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quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Será que a ANVISA só agora constatou o absurdo? E o Ministério Público: está cego?

Há muito tempo venho questionando o uso escandaloso de agrotóxicos na maçã catarinense. Duvido que no RS e em SP, onde também se produz tais frutos, a situação seja diferente.
Observei, nas outras vezes em que me reportei aos perigos do uso descontrolado de agrotóxicos, um silêncio absoluto de parte das autoridades da saúde, talvez por conta da pequena penetração deste blog, talvez pelo envolvimento de interesses escusos na atividade agrícola, em prejuízo, obviamente, da saúde da população.
Os mais atingidos pelo uso indiscriminado e excessivo dos produtos nocivos, não são nem os que comem (porque podem deixar de fazê-lo), mas os que produzem, trabalhadores que, descuidados, sem usar a devida proteção, se expõem aos malefícios da violenta química contida nos fungicidas e herbicidas, os quais são vendidos em nosso país pelas inescrupulosas multinacionais do setor, enquanto estão proibidas de fazê-lo na maioria dos países ditos desenvolvidos.
Parcela enorme de culpa por situação tão calamitosa e alarmante toca ao Ministério Público, também, omisso,  relapso, quiçá conivente, que deveria tomar medidas contundentes em defesa da saúde pública, mas prefere a acomodação irresponsável.
O governo lançou, agora, um plano de combate ao craque - outro flagelo social, é verdade - que atinge principalmente os descabeçados que se deixam cooptar pelo vício, embora com implicações na área de segurança pública. Uma dinheirama (cerca de 4 bilhões) será utilizada no tal programa, embora eu desconfie, sinceramente, que boa parte dos recursos vá parar no bolso da mídia (campanhas publicitárias) e custear as camapanhas políticas do ano que vem.
Por que razão não se anuncia um plano semelhante para prevenir e combater o uso indiscriminado de agrotóxicos e não se escorraça do território nacional os produtos sabidamente cancerígenos que ainda são vendidos por aqui?
Claro que o poder das empresas químicas multinacionais é bem maior dos que o dos traficantes de craque e que aquelas podem contribuir para as campanhas de modo despreocupado, enquanto os traficantes só podem fazê-lo muito secretamente.

E quanto ao uso de hormônios empregados no crescimento de gado bovino e de frangos, contidos nas rações com as quais são  alimentados?
Nossos filhos e os moços de outros países para os quais exportamos, estão a ser alimentados de forma perniciosa e a crescer de modo inusitado. Logo, o gigantismo dos jovens será também um problema de saúde pública, ou estou sendo muito dramático?

O pior de tudo é que, dias atrás, ouvi de um agricultor de Santo Amaro da Imperatriz, quando o questionei sobre o assunto (aplicava veneno à lavoura só de bermuda, sem camisa e sem máscara, com sandálias de dedo e contra o vento): "Veneno só mata as bichas", referindo-se aos vermes, é claro, embora na família dele, diversas pessoas padeçam vertigens, sintomas outros, já tendo havido casos de câncer e mortes aparentemente inexplicáveis.
Para arrematar: já vi gente comendo tomate colhido na lavoura onde estava trabalhando, branco de veneno, após uma breve e ineficaz esfregada do fruto na própria roupa, que também estava suja de agrotóxico.
Arrepiei-me, mas o sujeito, muito ignorante, não aceitou (ou, pelo menos, fingiu não aceitar) as minhas advertências sobre os riscos a que se estava expondo.

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Alimentação e Saúde

07.12.2011 17:32

Uso de agrotóxicos não autorizados



Pimentão lidera lista dos alimentos com mais resíduos de agrotóxicos. Foto: Ranato Araújo/ABr
Por Carolina Pimentel
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) constatou que os produtores rurais têm usado agrotóxicos não autorizados no plantio de determinados alimentos. Em 2010, a Vigilâncias Sanitária avaliou 2.488 amostras de alimentos, sendo que 28% apresentaram resultado insatisfatório para a presença de resíduos dos produtos. Deste total, 605 (24,3%) amostras estavam contaminadas com agrotóxicos não autorizados.
Quando o uso de um agrotóxico é autorizado no país, os órgãos responsáveis por essa liberação, indicam para que tipo de plantação ele é adequado e em que quantidade pode ser aplicado.
Em 42 amostras (1,7%), o nível de agrotóxico estava acima do permitido. Em 37% dos lotes avaliados, não foram detectados resíduos de agrotóxicos.
“Os resultados insatisfatórios devido à utilização de agrotóxicos não autorizados resultam de dois tipos de irregularidades, seja porque foi aplicado um agrotóxico não autorizado para aquela cultura, mas cujo [produto] está registrado no Brasil e com uso permitido para outras culturas, ou seja, porque foi aplicado um agrotóxico banido do Brasil ou que nunca teve registro no país, logo, sem uso permitido em nenhuma cultura”, conclui o relatório do Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos de Alimentos (Para).
O pimentão lidera a lista dos alimentos com grande número de amostras contaminadas por agrotóxico. Em quase 92% das amostras foram identificados problemas. Em seguida, aparecem o morango e o pepino, com 63% e 57% das amostras com avaliação ruim.
Em uma amostra de pimentão, foram encontrados sete tipos diferentes de agrotóxicos irregulares. A batata foi o único alimento sem nenhum caso de contaminação nas 145 amostras analisadas.
A agência reguladora constatou também que, das 684 amostras consideradas insatisfatórias, 208 (30%) tinham resíduos de produtos que estão sendo revistos pela Vigilância Sanitária ou serão banidos do país, como é o caso do endossulfan e do metamidófos, que serão proibidos no Brasil nos próximos dois anos.
Em 2010, foram avaliados resíduos de agrotóxicos em 18 tipos de alimentos em 25 estados e no Distrito Federal. São Paulo não participou do programa.
A lista com os dez alimentos com mais amostras contaminadas com resíduos de agrotóxicos é a seguinte:
1) pimentão
2) morango
3) pepino
4) cenoura
5) alface
6) abacaxi
7) beterraba
8) couve
9) mamão
10) tomate
*Matéria publicada originalmente pela Agência Brasil 

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