guaicurus fez com que logo perdessem o medo pelos animais: Um espanhol que ia a cavalo, perto do governador, aproximou o animal para atacar um índio, mas este saltou no pescoço da égua e atravessou-a com as três flechas que levava na mão. Não foi possível retirar as flechas, não restando outra alternativa senão matar a égua. (p. 194)
A dependência dos espanhóis em relação aos equinos, está refletida no trecho que segue:  Nesse meio tempo, morreu o cavalo do feitor Pedro Dorantes e este comunicou ao governador que sem seu cavalo não queria seguir adiante, preferindo retornar para a cidade de Ascención (...) (p. 225) Os cavalos iam muito gordos, sendo frequentemente tirados à terra para serem exercitados e utilizados na caça aos veados, antas e outros animais bons para serem comidos  (p. 228/9).
Cabeza de Vaca saiu da Ilha de Santa Catarina em direção a Assunção/Paraguai, em companhia dos 26 cavalos que haviam se salvado da viagem desde Espanha em Outubro de 1541. A viagem durou cerca de cinco meses, conforme nota de nº 31, p. 317. Não saberia dizer se, pelo caminho, enfrentando os percalços que a obra relata, perdeu animais, que se extraviaram e reproduziram, gerando a valente raça dos cavalos que deram ensejo à presente postagem.
A história de Aleixo Garcia, citado na obra, que saiu do Maciambu (proximidade de Paulo Lopes/SC) numa expedição que foi até o Peru (1524), antes da vinda de Cabeza de Vaca, portanto, não se utilizou de cavalos, pois era um náufrago e não dispunha de animais da espécie. Mas outros espanhóis contemporâneos dele e de Vaca, andaram trazendo cavalos para o Peru, para o Chile e para a Argentina.
Pedro de Mendoza, por exemplo, em 1534, tendo sido nomeado Adelantado (uma espécie de governador) do rio da Prata, trouxe consigo mais de 100 cavalos. (nota nº 1, fls. 314).
Assim, honestamente, vejo-me na contingência de duvidar de que os cavalos que deram ensejo ao surgimento dos campeiros foram, efetivamente, descendentes dos animais trazidos por Cabeza de Vaca. Pode ter ocorrido migração de manadas de outros lugares para a nossa região, por exemplo. Os íncolas do charco paraguaio/matogrossense, que  trucidaram Aleixo Garcia e quase toda a sua expedição, tinham contatos com os íncolas do Peru e de tal convivência pode ter resultado a vinda de equinos para o nosso País, espalhando-se para São Paulo, Paraná e outras regiões, eis que os conquistadores do Perú valeram-se dos cavalos para vitimar os incas e das refregas entre partes devem ter sobrado alguns animais, os quais ganharam os campos, reproduziram-se e se espalharam.
Um relato de Bartolomeu de Las Casas - frei dominicano espanhol - dá conta de que o cavalo representou autêntica arma, da qual se valeram os espanhóis, com  lamentável crueldade, para se adonar das terras altas das cordilheiras dos Andes (como, ademais, de toda a América), ansiosos pela dominação das riquezas minerais lá existentes.
A crueldade dos cristãos espanhóis foi de tamanha monta que os relatos do frei Bartolomeu lhe valeram punição do Vaticano, sempre ávido em esconder as mazelas da Igreja Católica.
Bartolomeu enfatizou que os espanhóis agiam, em relação aos índios,  no como hombres, sino como diablos encarnados. (vol. II, p. 206), afirmando, obviamente, de modo simbólico, o tamanho das maldades cometidas pelos "católicos" europeus contra os pobres íncolas.
Involuntariamente, os cavalos prestaram-se   ao cometimento de indescritíveis maldades, ao mesmo tempo em que delas também foram vítimas, nas mãos de gente que se dizia "temente a Deus".

-=-=-=-=

Em homenagem aos que lutam pela conservação e propagação da raça, notadamente IVADI ALMEIDA, peço venia para reproduzir  a matéria que segue:

“Marchador das Araucárias”
Vania Leal
29/7/2011 11:16:00
Curitibanos é berço do surgimento do Cavalo Campeiro, que tem características adequadas ao trabalho e à montaria
$alttext

A dificuldade em registrar uma raça equina foi sentida pelos idealizadores da raça do Cavalo Campeiro, que, com a finalidade de proteger o patrimônio genético, criaram, em 1976, a Associação Brasileira dos Criadores de Cavalo Campeiro (ABRACCC), com sede em Curitibanos. O objetivo era garantir a preservação e o aumento de animais da raça e, através da Associação Agropecuária, realizaram um cadastro dos marchadores da região.
Quase dez anos depois, em meados de 1985, o Cavalo Campeiro foi finalmente reconhecido pelo Ministério da Agricultura e, após detalhada vistoria, foi criado o “Herd Book”, livro de registro, e se instituiu um Serviço de registro Genealógico Oficial da Raça. O “Marchador das Araucárias”, como é conhecido, tem origem em cavalos de expedições que passavam pela região e acabavam extraviados mata adentro. Depois de encontrados nos planaltos catarinense e riograndense, ficaram conhecidos por “Pelo Duro”, “Peludo” ou “Marchadores”, e os primeiros fazendeiros que se instalaram em Curitibanos adquiriram exemplares da raça e os mantiveram em suas propriedades por acharem excelentes animais para a lida no campo e para esporte típico da região na época.
De acordo com a presidente da ABRACCC Beatriz Almeida, o idealizador da raça foi Ivadi Almeida, que tinha um lote desses animais e começou a analisar seu comportamento e características, que eram diferentes das raças já conhecidas. Ivadi começou a conversar com os criadores da raça para que analisassem também seus animais e, juntos, buscaram registrar a raça, protegendo a genética do animal.
Ela diz que o Cavalo Campeiro, por ser dócil, inteligente e forte e por adaptar-se ao clima e terrenos acidentados, é bom para o trabalho. Além disso, é excelente para cavalgadas, pela resistência e suavidade da marcha, características que despertam interesse em criadores de todo o país.
Beatriz revela que a sede nacional da ABRACCC, em Curitibanos, tem cerca de 900 animais registrados e, devido à expansão da raça, houve a necessidade de instituir núcleos de criadores, como os de Concórdia, Lages e Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul. “A procura pelo ‘Marchador das Araucárias’ é muito grande. São cavalos de fácil montaria e com muito destaque em competições, por serem extremamente inteligentes”, finaliza.

CARACTERÍSTICAS
O Campeiro é um cavalo de porte pequeno, que exibe uma morfologia proporcional, embora a altura da garupa seja levemente superior à da cernelha, traço também característico das fêmeas pantaneiras. É um cavalo de sela e tração leve, que vive, em sua maioria, no Planalto catarinense. Seu tamanho, ligeiramente maior do que o pantaneiro, pode ser explicado pela maior qualidade e quantidade de pastagem disponível na região
.








8 comentários:

ageu furtado disse...

eu fui e sou um dos maires domadores dessa raça que se chama campeiro das aralcarias comecei adomar em 1995 quando essa raça tinha apenas 10 anos de registros oficializados pelo nuclio de criadores,porisso tenho o maior respeito pelos adimiradores, mas tenho comhecimentos de sobra sobre esses animais pois são valentes e resistente atudo pois so quem doma campeiro sabe oque é um animal limitado ao ensino pois se oinicio da doma nao for feito com esperiencia pode colocar toda adoma fora as pessoas que querem saber mais entre no e-mail ageufurtado@hotmail.com uma abraço atodos.

ageu furtado disse...

eu fui e sou um dos maires domadores dessa raça que se chama campeiro das aralcarias comecei adomar em 1995 quando essa raça tinha apenas 10 anos de registros oficializados pelo nuclio de criadores,porisso tenho o maior respeito pelos adimiradores, mas tenho comhecimentos de sobra sobre esses animais pois são valentes e resistente atudo pois so quem doma campeiro sabe oque é um animal limitado ao ensino pois se oinicio da doma nao for feito com esperiencia pode colocar toda adoma fora as pessoas que querem saber mais entre no e-mail ageufurtado@hotmail.com uma abraço atodos.

Anônimo disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Anônimo disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Anônimo disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Anônimo disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Anônimo disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Anônimo disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.